domingo, 31 de outubro de 2010
A Nova Ordem
(Vila de Sardoal - Rua 5 de Outubro - 22/09/2010)
A NOVA ORDEM
Porque será que a contenda política envolvendo os nossos dois maiores partidos em torno do Orçamento de Estado para 2011 não nos surpreendeu?
Tantos eram os sinais evidenciados que não deixavam marcas para dúvida que o OE para 2011 iria ser aprovado com a abstenção do PSD! E se a esmagadora maioria dos portugueses sabiam, o que dizer dos “estrategas” desses dois partidos? Escrevi eu aqui, há algumas semanas:
“ Só vislumbro uma possibilidade real do Orçamento de Estado não ser aprovado, que é a do Governo apresentar uma proposta irrealista e irresponsável, mesmo tida como tal aos olhos da Comunidade Europeia. Porque me recuso a acreditar que tal cenário venha a acontecer (os portugueses não perdoariam ao PS), uma vez que o OE tenha a concordância e o aval da CE, ao PSD só lhe restará abster-se, propalando aos 4 ventos que não tem qualquer responsabilidade naquele Orçamento e que a sua atitude deverá ser entendida, uma vez mais, enquanto patriótica.
O PSD sabe que a actual situação recomenda, como alguém dizia, que se “faça de morto” e não tenho dúvidas que é o que acontecerá até Cavaco Silva, já no seu segundo mandato de PR poder dissolver o Parlamento e marcar eleições antecipadas lá para o Verão de 2011. E do mesmo modo que o PSD o sabe, também o PS não o desconhece, tudo fazendo para “reanimar” quem se quer passar por morto.”
Habituados a tantas vitórias estratégicas sobre os seus demais adversários, naquela que não deveria falhar, o Governo e o PS não conseguiram lograr os seus intentos. Bem tentaram vincular a posição do PSD perante um documento que ainda estava para ser redigido (como é que se lembraram desta? Nem ao diabo lembraria.) e depois dele redigido bem tentaram passar a ideia de que o PSD era irresponsável. E não o conseguiram porque a situação financeira do país é tão má que já não deixa margem para dúvidas, quer a eles, quer a quem pedimos dinheiro emprestado para sobreviver, quer às vítimas das suas incompetências e irresponsabilidades: NÓS.
Olhando um pouco para um futuro cada vez mais cinzento, não é muito difícil perceber que esses estrategas que nos últimos 5 anos nos (des)governaram (mas para quem a recessão não deverá fazer grande mossa, uma vez que, ao longo de todo este tempo, eles não se perderam, acautelando devidamente os seus futuros), tudo irão fazer para caucionarem os seus ganhos. Só que, como já pensam mais com a barriga do que com a cabeça, não é difícil de perceber que ninguém os levará a sério e o que nos revoltará é termos, ainda, de os aguentar durante mais oito longos meses. (Que falta nos fez, durante o passado mês de Agosto, um Jorge Sampaio,no Palácio de Belém!)
É inevitável que no próximo ano o fiel do poder se incline para o PSD e “caia” nas mãos de Passos Coelho o leme do governo. Não tenhamos quaisquer dúvidas que a mudança de governo não nos aliviará o garrote que o PS colocou no pescoço de todos nós (o deles não conta). Existem sinais que da crise financeira em que todos estamos mergulhados o Governo tudo tem feito para apenas mostrar a ponta do iceberg.
Para que todos possamos sair do atoleiro para o qual fomos atirados por "irmãos metralhas” e “metralhinhas” liderados por alguém cuja maior proeza foi concluir uma licenciatura num domingo (8 de Setembro de 1996) e numa universidade (?) que já não existe, só temos um caminho: uma NOVA ORDEM. Essa nova ordem, que deverá ser capaz de premiar a responsabilidade e a competência deverá ser a mesma que deverá ser capaz de punir todos aqueles que a possam comprometer desde o laxismo até à arrogância de quem é detentor do poder.
Mostrem-me que o meu País já não é entregue a gente que a única mais valia (?) que têm é possuírem um cartão de um partido, que ao nível da folha de pagamentos do patrão estado ninguém aufere um ordenado superior ao do Presidente da República, que ninguém tem “mordomias” acrescidas sem as merecer legitimamente, que a Justiça se torna imune ao poder político, que seremos capazes de assumirmos os nossos compromissos fiscais e financeiros e eu serei capaz de aceitar os sacrifícios que o meu País me pede.
Esta é a NOVA ORDEM pela qual todos estamos à espera. Será o PSD capaz de a implantar? Eu quero acreditar que sim, caso contrário, o papão do FMI tomará o seu lugar.
P.S. A Feira da Fossa
Esta semana realizou-se, uma vez mais, na Vila de Sardoal, a Feira da Fossa. Embora não seja um grande entusiasta deste tipo de feiras, sou capaz de as aceitar, apenas e só, numa lógica de uma vivência de tempos passados por parte de uma camada etária da população. A vertente económica que carregavam consigo, em muitos dos artigos comercializados, já pertencem ao passado, já para não falar da concorrência desleal que promovem com o comércio instalado, e legal, onde os impostos cobrados pelo Estado se reflectem no preço dos produtos comercializados (isto é outra história sobre a qual não gostaria de me alongar).
Continuo sem perceber a razão que sustenta a Autarquia Sardoalense a autorizar que as bancas dos feirantes sejam colocadas nas ruas principais da Vila: Praça da República, Avenida Luis de Camões e Rua 5 de Outubro (início).
- Será que não existem outras vias ou locais onde a feira se instale sem que seja comprometida a segurança e a imagem do próprio Concelho?
- O que pensará quem nos visita e pretenda entrar pela porta principal da Câmara Municipal de Sardoal, e até entrar no edifício, ser obrigado a contornar as bancas dos feirantes e ser convidado a comprar uma dúzia de meias e meia dúzia de cuecas por 5 euros? E se esse visitante tem o "azar" de entrar nos Serviços de obras Particulares, o que sentirá ao ver uma banca encostada ao peitorial da janela atestada de roupa interior de senhora, ouvir os pregões da vendedora e assistir ao seu negócio?
- Alguém consegue imaginar o tormento porque passará alguém com necessidade de auxílio médico e que tenha de passar pelo labirinto das bancas? (A ser transportada pelos bombeiros só de maca, uma vez que as únicas ambulâncias que podem por ali passar são as de brinquedo.)
Acabe-se, de uma vez por todas, com a colocação de bancas nas ruas principais da Vila de Sardoal. O que está em causa não é só a imagem e segurança. A propósito de imagem, porque será que aos feirantes não é exigido o dever de deixarem o local que ocuparam do mesmo modo que o encontraram? Porque é que deixam sempre um rasto de "toneladas" de lixo, plásticos e cartões? Se há coisas que não compreendo, esta é uma delas.
Quem manda na minha casa sou eu e as regras sou eu quem as define!
(A Avenida Luis de Camões, em Sardoal, na manhã seguinte após a Feira da Fossa à espera de ser limpa pelos funcionários de limpeza da Câmara Municipal)
domingo, 24 de outubro de 2010
A vigarice
(Edifício da Câmara Municipal - 24/10/2010 (39º32´04,39"N e 8º09´40,28"O)
(Centro Cultural - 24/10/2010 (39º32´18,72"N e 8º09´40,55"O)
A Vigarice
«Este Orçamento é uma vigarice e os seus autores mereciam ser presos»
O “desabafo” produzido esta semana por Manuela Ferreira Leite provocou em mim um impacto superior àquele que decorre do esgrimir das posições partidárias sobre o tema de momento no panorama político nacional.
Mais do que a aprovação do Orçamento de estado para 2011 (está mais que aprovado, com os votos favoráveis do PS, abstenção do PSD e votos contra dos restantes partidos com assento parlamentar), o que a todos nos deverá preocupar é com o nosso futuro para além de 31 de Dezembro de 2011. O que nos reservará o ano de 2012? E o ano de 2013? E os anos que se seguem?
Continuamos a não lidar muito bem com o amanhã. Importante é o hoje, porque o amanhã ainda é muito longe. Será?
