domingo, 25 de outubro de 2009

Erasmus - Primeiro Emprego

No passado dia 29 de Maio, escrevi aqui neste “meu cantinho”:

“… O candidato Paulo Rangel, cabeça de lista do PSD entrevistado na TSF na manhã do dia de ontem (5ª feira) descreveu uma das suas propostas que envolve o 1º emprego para os jovens que saem das universidades todos os anos. Uma espécie de Erasmus, mas para o campo do trabalho. Enquanto conduzia entre o Pego e o Sardoal fui ouvindo a sua dissertação sobre o projecto e dei por mim a pensar no futuro quer da minha filha, quer de milhares de estudantes universitários que acabarão os seus estudos superiores e serão “despejados” literalmente para o desemprego e sem perspectivas futuras. Ali estava, porventura, uma oportunidade de fuga a tal “desespero”. De igual modo, face à fraqueza negocial de Portugal na Comunidade tal proposta também se arrisca a ficar no papel, contudo, a lucidez e a descrição dos seus contornos deu para perceber que era séria e tinha alma. O meu voto é seu Caro Dr. Paulo Rangel e, por conseguinte, do partido que o elege, o PSD.” (in Vila Jardim (6) - Recuperação da Zona Histórica)

Para os que ainda desconheciam, esta semana, o Parlamento Europeu já aprovou tal proposta. Ao ter conhecimento de tal decisão não poderia ter ficado mais satisfeito. A proposta, foi das primeiras a ser aprovada após a tomada de posse dos novos Eurodeputados, foi apresentada por um dos Países com menos representatividade e havia sido o fio condutor que orientou o meu voto nas últimas Eleições para o Parlamento Europeu.

Parabéns Dr. Paulo Rangel! Parabéns PSD!

Virada a página sobre a decisão, a minha expectativa radica agora nos contornos legislativos que irão ser desenhados. Aguardemos.

Post Script Um: No meu último artigo exprimi os meus sentimentos sobre o que penso sobre quem se acoita atrás do anonimato para promover “terrorismo social” sem que com isso possa ser julgado. O anonimato é o sangue que corre nas veias dos cobardes.

Não é a primeira vez que aqui neste cantinho faço alusão a tais “criaturas” e do modo como reajo diante dos seus actos, independentemente de poderem ser a meu favor ou contra mim. Aqueles que optam por tais caminhos apresentam um perfil psicológico muito característico, onde se evidencia a sua incapacidade de olhar os outros de frente e assumir os riscos dos seus actos. Isto tem um nome: COBARDIA!

O “timing” do artigo não poderia ter sido mais preciso por, e recordando-me do triste episódio de um tal panfleto anónimo que andou a circular na Vila de Sardoal uns dias antes das Eleições Autárquicas, numa mesma semana ter havido duas iniciativas: a do “Tó Zé” Mendonça, através da afixação de uma mensagem de revolta na vedação do Centro de Saúde do Sardoal e a de um sardoalense anónimo, que decidiu abrir um “seu cantinho” na blogosfera.

Soube da sua existência através de um e-mail anónimo (outro!) que recebi informando-me do seu “nascimento” (será que foi o seu autor ou alguém por ele mandatado?). Porque não sou imune à curiosidade entendi aceder ao mesmo e tomar conhecimento do seu conteúdo.

A conclusão que poderei tirar do que li é a de que: “Nasceu” um blogue no Sardoal com um objectivo perfeitamente definido: De ora avante o Sardoal passa a contar com um novo juiz que julgará tudo o que o incomoda sem que para tal possa ser julgado.

