segunda-feira, 29 de abril de 2013

Madeira - Trinta e Um Anos Depois


Nestes dias em que alguns (muito poucos) comemoraram os 39 anos do 25 de Abril de 1974 (a tal revolução que era para ser da Liberdade, da Igualdade e da Fraternidade… ah! ah! ah!), motivos profissionais, fizeram-me “refugiar” na Ilha da Madeira.
 
Trinta e um anos depois de a ter visitado pela última vez, não a reconheci.

 Agora percebo porque é que um “tal” de Alberto João Jardim, tido por uns como um “esbanjador dos dinheiros públicos portugueses” e por outros como “o arquitecto que foi capaz de dar vida á pedra e ao calhau” foi capaz de governar a Ilha da Madeira, desde 1974, sem que alguém lhe fosse capaz de fazer “sombra”, pese os seus “atropelos” à democracia (o que é isso?), à liberdade de imprensa (e os outros?), ao compadrio (e os outros?), às dívidas geradas (e os outros?) e à língua “afiada” (será que o que ele diz pela frente não dizem os outros por trás?).

 O que há 31 anos era “quase” um monte de “pedras e calhaus”, estradas estreitas e íngremes… a obra aí está! Nem a adversidade da natureza que às vezes a compromete é capaz de o negar.

Quantos políticos de pacotilha a quem um dia confiámos o nosso voto são capazes de apresentar a obra que AJJ é capaz de apresentar? E o estranho, ou talvez não, é que de alguns Madeirenses ainda fui capaz de ouvir muitas críticas à sua obra. Conhecessem eles as “obras” que por cá se fazem no “Continente” e talvez experimentassem algum arrependimento pelos seus lamentos. (Porque é que eu me lembro do meu Concelho e de algumas dezenas deles como ele?).   

E a Madeira aí está pronta para mostrar o que é que um Povo é capaz de fazer, quando para se ser agricultor ou construtor é necessário ser-se primeiro alpinista.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 











sexta-feira, 12 de abril de 2013

Apetece Fugir!

Penso que se fosse perguntado a todos os portugueses para traduzirem, em apenas duas palavras, sobre o que sentem ante o estado a que o seu País chegou, talvez o “apetece fugir” figurasse no topo das preferências.

Para onde quer que olhemos, seja ele Palácio de Belém, Palácio de São Bento, Praça do Comércio ou para o nosso “quintal” (o meu dá pelo nome de "Praça da República") e ante a nossa incapacidade de compreendermos o incompreensível, penso que, a única coisa que nos resta é mesmo fugirmos para muito… muito longe.

Quando há mais de um ano escrevia que Portugal havia entrado num “salve-se quem puder”, estava muito longe de imaginar que tal pudesse vir a ser tão determinante para a nossa própria sobrevivência. Sem nos darmos conta, de repente, até a nossa capacidade de sonhar nos tem sido cerceada. Do tal povo heróico e sonhador que a pena de Luís de Camões nunca se cansou de elogiar, apenas resta um povo moribundo que ordeiramente se posiciona numa fila esperando a hora de se entregar nas mãos do algoz.

Como chegámos aqui, todos o sabemos. Na ânsia de uma vida fácil, premiámos (e vá lá saber-se porquê continuamos a premiar) aqueles que, com “apurados” dotes oratórios a conquistaram da noite para o dia, independentemente de serem verdadeiros vendedores da banha da cobra ou de ilusões baratas. E eis-nos a eleger oportunistas, vigaristas e trafulhas para nos governarem, na esperança de que, um dia, algumas migalhas que sobrassem das suas bocas vorazes pudessem cair no “nosso colo”.

E essa gente, qual praga, foi-se proliferando à custa da divisão de todos nós acusando todos aqueles que possam, eventualmente, “fazer-lhes sombra” de terem "sede de poder" e serem o reflexo dos seus próprios defeitos. E assim foi engrossando o "bando" que, sob o manto protector de uma justiça que se fez de cega e surda, conseguiu (e ainda consegue) ver legalizados os seus desmandos e desvarios.

Agora, que a “comida” escasseia e mal dá para alimentar o "bando" e quando as migalhas já não caiem, eis-nos de repente “nus e de olhos vendados” vagueando num labirinto de dúvidas e incertezas procurando uma saída segura.