Sempre que a verdade nos pode vir a magoar, tudo fazemos para a ignorar. O pior é que existem realidades às quais não temos como escapar. Por mais que queiramos abstrair-nos da relação causa/efeito de certos actos ou decisões, não há como fugir.
Quando os nossos políticos precisam do nosso voto, MENTEM descaradamente prometendo-nos o impossível. Quando obtêm o poder, continuam a mentir para poderem “validar” as mentiras anteriores e nunca são responsáveis pelos seus erros, fracassos ou insucessos. Para eles apenas está reservado a face da moeda, dado que a coroa a outros pertence.
Tudo isto faz-me dar um salto de cinco anos no tempo, quando “ousei” candidatar-me à presidência da Câmara Municipal do Sardoal. Olhando para trás, não tenho dúvida que a filosofia por mim adoptada não poderia produzir outros resultados que aqueles que obtive. Contrariamente à tese dominante, disse aos meus eleitores o que eles deveriam ouvir e não aquilo que gostariam de ouvir. Mesmo justificando as minhas teses, segundo as quais os cofres da Autarquia encontrando-se vazios, não era possível prometer grande coisa para além da necessidade imperiosa de se “arrumar a casa” e devolver a capacidade de sonhar aos sardoalenses, há muito perdida pela esmagadora maioria deles, foi insuficiente para ter merecido a sua confiança. A publicação dos resultados financeiros da Autarquia entre 2002 e 2004 no meu programa eleitoral, que a muitos pareceu estranho, incluindo quem me apoiava, não era mais que a demonstração da tese que defendia sobre o esvaziamento dos cofres. Sem receitas próprias dignas de registo e com as transferências do Orçamento do Estado a serem insuficientes para cobrirem os encargos obrigatórios com os empréstimos bancários obtidos e com o pessoal, e em paralelo haver a necessidade de se investir nas actividades normais de funcionamento da autarquia e eliminar uma elevada dívida de curto prazo, o que é que, em consciência era possível apresentar ao meu eleitorado para me conceder o seu voto? Recordo a minha preocupação quando me deparei com o facto de, para estabilizar as contas da Autarquia e cumprindo com as Despesas obrigatórias com a Banca e com o Pessoal, mesmo que fechasse as portas da Câmara, mandasse todo o pessoal para casa, nada investisse e obtivesse as outras receitas normais, para além das transferências da Administração Central, um ano não me chegava. “Sem ovos não se fazem omeletas”.
Agora, cinco anos depois, olhando de novo para as contas de gerência dos últimos anos (disponibilizadas no site da Autarquia), para as mais valias que o Concelho obteve ao longo deste tempo e para a nova realidade que vivemos, com o estrangulamento que aí vem nas transferências do Orçamento de Estado para as Autarquias Locais, não posso deixar de pensar, quão certo estava nas minhas apreciações.
Será que é assim tão difícil perceber sobre quem recairão os efeitos de todas as irresponsabilidades adoptadas na hora da caçada ao voto?
Regressando ao tema de momento e num tempo que todos somos questionados sobre o que fazer para que possamos tornar menos cinzento o futuro do nosso País, ao qual estamos umbilicalmente ligados, penso que a solução está na capacidade de podermos voltar a sonhar. Tomarmos o futuro enquanto um campo onde podemos buscar peças que edifiquem os nossos sonhos. Será que o que separa o português que no estrangeiro é reconhecido pela sua capacidade invulgar de trabalho, do português comum que no seu País apenas se preocupa com o presente (o amanhã é longe demais) não é o sonho que os alimentam? Uns têm-no, outros não.
Junte-se ao sonho, a capacidade de assumirmos compromissos e responsabilidades numa lógica onde os nossos direitos e os nossos deveres se equilibram, e não tenho qualquer espécie de dúvida que Portugal será capaz de sair do pântano para onde alguns irresponsáveis nos têm atirado.
Tal como eu, existem cada vez mais portugueses que percebem bem a dimensão das palavras proferidas pela Dr.ª Manuela Ferreira Leite. Em cada dia que passa, os portugueses vão-se cansando, cada vez mais, de tanta mentira e irresponsabilidade. BASTA!
P.S. A partir de hoje vou passar a publicar algumas imagens actualizadas sobre o Concelho do Sardoal. Serão imagens que pretenderão mostrar a quem visita este “cantinho”, e que não conhece este pedaço de terra, o seu lado agradável e o seu lado menos agradável. Serão imagens que iniciarão e concluirão os meus artigos e para as quais estarei receptivo a receber propostas de publicação através de: fjs.morais@sapo.pt.
Existe um motivo muito forte para a publicação de tais imagens. Ele prende-se com o conhecimento que tenho quanto ao facto deste blog ser visitado em alguns Países, possivelmente por pessoas que não sabem onde fica o Sardoal. Para se ter uma ideia do que afirmo, o último artigo que aqui publiquei (“Tão claro como a água”), os 10 Países com maior número de visitas, incluindo Portugal, foram: Rússia, Brasil, Moçambique, Austrália, Reino Unido, Espanha, Irão, Itália e Estados Unidos. Considerando o acumulado total do último mês, os 10 Países com maior número de visitas, incluindo Portugal, foram: Coreia do Sul, Emirados Árabes Unidos, Ucrânia, Rússia, Estados Unidos, Brasil, Malta, Moçambique e França. Se a estes juntar, África do Sul, Canadá, Suíça, Alemanha, Holanda, Noruega e outros, convenhamos que o “Três Bicas” pode fazer um papel de embaixador do Concelho que o abriga. E porque nem tudo na vida é agradável, se no início do artigo a imagem representará a cara, para o fim será reservada a imagem menos agradável, representando a coroa.
Hoje fico-me apenas com a CARA.
sábado, 16 de outubro de 2010
Tão claro como a água
Retomo o artigo anterior («Tão “cloro” como a água») na parte em que eu analiso a desconfiança que me transmite a qualidade da água que corre nas torneiras da minha casa, que me leva a recusar bebê-la, usando-a apenas para a confecção de alguns alimentos, banhos, limpezas e sanitários. De acordo com o meu pensamento a informação contida nos editais publicitados é de tal modo imprecisa que não pode reflectir de modo algum, a verdadeira qualidade da água que corre nas minhas torneira. Não querendo arriscar, compro água engarrafada.
– Últimas análises divulgadas no “site” da Câmara Municipal de Sardoal reportam-se ao 2º Trimestre de 2010.
1ª Pergunta: Sabendo-se que cada amostra de água se encontra perfeitamente identificada quanto ao seu local, data de recolha e resultados obtidos, porque é que essa informação não é disponibilizada no “site” da Câmara Municipal?
2ª Pergunta: Quando no Concelho do Sardoal existem vários sistemas independentes de distribuição de água (onde por vezes se misturam águas de diferentes origens e as condutas se misturam entre o novo e o antigo) a que se juntam cerca de 15 (?) depósitos ou reservatórios e os resultados fornecidos são globais, como posso saber se as análises que não cumprem a legislação se reportam sobre amostras colhidas no sistema de distribuição pública que abastece a minha casa?
Atentemos no que diz o Decreto-lei 306/2007, de 27 de Agosto, que estabelece o regime da qualidade da água destinada ao consumo humano, nomeadamente, o seu artigo 17º (Divulgação dos dados da qualidade da água):
1 — As entidades gestoras em baixa devem publicitar, trimestralmente, por meio de editais afixados nos lugares próprios ou na imprensa regional, no prazo máximo de dois meses após o trimestre a que dizem respeito, os resultados analíticos obtidos na implementação do PCQA,
sem prejuízo da divulgação adicional por outros formatos, designadamente, no seus sítios na Internet, por correio ou nos boletins municipais.
2 — Os editais devem permanecer afixados até à sua substituição pelos editais seguintes e ser enviados à autoridade de saúde.
3 — As entidades gestoras em baixa que actuem por delegação ou concessão devem publicitar na imprensa regional os dados trimestrais da qualidade da água ou, em alternativa, fornecê-los aos respectivos municípios, para que estes procedam à sua publicitação por edital.