Segundo o seu autor “… Chegou a hora de fazer uma reflexão cuidadosa e desprendida de quaisquer interesses sobre o que foram estes mandatos, o que vai ser o presente e as repercussões para o futuro. Desde já assumo o meu anonimato, por razões que qualquer leitor atento à realidade do Sardoal compreenderá…”

Perante tamanha evidência não consigo perceber as razões objectivas que levam alguém, que não consegue esconder quem é, a vestir a capa do anonimato. Pese todas as arestas que a nossa democracia ainda possa apresentar, só consigo vislumbrar uma só razão para alguém, de uma forma voluntária, ocultar-se atrás da cortina do anonimato para emitir uma opinião que ninguém lhe exigiu: cobardia.

Talvez na origem do acto resida o facto de querer esconder as “cicatrizes políticas” que acumulou ao longo destes anos e perceber que já não é possível eliminá-las por mais “cirurgias” a que possa ser sujeito.

Lembrando o que afirmei no meu último artigo: “Se virmos um sapato abandonado numa estrada, somos capazes de saber quem era (ou é) o seu dono depois de muito o vermos caminhar”, poderemos facilmente concluir que são tantos os sinais que o “sapato” tem que não é possível enganarmo-nos sobre quem é o seu “dono”. Talvez passasse despercebido numa grande cidade, não no Sardoal e depois de tantos anos de exposição pública e política.

E porque a sua entrada na blogosfera foi tão subtil como a passagem de um elefante por uma loja de cristais, não foi difícil perceber de quem estamos a falar.

Porque acredito que lerá estas minhas palavras faço-lhe o seguinte repto:

“Caro Gêmel (permita-me que o trate por este nome), são dois os caminhos que o desafio a escolher: ou assina o seu blogue e assume publicamente os pensamentos que emite ou então “apague” o seu blogue caso nele pretenda falar de outros. Será que o que está a fazer não configura uma situação de “terrorismo social?

Reflicta e pense no que poderá ser melhor para si e para a tal comunidade para qual pretende agora acordar depois de um longo sono por si induzido.

Termino afirmando que não me sinto ofendido pelo nome que deu ao seu blogue. Recordando a sua apreciação que fez à ligação do nome do meu blogue ao meu próprio nome, devolvo-lhe a “bola” referindo que possivelmente também se enganou no nome que quis atribuir ao seu. Será que gêmelnoseumelhor.blogspot.com não seria mais adequado?

Vá lá. Aceite o meu desafio e junte-se a mim e a outros que estão disponíveis para elevar o nosso Concelho para o nível que merece. Com excepção dos cobardes, para essa “guerra” todos são precisos. Será que existe alguém que seja capaz de não assumir que também possui “cicatrizes políticas”? Eu também as tenho e não é por isso que não deixo de assumir publicamente os meus pensamentos. Há quem aprove, há quem rejeite. Somos humanos.”

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Política Séria



Nestes últimos dias, os Sardoalenses voltaram a ser “brindados” com mais uma iniciativa do nosso “Tó Zé” Mendonça.

Ao longo destes últimos anos tenho tido a oportunidade de privar de perto com este Sardoalense, que considero amigo, independentemente de algumas vezes não subscrever, por inteiro, a sua “impetuosidade social” perante algo que ele sinta não ser justo ou socialmente inaceitável.

São dois os motivos que hoje me levam a invocá-lo neste “cantinho”: A mensagem que hoje exorta e a “lição de vida” que não se cansa de revelar.

Quanto à mensagem que hoje exorta, subscrevo por inteiro o seu conteúdo.

No que respeita à falta de médicos, e recuando a algumas semanas atrás, eu próprio aqui manifestei o meu profundo desagrado pelo “calvário” que alguns dos nossos concidadãos são obrigados a passar para que um médico os possa ver ou subscrever uma receita médica. Na altura cheguei mesmo a afirmar que consideraria (e considero) estruturante para o desenvolvimento do Concelho, a intervenção directa e imediata do Município nesta área. Se hoje já vai sendo tarde a correcção de tão grande falha, nem quero pensar nas consequências que o amanhã nos poderá trazer.