Nunca como agora foram tantos os ingredientes explosivos reunidos na "panela da desgraça". Os inquilinos-mor de Belém e da “minha” Praça da República são cidadãos que assumindo a sua condição de reformados, aparecem às suas janelas presidenciais apenas ao domingo, quando não chove e quando não fazem falta. Nos governos de São Bento e da “minha” Praça da República não se sabe quem manda, ninguém confia em ninguém, os culpados dos seus erros são sempre os outros e ambos esperam por novos milagres de Fátima. As oposições de São Bento e da “minha” Praça da República merecem tanta confiança como aquela que poderemos ter ao confiarmos a um incendiário a tarefa de levarem 10 litros de gasolina a um carro dos bombeiros paralisado numa frente de fogo.

Eis-me assim cidadão de um País em "frangalhos" residindo num Concelho em cacos!

Porque nós só temos uma vida, duas opções nos restam: ou a aproveitamos ou nos resignamos a que outros a aproveitem por nós:
- Que tal a aproveitarmos?
- Que tal recuperarmos de novo a capacidade de sonharmos?
- Que tal voltarmos a ser o Povo que outrora já fomos, valorizando o mérito conquistado através do trabalho e punindo severamente todos aqueles que o queiram conquistar á custa do seu ócio e do trabalho dos outros?
- Que tal escolhermos para lideres homens com H grande que pensem em nós antes deles?

- CONSCIÊNCIA! Porque tardas?

- JUSTIÇA! Porque dormes?


POST SCRIPTUM

Porque poderá ser no passado que possamos encontrar energias para enfrentar o futuro, talvez seja altura de fazermos algumas "visitas" ao nosso próprio passado e buscar nele o alento que nos possa eventualmente agora faltar.

Permitam-me que partilhe instantâneos de uma certa viagem que realizei há cerca de um ano. Esta partilha tem uns destinatários muito especiais, uma vez que, só eles conseguem perceber o quanto elas são capazes de “acordar” sonhos adormecidos. Elas remetem-nos para um tempo no qual os tais oportunistas, vigaristas e trafulhas que agora nos governam, governando-se com a maior das impunidades, eram isso mesmo: oportunistas, vigaristas e trafulhas que rejeitávamos com todo o desprezo e vigor.

Eis o meu regresso 37 anos depois a um espaço que me conheceu durante sete anos como "sofrível" aluno, mas grande companheiro.

Que saudades!


sábado, 6 de abril de 2013

Olá!!!

Não consegui resistir! Depois de quase um ano a que me votei ao silêncio neste “cantinho”, penso que, independentemente de eu continuar na busca do tal novo caminho que me prometi experimentar (tem sido entusiasmante) talvez se justifique que face ao “desmoronamento social” do meu País volte a dar “alguma vida” ao ”tresbicas”. A todos aqueles que, ao longo de todo este tempo continuaram a visitar o “tresbicas” na esperança (?) de poderem encontrar algo de novo, gostaria de lhes agradecer a “salutar teimosia” que muito me envaidece. Porque será que passados todos estes anos ainda conseguimos ficar indiferentes ante sapateiros que ao pretenderem tocar rabecão não só são capazes de danificar o instrumento que não lhes pertence como não se coíbem, em alguns casos, de culpar do facto o inocente do músico apenas e só porque se sentem com poder para tanto? Isto até nem seria relevante se sobre o sapateiro recaísse a responsabilidade de reparar os danos por si praticados, contudo, uma vez que a outros (nós) cabe tal responsabilidade, a coisa muda de figura. E são tantos os casos a que assistimos diariamente!... (Um dia destes trarei aqui um desses casos que, por sinal, aconteceu (e ainda acontece) perto da “minha porta”.) Depois de anteontem ter assistido à queda de um anjo (apenas e só porque queria ser "doutor a pouco custo") e de ontem todos ficarmos a perceber, ainda mais, a situação explosiva em que todos nós nos encontramos (porque quem nos governa não presta e quem se dispõe a substituir tão irresponsável gente, também não é melhor) fez-me recordar um artigo que aqui escrevi há pouco mais de um ano: “SALVE-SE QUEM PUDER!” http://tresbicas.blogspot.pt/2012/02/salve-se-quem-puder