4 — As entidades gestoras em alta devem fazer prova, trimestralmente, junto das entidades gestoras em baixa, dos resultados analíticos obtidos na implementação do PCQA, por ponto de entrega, num prazo máximo de dois meses após o trimestre a que dizem respeito.
5 — Da informação referida nos números anteriores deve constar, no mínimo, por parâmetro:
a) O número de análises previstas no PCQA;
b) A percentagem de análises realizadas;
c) O valor paramétrico;
d) Os valores, máximo e mínimo, obtidos;
e) A percentagem de análises que cumprem a legislação;
f) A informação complementar relativa às causas dos incumprimentos e às medidas correctivas implementadas.
6 — A entidade gestora deve disponibilizar a informação relativa a cada zona de abastecimento, quando solicitada.
7 — As entidades gestoras de sistemas de abastecimento particular devem publicitar trimestralmente nas suas instalações os resultados da verificação da conformidade da qualidade da água distribuída e enviá-los à respectiva autoridade de saúde.
Poder-se-á perguntar então se a informação disponibilizada cumpre ou não com o disposto. A resposta é simples: CUMPRE!
Mas será que diante tantas variáveis que estão em jogo, a disponibilização dos resultados “por grosso” descritas nos editais conferem ao consumidor um conhecimento real sobre a verdadeira qualidade da água que consomem? E a resposta também é simples: NÃO!
Através de uma busca aos sítios da internet dos municípios vizinhos (Abrantes, Mação e Vila de Rei), deu para perceber que a forma como são disponibilizados ao público os resultados das análises efectuadas à água não é a mesma nos quatro Concelhos. Com excepção da divulgação feita no “site” da Câmara Municipal de Abrantes, que considero muito boa (apenas um reparo, porque é que a identificação do local onde a amostra de água é colhida se refere à casa do senhor Fulano de Tal em vez do número de polícia respectivo?) as análises divulgadas pelos outros dois Municípios também não traduzem com fiabilidade a verdadeira qualidade da água pública distribuída.
- Atente-se na forma como são divulgados, pela Autarquia de Ílhavo, os resultados das análises efectuadas á água domiciliária distribuída no Concelho.
Se a legislação é a mesma e as análises exigidas são as mesmas, porque é que a forma adoptada pelo Autarquia de Ílhavo em divulgar os resultados laboratoriais obtidos à água de abastecimento domiciliário, não é adoptada, também, pelas outras Autarquias? No meu caso particular (Sardoal), até já existe um local específico onde tal informação poderia ser consultada (www.cm-sardoal.pt – serviços municipais – águas – análises) haja apenas vontade e um pouco mais de trabalho na criação da “página” e sua actualização.
P.S. Depois de ouvir o Ministro das Finanças e de dar uma olhadela ao relatório do Orçamento de Estado para o ano de 2011 (www.gov.pt/) porque é que continuo a não acreditar em quem nos governa? Se já cansa ouvir quem nos governa, o que dizer quando para além de os ouvirmos também sentimos a nossa impotência diante da dura realidade em que vivemos: Eles comem os figos e é a nós que nos rebenta a boca.
Este Orçamento vai passar na A.R. com os votos favoráveis dos deputados do PS, a abstenção dos deputados do PSD e os votos contra dos restantes deputados. Alguém duvida?
Alguém duvida que no próximo ano lá voltamos nós às urnas para escolhermos outros iguais a estes e, patinhos como antes, vamos acreditar nas suas promessas e tudo volta ao princípio?
Hoje tiram-nos o pão do bolso, amanhã da boca e assim nos matam à fome. Ainda que sobrevivam mais tempo que nós, sem o nosso pão, também morrerão.
O que é preciso para que os nossos tribunais julguem e punam exemplarmente o lado negro dos partidos que corrói os alicerces da nossa democracia?
SE OS PARTIDOS POLÍTICOS SÃO UM MAL NECESSÁRIO, QUE SE EXTERMINEM OS PARASITAS E AS INCOMPETÊNCIAS QUE SE ACOITAM À SUA SOMBRA!
– Últimas análises divulgadas no “site” da Câmara Municipal de Sardoal reportam-se ao 2º Trimestre de 2010.
1ª Pergunta: Sabendo-se que cada amostra de água se encontra perfeitamente identificada quanto ao seu local, data de recolha e resultados obtidos, porque é que essa informação não é disponibilizada no “site” da Câmara Municipal?
2ª Pergunta: Quando no Concelho do Sardoal existem vários sistemas independentes de distribuição de água (onde por vezes se misturam águas de diferentes origens e as condutas se misturam entre o novo e o antigo) a que se juntam cerca de 15 (?) depósitos ou reservatórios e os resultados fornecidos são globais, como posso saber se as análises que não cumprem a legislação se reportam sobre amostras colhidas no sistema de distribuição pública que abastece a minha casa?
Atentemos no que diz o Decreto-lei 306/2007, de 27 de Agosto, que estabelece o regime da qualidade da água destinada ao consumo humano, nomeadamente, o seu artigo 17º (Divulgação dos dados da qualidade da água):
1 — As entidades gestoras em baixa devem publicitar, trimestralmente, por meio de editais afixados nos lugares próprios ou na imprensa regional, no prazo máximo de dois meses após o trimestre a que dizem respeito, os resultados analíticos obtidos na implementação do PCQA,
sem prejuízo da divulgação adicional por outros formatos, designadamente, no seus sítios na Internet, por correio ou nos boletins municipais.
2 — Os editais devem permanecer afixados até à sua substituição pelos editais seguintes e ser enviados à autoridade de saúde.
3 — As entidades gestoras em baixa que actuem por delegação ou concessão devem publicitar na imprensa regional os dados trimestrais da qualidade da água ou, em alternativa, fornecê-los aos respectivos municípios, para que estes procedam à sua publicitação por edital.
4 — As entidades gestoras em alta devem fazer prova, trimestralmente, junto das entidades gestoras em baixa, dos resultados analíticos obtidos na implementação do PCQA, por ponto de entrega, num prazo máximo de dois meses após o trimestre a que dizem respeito.
5 — Da informação referida nos números anteriores deve constar, no mínimo, por parâmetro:
a) O número de análises previstas no PCQA;
b) A percentagem de análises realizadas;
c) O valor paramétrico;
d) Os valores, máximo e mínimo, obtidos;
e) A percentagem de análises que cumprem a legislação;
f) A informação complementar relativa às causas dos incumprimentos e às medidas correctivas implementadas.
6 — A entidade gestora deve disponibilizar a informação relativa a cada zona de abastecimento, quando solicitada.
7 — As entidades gestoras de sistemas de abastecimento particular devem publicitar trimestralmente nas suas instalações os resultados da verificação da conformidade da qualidade da água distribuída e enviá-los à respectiva autoridade de saúde.
Poder-se-á perguntar então se a informação disponibilizada cumpre ou não com o disposto. A resposta é simples: CUMPRE!
Mas será que diante tantas variáveis que estão em jogo, a disponibilização dos resultados “por grosso” descritas nos editais conferem ao consumidor um conhecimento real sobre a verdadeira qualidade da água que consomem? E a resposta também é simples: NÃO!
Através de uma busca aos sítios da internet dos municípios vizinhos (Abrantes, Mação e Vila de Rei), deu para perceber que a forma como são disponibilizados ao público os resultados das análises efectuadas à água não é a mesma nos quatro Concelhos. Com excepção da divulgação feita no “site” da Câmara Municipal de Abrantes, que considero muito boa (apenas um reparo, porque é que a identificação do local onde a amostra de água é colhida se refere à casa do senhor Fulano de Tal em vez do número de polícia respectivo?) as análises divulgadas pelos outros dois Municípios também não traduzem com fiabilidade a verdadeira qualidade da água pública distribuída.
- Atente-se na forma como são divulgados, pela Autarquia de Ílhavo, os resultados das análises efectuadas á água domiciliária distribuída no Concelho.