No que concerne aos horários, a minha posição é clara: se a prestação de um serviço, particular ou público, está sujeito a um horário estabelecido e comummente aceite, quer por quem presta o serviço, quer a quem o serviço é prestado, então deve ser cumprido.

Quantos de nós não sentimos já alguma revolta (para não dizer raiva) por alguém que nos deve prestar um determinado serviço ignorar os nossos direitos e os seus deveres ao não cumprir com um horário que alguém superiormente lhe determinou?

O que sentimos ao percebermos que muitos dos “atrasos” continuados se devem não a uma situação imprevista, mas tão só a uma situação concorrencial do serviço a prestar? Se o sentimento que nos invade já é grande, quando está em causa uma entidade privada, o que dizer quando essa entidade é pública? E o que dizer ao percebermos que quem tem o dever de “corrigir” o que está mal entende olhar para o lado ou assobiar para cima, apenas porque o “infractor” é insubstituível e deve ser tratado de um “modo especial”. Tratamento especial, porquê? O erário público não lhe paga já um salário especial?

Relativamente à política séria que o “nosso Mendonça” clama não poderia ser mais oportuna a sua exigência. Só com uma política séria e responsável será possível levantarmos o nosso Concelho para um patamar superior que todos merecemos e desejamos. O exercício de uma política séria não deverá ser só exclusiva daqueles que nós elegemos para nos governar. O exercício dessa política deverá também residir e orientar cada um de nós.

Todos nós deveremos contribuir de uma forma séria e responsável para que a nossa sociedade se fortaleça. Não existe ser humano algum que detenha a sabedoria suprema ou que seja capaz de ser compreendido e aceite sem reservas pelos outros que o rodeiam. Se assim é, é perfeitamente natural que aqueles que não partilhem do seu pensamento o contrariem.

E é aqui que entra a lição de vida que o nosso “Tó Zé” Mendonça não se cansa de nos mostrar: Pensando diferente, revela a sua discordância e assume-a publicamente, não se importando com as consequências que os seus actos lhe possam trazer. Pior que a incompreensão e condenação dos outros, é termos de suportar o peso da nossa consciência quando à noite depositamos a cabeça na nossa almofada.

Em contraponto à acção deste Sardoalense existem outros que só são capazes de manifestar os seus pensamentos a coberto da capa do anonimato. Não é difícil percebermos que pertencem ao mais baixo estrato social de qualquer comunidade, estrato social esse inferior ao que pertencem as vulgares prostitutas da berma de uma estrada. Ambos actuam a coberto de uma desculpa para justificar os seus actos, só que a prostituta tem cara e o anónimo nem isso tem.

E os anónimos, tal como as prostitutas, “vingam”, porque existe sempre alguém disposto a “comprar” o que têm para vender. Ambos são vendedores de miséria. Elas da miséria própria. Eles da miséria dos outros.

Nos últimos dias da campanha eleitoral autárquica na Vila do Sardoal “choveram” panfletos em formato A4, que continham numa face a transcrição de uma carta publicada num jornal regional e na outra uma série de denúncias, de proveniência anónima, que comprometiam a candidatura do PSD local. No seu blog, o partido visado, atingido na sua honra, deu asas à sua revolta e denunciou o acto. Porque será que não vi o outro Partido em contenda solidarizar-se e demarcar-se de tal acto de cobardia? Será que na contenda política, vale tudo? Não, não vale. Porque será que no comunicado que o PSD local efectuou no dia 8 de Outubro não existe qualquer menção a uma eventual demarcação do acto por parte do autor da carta que ocupava uma das faces do panfleto? Lapso de quem escreveu o comunicado ou será que tal demarcação nunca aconteceu? Porquê?

À medida que vamos envelhecendo, a vida vai-nos legando ensinamentos. Um dos ensinamentos que colhi assenta na seguinte tese: "Se um dia encontrarmos um sapato abandonado numa estrada somos capazes de perceber a quem pertence caso o tenhamos visto muitas vezes caminhar."