Se a legislação é a mesma e as análises exigidas são as mesmas, porque é que a forma adoptada pelo Autarquia de Ílhavo em divulgar os resultados laboratoriais obtidos à água de abastecimento domiciliário, não é adoptada, também, pelas outras Autarquias? No meu caso particular (Sardoal), até já existe um local específico onde tal informação poderia ser consultada (www.cm-sardoal.pt – serviços municipais – águas – análises) haja apenas vontade e um pouco mais de trabalho na criação da “página” e sua actualização.
P.S. Depois de ouvir o Ministro das Finanças e de dar uma olhadela ao relatório do Orçamento de Estado para o ano de 2011 (www.gov.pt/) porque é que continuo a não acreditar em quem nos governa? Se já cansa ouvir quem nos governa, o que dizer quando para além de os ouvirmos também sentimos a nossa impotência diante da dura realidade em que vivemos: Eles comem os figos e é a nós que nos rebenta a boca.
Este Orçamento vai passar na A.R. com os votos favoráveis dos deputados do PS, a abstenção dos deputados do PSD e os votos contra dos restantes deputados. Alguém duvida?
Alguém duvida que no próximo ano lá voltamos nós às urnas para escolhermos outros iguais a estes e, patinhos como antes, vamos acreditar nas suas promessas e tudo volta ao princípio?
Hoje tiram-nos o pão do bolso, amanhã da boca e assim nos matam à fome. Ainda que sobrevivam mais tempo que nós, sem o nosso pão, também morrerão.
O que é preciso para que os nossos tribunais julguem e punam exemplarmente o lado negro dos partidos que corrói os alicerces da nossa democracia?
SE OS PARTIDOS POLÍTICOS SÃO UM MAL NECESSÁRIO, QUE SE EXTERMINEM OS PARASITAS E AS INCOMPETÊNCIAS QUE SE ACOITAM À SUA SOMBRA!
domingo, 10 de outubro de 2010
Tão "cloro" como a água
Uma reportagem da SIC, esta semana, veio agitar as águas lá para as bandas da ERSAR (Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos). Com o apoio técnico da QUERCUS foi divulgada uma reportagem ("Desta água beberei?") que provou não ser de tão boa qualidade a água que corre nas nossas torneiras, especialmente no que diz respeito ao deficiente uso do cloro no seu tratamento.
Diante de tamanha evidência, veio de seguida a ERSAR, através de um comunicado de imprensa, desvalorizar os resultados obtidos durante a reportagem, uma vez que ”…o estudo focalizou-se em locais potencialmente mais problemáticos, aliás baseado nos nossos dados… que o Relatório da ERSAR abrangeu todo o País sem excepção… que importa ainda esclarecer devidamente os consumidores de algumas deficiências de base do Estudo SIC/Expresso/Quercus: Ao contrário do afirmado, uma consulta à Directiva Europeia e à legislação nacional permitiria constatar que não são fixados valores limite para o desinfectante residual… que Portugal, na mais recente revisão da legislação, entendeu seguir a recomendação da Organização Mundial da Saúde relativa aos níveis de cloro residual livre (0,2 a 0,6 mg/l), sublinhando-se que é apenas uma recomendação, não constituindo incumprimento a ocorrência de valores fora do intervalo…etc…”
Quem tem razão? A Reportagem SIC/Expresso/Quercus que dá conta da deficiente qualidade da água que bebemos ou a ERSAR que nos seus relatórios não se cansa de elogiar os resultados obtidos e fornecidos pelas inúmeras entidades distribuidoras (Municípios e outras)?
Vamos a factos:
Pergunta: Quais as vantagens e desvantagens do uso do cloro no tratamento da água para consumo humano?
Resposta: O cloro é um desinfectante altamente eficiente utilizado nos abastecimentos públicos de água para atenuar e eliminar as cargas microbiológicas presentes na água e desse modo impedir o desenvolvimento de doenças causadas por bactérias que possam existir na água ou nas paredes interiores da tubagem. Se a sua presença nas redes públicas de abastecimento de água é capaz de eliminar e prevenir doenças tão críticas como a cólera ou outras, uma elevada concentração do mesmo na água poderá originar doenças tão diversas que podem ir desde a asma a eczemas, passando pelo cancro do fígado, da bexiga e doenças coronárias.
Pergunta: É possível substituir o cloro no tratamento da água?
Resposta: Independentemente de haver outras alternativas que poderiam ser utilizadas na desinfecção da água para consumo humano (gás ozono e raios ultravioleta) os seus custos sendo incomensuravelmente superiores, fazem do cloro um elemento imprescindível para o tratamento da água para consumo humano.
Pergunta: Como é que eu posso saber se a água da rede pública que sai na minha torneira não me provoca qualquer mal à minha saúde?
Resposta: Não sei. Em matéria de desinfecção tudo depende da concentração de cloro residual livre que apresente: se for inexistente ou muito baixa posso estar sujeito a uma diarreia, se for muito elevada o seu consumo continuado pode-me provocar doenças muito graves.
Pergunta: Que obrigações têm as entidades de distribuição da água diante dos seus consumidores?
Resposta: Existem directivas comunitárias que obrigam a adopção de medidas que garantam a qualidade da água e o seu conhecimento público. De entre as medidas ressalto a necessidade de se publicitarem, trimestralmente, no caso de água fornecida a partir de uma rede de distribuição, por meio de editais afixados nos lugares próprios ou por publicação na imprensa regional, os resultados obtidos nas análises de demonstração de conformidade, acompanhados de elementos informativos que permitam avaliar do grau de cumprimento das normas de qualidade previstos. Em matéria de desinfecção, sempre que a desinfecção faça parte do esquema de tratamento da água para consumo humano, compete à entidade gestora assegurar a respectiva eficácia e garantir, sem comprometer a desinfecção, que a contaminação por subprodutos da mesma seja mantida a um nível tão baixo quanto possível e não ponha em causa a sua qualidade para consumo humano.
Pergunta: Posso confiar nos resultados das análises à água que corre na minha própria casa e que trimestralmente são publicitados pela entidade gestora (Município do Sardoal)?
Resposta: Não.
Pergunta: Que razões poderão então estar na base da minha desconfiança sobre a sua qualidade quando no site da ERSAR se pode ver que, desde 2006 são efectuadas todas as análises regulamentares à qualidade da água e que em apenas 5% delas se detectou desconformidade em relação ao incumprimento de alguns valores definidos na legislação em vigor?
Resposta: A informação contida nos editais publicitados é tal modo vaga e imprecisa que não reflecte de modo algum a verdadeira qualidade da água que corre nas minhas torneiras.
Pergunta: Porquê?
Resposta: Sabendo-se que existem 15 (?) depósitos disseminados por todo o Concelho, que são vários os sistemas públicos de distribuição, que são várias as origens da água tratada (subterrânea e de superfície), que dentro do mesmo sistema de distribuição se misturam tubagens novas com tubagens antigas, será que o número de amostras colhidas, analisadas e publicitadas são suficientes? No ano de 2008 que a ERSAR refere que 95,54% das análises efectuadas à água cumpriam com a legislação em vigor, podemos ver que das 90 amostras colhidas, os níveis de cloro residual se colocaram entre menos de 0,05 mg/l e 1,9 mg/l (para os tais 0,2 e os 0,6 mg/litro adoptados pela ERSAR e OMS) e onde nada se sabe quanto aos locais onde as amostras foram colhidas e em que data tal ocorreram. Será que nos editais que publicitam os resultados das análises efectuadas à qualidade da água distribuída não deveria figurar o local onde as amostras foram colhidas bem como o seu dia de recolha? (Que tal uma visita ao site da Câmara Municipal de Ílhavo, onde a informação prestada inclui todos os pontos de recolha das amostras, a data da colheita e os resultados? Que diferença!)
Muito mais poderia ser dito sobre quem tem razão sobre a qualidade da água que bebemos, se a reportagem da SIC/Expresso/Quercus se a ERSAR. A ERSAR não tem razão nesta disputa, ao afirmar que 98% da água distribuída em Portugal é de boa qualidade. Apenas divulga os resultados fornecidos pelas entidades gestoras dos sistemas. Quanto às inspecções que diz que faz, será que são assim tão isentas sobre as quais poderemos confiar?