Para todos aqueles cuja cobardia os leva a acoitarem-se atrás do escudo do anonimato apenas peço que sigam o exemplo do nosso “Tó Zé” Mendonça.

Tiro o meu chapéu ao Senhor António José Grácio Mendonça pela lição de vida que revela.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Eleições (6)

Autárquicas de 2009

Os Sardoalenses escolheram…

Câmara Municipal de Sardoal
PSD = 1.551 votos (1.729, em 2005)
PS = 1.095 votos (981, em 2005)
CDU= 59 votos (57, em 2005)
CDS-PP = Não foi a votos (65, em 2005)

Assembleia Municipal de Sardoal
PSD = 1.542 votos (1.656, em 2005)
PS = 1.060 votos (994, em 2005)
CDU= 99 votos (80, em 2005)
CDS-PP = Não foi a votos (81, em 2005)

Junta de Freguesia de Alcaravela
PSD = 501 votos (588, em 2005)
PS = 205 votos (184, em 2005)

Junta de Freguesia de Santiago de Montalegre
PSD = 178 votos (185, em 2005)
PS = 50 votos (53, em 2005)

Junta de Freguesia de Sardoal
PSD = 795 votos (729, em 2005)
PS = 660 votos (583, em 2005)
Indep. = Não foi a votos (133, em 2005)
CDU = não foi a votos (36, em 2005)
CDS/PP = não foi a votos (27, em 2005)

Junta de Freguesia de Valhascos
PSD = 140 votos (161, em 2005)
PS = 110 votos (101, em 2005)

… Que se cumpra a sua vontade!

Post Script Um: Diante destes resultados são várias as leituras políticas que se poderão efectuar, porém, permitam-me que guarde para mim as minhas. Nesta hora, entendo ser meu dever, enquanto Sardoalense, cumprimentar os vencedores e os não vencedores e que cada um cumpra com as missões para as quais agora foram incumbidos.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Eleições (5)

Sardoal Autárquicas 2009

Aquando do fecho e publicação do meu último artigo (Eleições 4), pelo facto de ainda desconhecer as propostas do PSD local, entendi não manifestar qualquer opinião sobre as mesmas. Menos de doze horas depois, tais propostas já se encontravam disponíveis no seu site (www.psdsardoal.blogspot.com). E lá continuam prontinhas para agora serem analisadas e mais tarde recordadas (caso não sejam entretanto retiradas). Antes de proceder à sua análise, tiro o meu chapéu ao PSD local. Quem durante quatro anos foi acusado de ignorar a Internet, agora, foi capaz de dar uma lição àqueles que sempre o criticaram utilizando a Internet para divulgar as suas propostas eleitorais, enquanto que os críticos se ficaram apenas pelas intenções. Porque é que também não o fizeram? Pois é…

Passando para a análise das propostas do PSD local, tenho para mim, que tal como as outras (PS e CDU), não encerram qualquer proposta verdadeiramente estruturante para o Concelho e que, tal como as outras, cobrem algumas iniciativas que são de apoiar e outras que não são de apoiar.

E porque todos os sinais evidenciam que, uma vez mais, o Partido Social-Democrata irá continuar a responsabilizar-se pelo governo da nossa Autarquia (que me desculpem os outros partidos concorrentes por esta minha ousadia, mas não há qualquer espécie de dúvidas que um não foi capaz de mobilizar em seu torno o entusiasmo imprescindível para uma possível vitória e que o outro surge nesta “disputa” como um autêntico “outsider” cujo único objectivo é recolher alguns “votos leais” e alguns votos da “dupla negação”) julgo ser pertinente que analise de uma forma mais cuidada as propostas que apresentam uma maior probabilidade de poderem “interferir” na comunidade à qual pertenço.

São 49 as medidas que são colocadas em “cima da mesa” e que se distribuem pelas áreas do Desenvolvimento Económico, Rede Viária, Ambiente, Educação, Acção Social, Cultura, tempos Livres, Turismo, Desporto, Requalificação Urbana, Floresta e Protecção Civil, Juventude e Associativismo.