Já agora…
- Porque é que quando existem reuniões dos Executivos Municipais, Assembleias Municipais, Concelhos de Ministros e toda a espécie de reuniões, se distribui água engarrafada?
- Será que é só por comodidade e medidas de higiene?
- Se a água que corre nas nossas torneiras é assim tão boa, a sua utilização em tais reuniões não seria uma medida de poupança do governo, uma vez que o litro da água engarrafada comercializada se encontra ao preço da gasolina super?
Conclusão: ÁGUA DA TORNEIRA É BOA PARA TOMAR BANHO, POR VEZES SERVE PARA CONFECCIONAR E RARAMENTE PRESTA PARA BEBER.
P.S. Continua o jogo em torno do Orçamento de Estado para o ano de 2011. Todos querem jogar sem ir a jogo. O bluff e as cartas marcadas dominam a partida. Pena é que em vez de fichas são os nossos destinos que estão em cima da mesa de poker.
O anedotário político vai engrossando dia a dia:
- O presidente do PS (Almeida Santos) considera que o esforço pedido pelo Executivo com novas medidas de austeridade "não são sacrifícios incomportáveis" e que "o povo tem que sofrer as crises como o Governo as sofre". (29 de Setembro de 2010). - Coitado do PS! Se o governo lhe está a infligir um grande sofrimento, por mim está dispensado. Dê o lugar a outros!
- Um deputado socialista, que aufere cerca de 3700 euros mensais, reagiu assim ao corte de 5% que será aplicado de forma progressiva na Função Pública a quem recebe mais de 1500 euros. "Tenho 60 euros de ajudas de custos por dia. Temos de pagar viagens, alojamento e comer fora. Acha que dá para tudo? Não dá", referiu Ricardo Gonçalves para argumentar a sugestão que fez de a Assembleia da República abrir a cantina à hora do jantar. O socialista Ricardo Gonçalves admite que lançou um repto irónico aos colegas de bancada, mas afirma que o assunto é sério, e que a classe política também é muito atingida pelas medidas de austeridade. "Estamos todos a apertar o cinto, e os deputados são de longe os mais atingidos na carteira". Coitados dos deputados! - Por mim, enquanto português, estão dispensados de assentar os seus “reais rabinhos” na Assembleia da República” e dêem os seus lugares a outros. (E que tal uma leitura atenta ao Diário da República nº 28 - I série- datado de 10 de Fevereiro de 2010 - RESOLUÇÃO da Assembleia da República nº 11/2010, que trata o Orçamento da Assembleia da República para o ano de 2010? Eram só (!!!) 100 Milhões de Euros. Se a isto somarmos as subvenções aos Partidos com assento na A.R. e as subvenções pelas campanhas eleitorais, o número eleva-se até aos 191 Milhões de Euros. Pouca coisa para tão grande trabalho!)
Diante de tamanha evidência, veio de seguida a ERSAR, através de um comunicado de imprensa, desvalorizar os resultados obtidos durante a reportagem, uma vez que ”…o estudo focalizou-se em locais potencialmente mais problemáticos, aliás baseado nos nossos dados… que o Relatório da ERSAR abrangeu todo o País sem excepção… que importa ainda esclarecer devidamente os consumidores de algumas deficiências de base do Estudo SIC/Expresso/Quercus: Ao contrário do afirmado, uma consulta à Directiva Europeia e à legislação nacional permitiria constatar que não são fixados valores limite para o desinfectante residual… que Portugal, na mais recente revisão da legislação, entendeu seguir a recomendação da Organização Mundial da Saúde relativa aos níveis de cloro residual livre (0,2 a 0,6 mg/l), sublinhando-se que é apenas uma recomendação, não constituindo incumprimento a ocorrência de valores fora do intervalo…etc…”
Quem tem razão? A Reportagem SIC/Expresso/Quercus que dá conta da deficiente qualidade da água que bebemos ou a ERSAR que nos seus relatórios não se cansa de elogiar os resultados obtidos e fornecidos pelas inúmeras entidades distribuidoras (Municípios e outras)?
Vamos a factos:
Pergunta: Quais as vantagens e desvantagens do uso do cloro no tratamento da água para consumo humano?
Resposta: O cloro é um desinfectante altamente eficiente utilizado nos abastecimentos públicos de água para atenuar e eliminar as cargas microbiológicas presentes na água e desse modo impedir o desenvolvimento de doenças causadas por bactérias que possam existir na água ou nas paredes interiores da tubagem. Se a sua presença nas redes públicas de abastecimento de água é capaz de eliminar e prevenir doenças tão críticas como a cólera ou outras, uma elevada concentração do mesmo na água poderá originar doenças tão diversas que podem ir desde a asma a eczemas, passando pelo cancro do fígado, da bexiga e doenças coronárias.
Pergunta: É possível substituir o cloro no tratamento da água?
Resposta: Independentemente de haver outras alternativas que poderiam ser utilizadas na desinfecção da água para consumo humano (gás ozono e raios ultravioleta) os seus custos sendo incomensuravelmente superiores, fazem do cloro um elemento imprescindível para o tratamento da água para consumo humano.
Pergunta: Como é que eu posso saber se a água da rede pública que sai na minha torneira não me provoca qualquer mal à minha saúde?
Resposta: Não sei. Em matéria de desinfecção tudo depende da concentração de cloro residual livre que apresente: se for inexistente ou muito baixa posso estar sujeito a uma diarreia, se for muito elevada o seu consumo continuado pode-me provocar doenças muito graves.
Pergunta: Que obrigações têm as entidades de distribuição da água diante dos seus consumidores?
Resposta: Existem directivas comunitárias que obrigam a adopção de medidas que garantam a qualidade da água e o seu conhecimento público. De entre as medidas ressalto a necessidade de se publicitarem, trimestralmente, no caso de água fornecida a partir de uma rede de distribuição, por meio de editais afixados nos lugares próprios ou por publicação na imprensa regional, os resultados obtidos nas análises de demonstração de conformidade, acompanhados de elementos informativos que permitam avaliar do grau de cumprimento das normas de qualidade previstos. Em matéria de desinfecção, sempre que a desinfecção faça parte do esquema de tratamento da água para consumo humano, compete à entidade gestora assegurar a respectiva eficácia e garantir, sem comprometer a desinfecção, que a contaminação por subprodutos da mesma seja mantida a um nível tão baixo quanto possível e não ponha em causa a sua qualidade para consumo humano.
Pergunta: Posso confiar nos resultados das análises à água que corre na minha própria casa e que trimestralmente são publicitados pela entidade gestora (Município do Sardoal)?
Resposta: Não.
Pergunta: Que razões poderão então estar na base da minha desconfiança sobre a sua qualidade quando no site da ERSAR se pode ver que, desde 2006 são efectuadas todas as análises regulamentares à qualidade da água e que em apenas 5% delas se detectou desconformidade em relação ao incumprimento de alguns valores definidos na legislação em vigor?
Resposta: A informação contida nos editais publicitados é tal modo vaga e imprecisa que não reflecte de modo algum a verdadeira qualidade da água que corre nas minhas torneiras.
Pergunta: Porquê?
Resposta: Sabendo-se que existem 15 (?) depósitos disseminados por todo o Concelho, que são vários os sistemas públicos de distribuição, que são várias as origens da água tratada (subterrânea e de superfície), que dentro do mesmo sistema de distribuição se misturam tubagens novas com tubagens antigas, será que o número de amostras colhidas, analisadas e publicitadas são suficientes? No ano de 2008 que a ERSAR refere que 95,54% das análises efectuadas à água cumpriam com a legislação em vigor, podemos ver que das 90 amostras colhidas, os níveis de cloro residual se colocaram entre menos de 0,05 mg/l e 1,9 mg/l (para os tais 0,2 e os 0,6 mg/litro adoptados pela ERSAR e OMS) e onde nada se sabe quanto aos locais onde as amostras foram colhidas e em que data tal ocorreram. Será que nos editais que publicitam os resultados das análises efectuadas à qualidade da água distribuída não deveria figurar o local onde as amostras foram colhidas bem como o seu dia de recolha? (Que tal uma visita ao site da Câmara Municipal de Ílhavo, onde a informação prestada inclui todos os pontos de recolha das amostras, a data da colheita e os resultados? Que diferença!)