São vários os comentários que se podem formular diante das propostas do PSD local:

1. Algumas, já tardavam: Criação de Zonas Industriais nas Freguesias (Quais? Já se encontram previstas na alteração do PDM em curso?); Criação do Gabinete de Apoio ao Investidor (qual investidor? O que pode vir para cá ou aquele que já cá está?); Implementação de medidas que visem a Eficiência Energética dos Edifícios; Criação do Arquivo Histórico Municipal; Requalificação dos Parques Infantis; Criação dos Conselhos Municipais das Associações e da Juventude; Recuperação da Zona Histórica da Vila e Realização das Jornadas Vicentinas.

2. Algumas, nem os erros da história serviram para que não voltassem a fazer parte do “cardápio” eleitoral: Ampliação da Zona Industrial de Sardoal (chega de invenções! Se a ampliação é para ser feita na encosta Sul, é mais um erro histórico que se irá juntar ao erro existente. Aquele espaço, face à sua topografia só serve para ali se implantar uma pista de MotoCross, uma “plantação de colmeias” ou caça radical ao javali. Que se procure um novo espaço ou que se crie um “ninho empresarial”. Será que as instalações da extinta Sarplás não poderiam servir para implantação de tal ninho?); Requalificação das praias fluviais da Rosa Mana e do Codes, Criação do Parque de Campismo da Lapa, Criação da Rota do Pão, Criação das praias fluviais da Saramaga e Codes (a quem poderão servir tais espaços e quem assumirá a responsabilidade pela sua manutenção? Não basta existirem. Estes espaços jamais poderão ter um uso continuado se, em paralelo, não houver alguém que assuma a responsabilidade pela sua manutenção e dinâmica. Criar e construir é fácil, o pior são os “dias seguintes” após a construção. Não foi esta “visão obtusa” que votou o Parque de Campismo da Lapa, os Moinhos de Entrevinhas e a Rosa Mana ao abandono, depois de todos os investimentos que ali se realizaram?)

3. Algumas outras apenas figuram para o caso da autarquia ser “contemplada” por verbas que neste momento não possui, nem tão pouco vislumbra quando poderá vir a tê-las, tão poucas são as migalhas que lhe restam (será que lhe restam?) após cumprir todos os compromissos que possui. São exemplos a Construção de um Pavilhão Multiusos, Criação do Museu do Pão e do Azeite, Construção de um Parque Radical e Conclusão do projecto “Vila Desportiva”. (Poderá alguém dizer que os empréstimos poderão resolver tal problema. O pior é que existem outros compromissos prioritários).

4. Outras suportam-se em Apoios não especificados
: Apoio à formação desportiva; Apoio à construção e beneficiação de parques desportivos nas principais localidades do Concelho; Apoio à criação de uma unidade hoteleira no Concelho (onde?); Ampliação dos benefícios do cartão Municipal do Idoso (quais?); Apoio à formação cultural/artística (de que forma?), etc.

Poderia aqui continuar a comentar as propostas do Partido antecipadamente vencedor, porém, qualquer que fosse o comentário, nenhum, em boa verdade, poderia ser considerado verdadeiramente estruturante.

O Concelho do Sardoal necessita urgentemente de: inverter o seu decréscimo populacional; aumentar o seu índice de riqueza; reforçar a qualidade de vida dos seus habitantes; e, em paralelo, sair do rol dos Municípios Portugueses que se encontram “mergulhados” numa rotura financeira aguda. É obra!!!

Nestas coisas da política, cada cabeça, sua sentença. Para aqueles que não concordam com o meu ponto de vista ou que não percebem o alcance do meu pensamento, pergunto:

- Que infra-estruturas de qualidade poderemos oferecer, que os outros Concelhos nossos vizinhos não oferecem já, para todos aqueles que pretendam escolher um Concelho para viver nestas paragens? Será que o Concelho do Sardoal tem alguma urbanização de qualidade que possa aliciar tais interessados? Alguém dirá que a Autarquia não tem fundos nem terrenos disponíveis para tal. É verdade! E que tal ela ser a mola impulsionadora na constituição de uma empresa publico privada para esse fim? Espaços existem, só falta que haja alguém que sente a uma mesma mesa os proprietários desses espaços e os convença que eles têm tudo a ganhar caso se unam.

- Será que um Concelho cuja maioria dos seus Munícipes é idosa e de baixos rendimentos e, consequentemente, portadora de um elevado défice de saúde, pode alguma vez aspirar a um nível de riqueza superior? Quantos de nós não experimentámos já um grande incómodo por vermos alguns nossos concidadãos e amigos, pela madrugada, sentados nos degraus ou no único banco de madeira à entrada do complexo do Centro de Saúde do Sardoal, a guardarem a sua vez para serem incluídos no número muito restrito (três?) de vagas para que um médico os possa avaliar e curar ou possa subscrever uma receita para levantamento de medicamentos na farmácia? Quantos deles não sofreram já o dissabor de, após horas de frio e/ou chuva (nem um simples abrigo têm para se abrigar dos rigores do tempo), verem goradas as suas expectativas, simplesmente porque outros se adiantaram ou porque o médico de serviço não veio? Será que a Autarquia não deveria ter uma palavra a dizer com a contratação de serviços de profissionais de saúde (enfermeiros ou mesmo médicos aposentados) que pudessem minorar os défices que o Serviço Nacional de Saúde promove? Até onde poderá ir a nossa insensibilidade diante de tamanho sofrimento físico e psicológico daqueles que pertencem à nossa comunidade? Por norma, o detentor do poder não trilha tais caminhos porque tem poder. Mas será que o poder não é efémero? E quando deixar de o ter e os infortúnios da vida interferirem com os seus fundos financeiros? É hoje que salvaguardamos o nosso amanhã!

- Será que um Concelho que possui uma Autarquia onde a coabitação entre o bom funcionário e o mau funcionário é pacífica (por muito que custe, há que afirmá-lo, sem rodeios, que no cesto da fruta há maçãs boas e maçãs podres e não tem havido “coragem” ou para retirar a maçã podre do cesto ou expurgá-la da parte que a apodrece); onde só o engenho e a arte dos bons funcionários fazem funcionar a “máquina” (o parque de viaturas deve ser o mais obsoleto de todos os Municípios do País e na altura de se fazerem omeletas primeiro acende-se o fogão e coloca-se a frigideira sobre a chama, só depois se abre o frigorífico à procura dos ovos); onde as condições de trabalho e segurança não são as melhores (existem funcionários que executam as suas tarefas sem que lhes sejam facultadas todas as condições de trabalho determinadas por lei; não existe um recepcionista que controle o acesso de um privado ao interior das instalações camarárias, não existe um relógio de ponto que harmonize as entradas e saídas dos funcionários de serviço; são várias as patologias construtivas das instalações que há muito requerem intervenções de reabilitação, etc, etc, etc.), não deveria colocar como prioridade o “arrumar” a casa e só depois partir para certas “aventuras”? Será que o exemplo não seria ele próprio estruturante, motivando outros?

- Será que a Autarquia, por si só, tem capacidades para sair do actual fosso financeiro em que se encontra? Será que não é chegada a hora de se “engolirem orgulhos” e a sociedade civil ser convidada a participar de uma forma mais activa em muitas das iniciativas que até ao momento têm sido desenvolvidas pela Autarquia? Será que é correcto que o pensamento dos nossos autarcas se concentre apenas no tempo para o qual são eleitos e para além desse tempo outros que o façam?