Muito mais poderia ser dito sobre quem tem razão sobre a qualidade da água que bebemos, se a reportagem da SIC/Expresso/Quercus se a ERSAR. A ERSAR não tem razão nesta disputa, ao afirmar que 98% da água distribuída em Portugal é de boa qualidade. Apenas divulga os resultados fornecidos pelas entidades gestoras dos sistemas. Quanto às inspecções que diz que faz, será que são assim tão isentas sobre as quais poderemos confiar?
Já agora…
- Porque é que quando existem reuniões dos Executivos Municipais, Assembleias Municipais, Concelhos de Ministros e toda a espécie de reuniões, se distribui água engarrafada?
- Será que é só por comodidade e medidas de higiene?
- Se a água que corre nas nossas torneiras é assim tão boa, a sua utilização em tais reuniões não seria uma medida de poupança do governo, uma vez que o litro da água engarrafada comercializada se encontra ao preço da gasolina super?
Conclusão: ÁGUA DA TORNEIRA É BOA PARA TOMAR BANHO, POR VEZES SERVE PARA CONFECCIONAR E RARAMENTE PRESTA PARA BEBER.
P.S. Continua o jogo em torno do Orçamento de Estado para o ano de 2011. Todos querem jogar sem ir a jogo. O bluff e as cartas marcadas dominam a partida. Pena é que em vez de fichas são os nossos destinos que estão em cima da mesa de poker.
O anedotário político vai engrossando dia a dia:
- O presidente do PS (Almeida Santos) considera que o esforço pedido pelo Executivo com novas medidas de austeridade "não são sacrifícios incomportáveis" e que "o povo tem que sofrer as crises como o Governo as sofre". (29 de Setembro de 2010). - Coitado do PS! Se o governo lhe está a infligir um grande sofrimento, por mim está dispensado. Dê o lugar a outros!
- Um deputado socialista, que aufere cerca de 3700 euros mensais, reagiu assim ao corte de 5% que será aplicado de forma progressiva na Função Pública a quem recebe mais de 1500 euros. "Tenho 60 euros de ajudas de custos por dia. Temos de pagar viagens, alojamento e comer fora. Acha que dá para tudo? Não dá", referiu Ricardo Gonçalves para argumentar a sugestão que fez de a Assembleia da República abrir a cantina à hora do jantar. O socialista Ricardo Gonçalves admite que lançou um repto irónico aos colegas de bancada, mas afirma que o assunto é sério, e que a classe política também é muito atingida pelas medidas de austeridade. "Estamos todos a apertar o cinto, e os deputados são de longe os mais atingidos na carteira". Coitados dos deputados! - Por mim, enquanto português, estão dispensados de assentar os seus “reais rabinhos” na Assembleia da República” e dêem os seus lugares a outros. (E que tal uma leitura atenta ao Diário da República nº 28 - I série- datado de 10 de Fevereiro de 2010 - RESOLUÇÃO da Assembleia da República nº 11/2010, que trata o Orçamento da Assembleia da República para o ano de 2010? Eram só (!!!) 100 Milhões de Euros. Se a isto somarmos as subvenções aos Partidos com assento na A.R. e as subvenções pelas campanhas eleitorais, o número eleva-se até aos 191 Milhões de Euros. Pouca coisa para tão grande trabalho!)
domingo, 3 de outubro de 2010
Pensamentos
Pensamento 1: Em 24 de Setembro de 2009, antes das eleições legislativas, escrevia aqui, no “Três Bicas”:
«… Eu, tal como a esmagadora maioria dos portugueses, quero que quem me governe possa responder às minhas perguntas:
- Porque é que eu quando vivi em espaço de guerra, aquando da guerra colonial, me sentia mais em segurança que hoje, entre os meus e no meu próprio País?
- Porque é que eu continuo a ver o dinheiro dos meus impostos ser esbanjado em submarinos, em projectos de aeroportos e comboios de alta velocidade, para pagarem subsídios de integração a quem não se quer integrar e “alimentar” um conjunto enorme de pessoas que vive à custa de ideologias que gostariam que outros seguissem, qual esquema de ganhos em pirâmide?
- Porque é que existem portugueses que ainda muito antes do nascer do Sol vão ganhando vez à porta dos centros de saúde, para que lhes seja passada, por um médico, uma receita para dar continuidade ao tratamento de uma doença que os afecta ou afecta algum dos seus familiares? E se tem o “azar” de se atrasar, porque existem limites no número de actos a passar pelo médico, ou este por ventura falte, no dia seguinte lá se volta outra vez para a fila. Porquê?
- Porque é que quando alguns “poderosos” decidem errar, os tribunais que os vão julgar param no tempo? E se o erro envolve uma eventual violação de menores, porque será que essa paragem no tempo dá tempo a essas próprias crianças poderem estudar, formarem-se em direito e tornarem-se os juízes que vão julgar, finalmente, todos aqueles que atentaram contra a sua honra?
- Porque é que a nossa agricultura se encontra de “rastos” e conhecemos por estes dias um relatório da Comunidade Europeia o qual dava conta que Portugal foi o país da Comunidade que menos aproveitou os fundos destinados à agricultura (64 milhões de Euros?
- Porque é que Portugal é dos países que mais legisla? Quanto custam aos cofres do Estado as leis que, todos os dias, são feitas por batalhões de juristas pertencentes a Gabinetes de Advogados particulares?
- Porque é que o Director do Banco de Portugal, ao tempo, auferia um vencimento superior ao Director do Tesouro Norte-americano?
- Porque é que eu sinto serem cada vez mais escassas as probabilidades de eu, aos 70 anos, poder receber uma reforma que me permita encarar o fim dos meus dias com a dignidade que qualquer ser humano merece?
- Porquê?...
Acho que vou começando a ganhar consciência do que fazer do meu voto no próximo domingo!...»
Pensamento 2: Mais tarde, quando se revelou que os números do défice eram substancialmente superiores àqueles que o governo tinha utilizado na campanha eleitoral, porque a ânsia do poder assim exigia, em 22 de Novembro de 2009, escrevia eu aqui no “Três Bicas”:
«… A MINHA VAIA DA SEMANA: A forma como o Ministro das Finanças do governo anterior projectou em finais de Janeiro a projecção do défice a que Portugal chegaria no fim do ano de 2009 (por volta dos 3%) justificando que tal se deveria ao facto de se projectar um forte investimento do governo no apoio às empresas para fazer face ao elevado índice de desemprego verificado. O mesmo Ministro das Finanças, agora no novo governo, vem projectar esse mesmo défice em cerca de 8% (?), alguns meses depois, sem quaisquer resultados práticos no desemprego (e de que maneira subiu!) e sem perspectivas lógicas de inversão (será que a conjuntura económica mundial é a única culpada de tais desastrosos resultados?), ao mesmo tempo que é mantida a vontade de se investirem milhões (que não temos e precisamos pedir emprestado ao estrangeiro) para se construírem linhas de TGV e novos aeroportos, já para não falar da rocambolesca “novela do BPN”, deixa-me profundamente preocupado sobre o meu e o futuro de todos nós.
Alguém é capaz de duvidar que não estamos às portas de novos impostos e aumento dos existentes já para o início do próximo ano?
Com excepção dos políticos que nos governam (fazendo fé nas informações que os Media relatam diariamente, nunca tais figuras viveram tão bem), está a ser está cada vez mais difícil viver em Portugal!!!...»
Pensamento 3: Em 27 de Dezembro de 2009, voltava a escrever:
«…É cada vez mais nebuloso o futuro da minha comunidade e do meu País.