- Será…


Muito mais poderia aqui escrever sobre o que penso das propostas que os partidos concorrentes às próximas eleições autárquicas no nosso Concelho nos apresentam e das lacunas que encerram, contudo tenho a firme convicção que o tempo promoverá as alterações necessárias. Pela minha parte continuo disponível para contribuir com os meus pensamentos. Outros que me sigam e alguém de direito que as avalie e, eventualmente, adopte.

Para se dar, tem de se ter.

- Será que a esmagadora maioria das propostas políticas não se centram exclusivamente na despesa, ao mesmo tempo que por artes de magia (?) ignoram a outra face da moeda que dá pelo nome de receita? A magia (?) é simples: Na hora de se implementar a proposta não existindo “pilim” não há como uma “boa mentira” para ultrapassar o embaraço. A memória do Povo é curta. Será?

- Até quando teremos de suportar tamanha demagogia?

Post Script Um: Fui “provocado” para aqui expressar o meu sentido de voto. Aceito a “provocação”. Assim…

1º Câmara Municipal: Sou coerente com todas as decisões e pensamentos que quer no passado ou aqui neste blogue, ao longo do tempo, fui exprimindo. Assim, é fácil perceber o meu sentido de voto.

2º Assembleia Municipal: Para os lugares elegíveis, existem novos protagonistas em cena. Qualquer deles poderá trazer às próximas reuniões da Assembleia Municipal um novo espírito que não aquele que agora terminou, com menos crispação, mais racionalidade e responsabilidade (assim o creio). Foi difícil a escolha. Caso nada se altere, o meu voto irá para o …

3º Junta de Freguesia de Sardoal: Do lado do Partido Socialista existem fortes “mexidas”. Do lado do Partido Social-Democrata a equipa principal é a mesma. Neste caso não foi difícil a escolha. Perguntei a mim mesmo: - Onde falhou, ao longo destes quatro anos, a equipa em exercício? As suas falhas merecem ser punidas? Os que agora se prestam a substituí-los teriam feito melhor? E a resposta foi clara. Logo foi o mais fácil.

BOA SORTE A TODOS E QUE SEJA CUMPRIDA A VONTADE DOS SARDOALENSES!

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Eleições (4)

Antes de virar a página das Eleições Legislativas de 2009, julgo pertinente fazer uma retrospectiva do que foi a “resposta” do Concelho do Sardoal.

Vamos a números:

Votantes = 2.624 votos (em 2005 = 2.780)
PSD = 990 votos (em 2005 = 913)
PS = 787 votos (em 2005 = 1.261)
CDS-PP = 309 votos (em 2005 = 198)
BE = 238 votos (em 2005 = 153)
PCP-PEV = 119 votos (em 2005 = 92)
Outros Partidos = 74 votos (em 2005 = 60)
Brancos = 59 votos (em 2005 = 68)
Nulos = 48 votos (em 2005 = 35)

Diante destes números são várias as conclusões a que podemos chegar:

1º Tal como no resto do País, os Sardoalenses também decidiram penalizar o Governo PS.

2º A vitória do PSD, contrariamente aos resultados nacionais, talvez tenha mais a ver com a influência de uma “nuvem eleitoral autárquica” que paira sobre o Concelho do Sardoal do que propriamente ao mérito do partido vencedor.

3º Conforme foi possível constatar, qualquer dos “blogues” locais do PSD e do PS, em momento algum apelaram ao voto nos seus partidos. Dizia eu no artigo anterior que, possivelmente, por detrás desse silêncio estivesse a vontade de não querem comprometer, na próxima campanha autárquica, alguns possíveis votos. “Quando um filho se envergonha do pai que tem, só lhe resta abandonar a casa.”

4º O povo que nestas coisas é soberano foi claro na sua decisão: O partido que merece governar é o Partido Socialista e que aos outros caberá a missão de exercer uma oposição responsável. Mas disse mais, “o Partido Socialista para exercer o seu poder deverá fazê-lo em diálogo com os outros. O tempo do monólogo terminou. A partir de agora, a conversa será a dois ou a três ou a quatro ou a cinco”. Assim… que governe!