Os “sinais” que temos vindo a receber ano após ano, e em particular durante o ano que agora termina, são claros e inequívocos: aqueles que nós incumbimos de nos mostrarem o caminho que deveremos trilhar têm-nos conduzido para um precipício impossível de evitar. Esta “condução” é de tal forma brutal e ultrajante que nos enfeitiça quais cordeiros a caminho do matadouro. Todos o sabemos, incluindo eles próprios, e nada fazemos para evitar este “suicídio colectivo”…»
Pensamento 4: Em 16 de Maio de 2010, antes do PEC 2, escrevia:
«… Há meses que os portugueses têm sido “entretidos” com um cardápio de mentiras e falsas promessas. Existe alguém que se encarrega a si próprio de as criar e a outros de as transformar em verdades, depois de tanto as repetirem. Basta!
Quando um povo deixa de acreditar em quem o governa, só existe um caminho: substitui-se o governante porque não é possível substituir-se o Povo. Ninguém acredita na verdade de um mentiroso.
Porque o prazo de validade de José Sócrates enquanto PM chegou ao fim, está na hora de haver mudanças no nosso Governo. Que não haja lugar a eleições antecipadas, que o PS convide Teixeira dos Santos a assumir a pasta de PM e que este se veja livre de algumas “caricaturas” governamentais…»
Pensamento 5: Em 6 de Junho, depois do PEC 2, escrevia:
«…José Sócrates, enquanto P.M., garantiu na passada 6ª feira na Assembleia da República que não haverá aumento dos impostos até 2012.
Porque será que diante desta promessa todos os Portugueses se riram, para logo de seguida começarem a chorar?...»
Depois de recordar estes meus pensamentos e após ouvir as novas medidas de austeridade propostas por Teixeira dos Santos (se alguém tinha dúvidas, o desmentido em directo ao Primeiro Ministro sobre o tempo em que decorreriam as reduções na massa salarial dos funcionários públicos, foi suficiente para perceber que em matéria de finanças é T.S. quem manda) e as justificações dadas pelo “actor principal”, quer na conferência de imprensa dada no dia 29 de Setembro, quer no dia seguinte durante o debate quinzenal na Assembleia da República, porque é que eu não acredito que ainda não é desta que vamos superar a crise?
Os dramaturgos que têm dirigido a prestação do actor principal são realmente muito bons. Senão, vejamos:
1º À data das eleições legislativas, a troco do “interesse partidário” conseguiram camuflar tão bem os números do défice que ninguém teve argumentos válidos para os contestar. (Bem se esforçou Manuela Ferreira Leite!)
2º Após ganhas as eleições começaram a divulgar aos poucos tais números, para que o número final de 9,2 não criasse tanto “barulho”.
3º Identificado o número mágico, perante a pressão dos mercados internacionais e a possibilidade do Presidente da República comprometer os “interesses instalados” derivados das eleições de Setembro, nada como partilhar o odioso com o adversário mais directo. A troco do chamado “interesse nacional” e sob juramentos envenenados pariram o PEC 2. Muito fraquinho não vá o diabo tecê-las e o mesmo ficar comprometido.
4º Até ao dia em que o PR poderia dissolver o Parlamento e marcar novas eleições legislativas, mandaram o “actor principal” cantar loas ao estado do País. Enquanto os outros viviam com problemas sociais e económicos, nós já os havíamos deixado para trás. O desemprego embora subindo, descia. A economia embora descendo, subia.
5º Passado o prazo de validade do acto presidencial e porque o garrote já sufocava, nada como arranjar, de novo, parceiros para partilhar o peso da desgraça. Com uma precisão cirúrgica, marca-se uma reunião que só será secreta se não for favorável, cria-se a confusão, o actor principal sai de cena deixando a outros actores secundários o papel de desenharem o clima do drama e o seu regresso faz-se quando a confusão já reina.
6º Criado o clima tudo pode ser feito, porque a inimputabilidade do artista jaz na representação do papel que tem de desempenhar. E assim, presta-se a nascer o PEC3 a que se seguirá, por certo novos argumentos à nascença do PEC4 e por aí adiante.
Diante tudo isto há que reconhecer a enorme capacidade dos dramaturgos que têm desenhado o drama social e económico para o qual todos estamos a ser atirados. Todos? Não!!! Os actores são intocáveis. A sua inimputabilidade protege-os de serem responsabilizados criminalmente pelas desgraças que provocam junto do público para o qual actuam. Até quando? (Na sequência da tragédia financeira que invadiu recentemente a Islândia, o primeiro-ministro vai sentar-se no banco dos réus. Olha se a moda pega!)
Se ainda há quem queira saber o que correu mal nos últimos 4 meses após a aprovação do PEC 2, julgo que o que acabo de escrever esclarece a dúvida. Olhando para a sequência das cenas do drama, nada correu mal. Tudo correu bem. Muito bem, por sinal. Mesmo que dentro de algum tempo possamos saber as verdadeiras razões que “obrigaram” os Fundos de Pensões do Grupo PT a passarem para o domínio do estado (pagos os 2 submarinos ainda sobra muito dinheiro), nada como um bom enredo para justificar que sem o dinheiro que sobrou dos submarinos, os 7,3% seriam impossíveis de atingir, mesmo que, para tal, se utilizasse o 13º mês dos funcionários e o aumento do IVA para os 23%.
Com os Fundos de Pensão da PT, os novos cortes nas despesas e os novos aumentos de impostos, são duas as opções que estão em cima da mesa: ou existem buracos que se desconhecem (BPN e outros) que urge tapar, ou alguém pretende fazer uns "floriados" baixando os 7,3% previstos para alemão pasmar. Dentro de alguns meses saberemos.
A propósito dos Fundos de Pensão da PT, alguém consegue imaginar o que seria se os espanhóis da Telefónica, após a Golden Share apresentada pelo Governo Português, tivessem abandonado a ideia de adquirirem a participação que a PT detinha na Vivo brasileira?
Apague-se a luz, e feche-se a cortina do palco! Já chega de tanto drama!
«… Eu, tal como a esmagadora maioria dos portugueses, quero que quem me governe possa responder às minhas perguntas:
- Porque é que eu quando vivi em espaço de guerra, aquando da guerra colonial, me sentia mais em segurança que hoje, entre os meus e no meu próprio País?
- Porque é que eu continuo a ver o dinheiro dos meus impostos ser esbanjado em submarinos, em projectos de aeroportos e comboios de alta velocidade, para pagarem subsídios de integração a quem não se quer integrar e “alimentar” um conjunto enorme de pessoas que vive à custa de ideologias que gostariam que outros seguissem, qual esquema de ganhos em pirâmide?
- Porque é que existem portugueses que ainda muito antes do nascer do Sol vão ganhando vez à porta dos centros de saúde, para que lhes seja passada, por um médico, uma receita para dar continuidade ao tratamento de uma doença que os afecta ou afecta algum dos seus familiares? E se tem o “azar” de se atrasar, porque existem limites no número de actos a passar pelo médico, ou este por ventura falte, no dia seguinte lá se volta outra vez para a fila. Porquê?
- Porque é que quando alguns “poderosos” decidem errar, os tribunais que os vão julgar param no tempo? E se o erro envolve uma eventual violação de menores, porque será que essa paragem no tempo dá tempo a essas próprias crianças poderem estudar, formarem-se em direito e tornarem-se os juízes que vão julgar, finalmente, todos aqueles que atentaram contra a sua honra?
- Porque é que a nossa agricultura se encontra de “rastos” e conhecemos por estes dias um relatório da Comunidade Europeia o qual dava conta que Portugal foi o país da Comunidade que menos aproveitou os fundos destinados à agricultura (64 milhões de Euros?
- Porque é que Portugal é dos países que mais legisla? Quanto custam aos cofres do Estado as leis que, todos os dias, são feitas por batalhões de juristas pertencentes a Gabinetes de Advogados particulares?
- Porque é que o Director do Banco de Portugal, ao tempo, auferia um vencimento superior ao Director do Tesouro Norte-americano?
- Porque é que eu sinto serem cada vez mais escassas as probabilidades de eu, aos 70 anos, poder receber uma reforma que me permita encarar o fim dos meus dias com a dignidade que qualquer ser humano merece?
- Porquê?...
Acho que vou começando a ganhar consciência do que fazer do meu voto no próximo domingo!...»
Pensamento 2: Mais tarde, quando se revelou que os números do défice eram substancialmente superiores àqueles que o governo tinha utilizado na campanha eleitoral, porque a ânsia do poder assim exigia, em 22 de Novembro de 2009, escrevia eu aqui no “Três Bicas”:
«… A MINHA VAIA DA SEMANA: A forma como o Ministro das Finanças do governo anterior projectou em finais de Janeiro a projecção do défice a que Portugal chegaria no fim do ano de 2009 (por volta dos 3%) justificando que tal se deveria ao facto de se projectar um forte investimento do governo no apoio às empresas para fazer face ao elevado índice de desemprego verificado. O mesmo Ministro das Finanças, agora no novo governo, vem projectar esse mesmo défice em cerca de 8% (?), alguns meses depois, sem quaisquer resultados práticos no desemprego (e de que maneira subiu!) e sem perspectivas lógicas de inversão (será que a conjuntura económica mundial é a única culpada de tais desastrosos resultados?), ao mesmo tempo que é mantida a vontade de se investirem milhões (que não temos e precisamos pedir emprestado ao estrangeiro) para se construírem linhas de TGV e novos aeroportos, já para não falar da rocambolesca “novela do BPN”, deixa-me profundamente preocupado sobre o meu e o futuro de todos nós.
Alguém é capaz de duvidar que não estamos às portas de novos impostos e aumento dos existentes já para o início do próximo ano?
Com excepção dos políticos que nos governam (fazendo fé nas informações que os Media relatam diariamente, nunca tais figuras viveram tão bem), está a ser está cada vez mais difícil viver em Portugal!!!...»
Pensamento 3: Em 27 de Dezembro de 2009, voltava a escrever:
«…É cada vez mais nebuloso o futuro da minha comunidade e do meu País.
Os “sinais” que temos vindo a receber ano após ano, e em particular durante o ano que agora termina, são claros e inequívocos: aqueles que nós incumbimos de nos mostrarem o caminho que deveremos trilhar têm-nos conduzido para um precipício impossível de evitar. Esta “condução” é de tal forma brutal e ultrajante que nos enfeitiça quais cordeiros a caminho do matadouro. Todos o sabemos, incluindo eles próprios, e nada fazemos para evitar este “suicídio colectivo”…»
Pensamento 4: Em 16 de Maio de 2010, antes do PEC 2, escrevia:
«… Há meses que os portugueses têm sido “entretidos” com um cardápio de mentiras e falsas promessas. Existe alguém que se encarrega a si próprio de as criar e a outros de as transformar em verdades, depois de tanto as repetirem. Basta!
Quando um povo deixa de acreditar em quem o governa, só existe um caminho: substitui-se o governante porque não é possível substituir-se o Povo. Ninguém acredita na verdade de um mentiroso.
Porque o prazo de validade de José Sócrates enquanto PM chegou ao fim, está na hora de haver mudanças no nosso Governo. Que não haja lugar a eleições antecipadas, que o PS convide Teixeira dos Santos a assumir a pasta de PM e que este se veja livre de algumas “caricaturas” governamentais…»
Pensamento 5: Em 6 de Junho, depois do PEC 2, escrevia:
«…José Sócrates, enquanto P.M., garantiu na passada 6ª feira na Assembleia da República que não haverá aumento dos impostos até 2012.
Porque será que diante desta promessa todos os Portugueses se riram, para logo de seguida começarem a chorar?...»
Depois de recordar estes meus pensamentos e após ouvir as novas medidas de austeridade propostas por Teixeira dos Santos (se alguém tinha dúvidas, o desmentido em directo ao Primeiro Ministro sobre o tempo em que decorreriam as reduções na massa salarial dos funcionários públicos, foi suficiente para perceber que em matéria de finanças é T.S. quem manda) e as justificações dadas pelo “actor principal”, quer na conferência de imprensa dada no dia 29 de Setembro, quer no dia seguinte durante o debate quinzenal na Assembleia da República, porque é que eu não acredito que ainda não é desta que vamos superar a crise?
Os dramaturgos que têm dirigido a prestação do actor principal são realmente muito bons. Senão, vejamos:
1º À data das eleições legislativas, a troco do “interesse partidário” conseguiram camuflar tão bem os números do défice que ninguém teve argumentos válidos para os contestar. (Bem se esforçou Manuela Ferreira Leite!)
2º Após ganhas as eleições começaram a divulgar aos poucos tais números, para que o número final de 9,2 não criasse tanto “barulho”.
3º Identificado o número mágico, perante a pressão dos mercados internacionais e a possibilidade do Presidente da República comprometer os “interesses instalados” derivados das eleições de Setembro, nada como partilhar o odioso com o adversário mais directo. A troco do chamado “interesse nacional” e sob juramentos envenenados pariram o PEC 2. Muito fraquinho não vá o diabo tecê-las e o mesmo ficar comprometido.
4º Até ao dia em que o PR poderia dissolver o Parlamento e marcar novas eleições legislativas, mandaram o “actor principal” cantar loas ao estado do País. Enquanto os outros viviam com problemas sociais e económicos, nós já os havíamos deixado para trás. O desemprego embora subindo, descia. A economia embora descendo, subia.
5º Passado o prazo de validade do acto presidencial e porque o garrote já sufocava, nada como arranjar, de novo, parceiros para partilhar o peso da desgraça. Com uma precisão cirúrgica, marca-se uma reunião que só será secreta se não for favorável, cria-se a confusão, o actor principal sai de cena deixando a outros actores secundários o papel de desenharem o clima do drama e o seu regresso faz-se quando a confusão já reina.
6º Criado o clima tudo pode ser feito, porque a inimputabilidade do artista jaz na representação do papel que tem de desempenhar. E assim, presta-se a nascer o PEC3 a que se seguirá, por certo novos argumentos à nascença do PEC4 e por aí adiante.
Diante tudo isto há que reconhecer a enorme capacidade dos dramaturgos que têm desenhado o drama social e económico para o qual todos estamos a ser atirados. Todos? Não!!! Os actores são intocáveis. A sua inimputabilidade protege-os de serem responsabilizados criminalmente pelas desgraças que provocam junto do público para o qual actuam. Até quando? (Na sequência da tragédia financeira que invadiu recentemente a Islândia, o primeiro-ministro vai sentar-se no banco dos réus. Olha se a moda pega!)
Se ainda há quem queira saber o que correu mal nos últimos 4 meses após a aprovação do PEC 2, julgo que o que acabo de escrever esclarece a dúvida. Olhando para a sequência das cenas do drama, nada correu mal. Tudo correu bem. Muito bem, por sinal. Mesmo que dentro de algum tempo possamos saber as verdadeiras razões que “obrigaram” os Fundos de Pensões do Grupo PT a passarem para o domínio do estado (pagos os 2 submarinos ainda sobra muito dinheiro), nada como um bom enredo para justificar que sem o dinheiro que sobrou dos submarinos, os 7,3% seriam impossíveis de atingir, mesmo que, para tal, se utilizasse o 13º mês dos funcionários e o aumento do IVA para os 23%.
Com os Fundos de Pensão da PT, os novos cortes nas despesas e os novos aumentos de impostos, são duas as opções que estão em cima da mesa: ou existem buracos que se desconhecem (BPN e outros) que urge tapar, ou alguém pretende fazer uns "floriados" baixando os 7,3% previstos para alemão pasmar. Dentro de alguns meses saberemos.
A propósito dos Fundos de Pensão da PT, alguém consegue imaginar o que seria se os espanhóis da Telefónica, após a Golden Share apresentada pelo Governo Português, tivessem abandonado a ideia de adquirirem a participação que a PT detinha na Vivo brasileira?
Apague-se a luz, e feche-se a cortina do palco! Já chega de tanto drama!
Subscrever:
Mensagens (Atom)