Virando agora a página para as eleições autárquicas.

- O que é que eu posso dizer neste momento sobre as eleições em curso no meu Concelho? Muito pouco, quase nada.

1º Sobre as propostas do Partido Socialista já em devido tempo aqui exprimi a minha opinião. Propostas verdadeiramente estruturantes, sobre as quais possamos acreditar poderem relançar o Concelho de Sardoal para uma via diferente daquela que tem trilhado ao longo destes anos, não existem. Quando o Concelho se encontra em “ponto morto” e estas propostas são tidas como sendo o sustentáculo da mudança, não sei se tal mudança, em termos de caixa de velocidades é uma primeira ou uma marcha-atrás.

2º Esta semana tive a oportunidade de conhecer as propostas da CDU. São simpáticas mas, também, de estruturante nada têm. Existe um facto, contudo, que gostaria de sublinhar sobre esta candidatura: a sua candidata à Presidência da Câmara. Parece que é a mesma candidata de há quatro anos. Se não for, aqui expresso as minhas sinceras desculpas porque já não me recordo muito bem do seu rosto, embora o nome seja muito parecido com o da candidata de há quatro anos, com quem tive a oportunidade de participar num debate na Rádio Tágide aquando da campanha Autárquica de 2005 e com quem tive a oportunidade de conversar um pouco quando uma vez as nossas caravanas se cruzaram. Muito simpática, espírito vivo e atento. E se peço desculpa de poder incorrer no erro de não a reconhecer é porque, que me recordo, nunca vi a senhora nem durante as reuniões do Executivo Camarário (às quais faltei no último ano); nem durante as reuniões da Assembleia Municipal (que nunca faltei), ou em outros eventos. Será que tem noção da dureza do leme deste barco?

3º Quanto às propostas do Partido Social-democrata, nesta altura do campeonato, ainda não as conheço. Porque manda o bom senso que a sua apreciação só possa ser feita após o seu conhecimento, não emito qualquer opinião, reservando-me o direito de sobre elas me pronunciar após a sua publicação, ou no seu blogue (que até ao momento tem funcionado apenas como um autêntico album de fotografias) ou através de info-mail que ainda não recebi.

Até breve!!!

Post Script Um: Não termino sem que antes aborde dois assuntos distintos do tema principal deste artigo: A mensagem de Sua Excelência o Presidente da República e o artigo número 100 deste blogue.

Quanto à mensagem do nosso Presidente da República ainda hoje tenho dificuldade em perceber os limites da sua mensagem. Por outro lado não tenho dificuldade em perceber que se perspectivam ondas muito fortes que se irão esmagar em rochas pejadas de mexilhões, que somos todos nós. Para bem de todos nós, que tudo não tenha passado de uma tempestade tropical: Forte, mas passageira!

Relativamente ao artigo número 100 deste blogue, que agora termino, não imaginava há um ano e meio que tal número fosse atingido. As mais de 12.500 visitas que este “cantinho” teve durante este tempo, sem que eu, em circunstância alguma, tenha invadido o espaço dos outros, confere-me o direito de prosseguir este caminho que não é mais do que “atirar para aqui” os meus pensamentos que possa ter sobre os mais diversos assuntos. Todos nós mudamos, contudo, a nossa coerência não nos permite que tais mudanças sejam relevantes num espaço de tempo curto. Relendo alguns artigos que escrevi, talvez procedesse a algumas correcções mas na esmagadora maioria dos artigos voltaria a escrever o que escrevi. É bom ter tal percepção. E porque a chegada a este número mágico merece uma “prenda”, que não se recebe, mas que se oferece, ofereço-o à minha filha, que há uns dias atrás me comunicou que para ser Arquitecta apenas falta apresentar a defesa da tese de mestrado. PARABENS NEUZA!