segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Notícias do meu País

Notícia 1 (DN 02/08/2011)

Segundo o "Jornal de Notícias", os quatro motoristas da Secretaria de Estado da Cultura são os funcionários que mais auferem no Governo de Passos Coelho, ultrapassando quase todo o secretariado e colaboradores dos restantes ministérios, de acordo com os dados sobre as nomeações governamentais, disponíveis na página do Executivo na Internet. Liderada por Francisco José Viegas e tutelada pelo primeiro-ministro, aquela Secretaria de Estado atribui a cada um dos motoristas um vencimento base de 1866,73 euros. Armando Cardoso, 48 anos, Sérgio Campos, 35, Nuno Gonçalves, 34, e André Viola, com 21 conseguem auferir quatro vezes mais do que os 583,58 euros atribuídos a Jorge Morais, 46 anos, motorista de Passos Coelho.
Fonte oficial da Cultura classificou o cenário como "normal", de acordo com "uma uniformidade de critérios", que pode não ter sido seguida pelas restantes pastas quando forneceram os dados.



Notícia 2 (Público 20/01/2012)

Em declarações aos jornalistas no final da primeira etapa da visita de dois dias que está a fazer ao Porto, Santo Tirso, Famalicão e Guimarães, o Presidente da República recusou pronunciar-se sobre as recentes nomeações políticas para a EDP, afirmando que não devia expressar a sua opinião.

“Como Presidente da República não tenho qualquer intervenção em qualquer nomeação para cargos empresariais ou para cargos na administração pública. É uma matéria que é totalmente da competência de outros cargos ou da competência de accionistas não devo, de facto, de expressar a minha opinião”.

No turbilhão de perguntas que os jornalistas lhe colocaram, a que criou maior embaraço a Cavaco foi a que teve a ver com o facto de o chefe de Estado receber subsídio de férias e de Natal, como reformado do Banco de Portugal. O Presidente da República olhou o jornalista durante alguns instantes e depois de fazer uma prolongada pausa disse: “Vou responder.”

“Neste momento já sei quanto é que irei receber da Caixa Geral de Aposentações. Descontei quase 40 anos uma parte do meu salário para a CGA como professor universitário e também descontei durante alguns 30 anos como investigador da Fundação Calouste Gulbenkian e devo receber 1300 por mês, não sei se ouviu bem 1300 euros por mês”, disse Cavaco, olhando o jornalista. “Tudo somado, o que irei receber do Fundo de Pensões do Banco de Portugal e da Caixa Geral de Aposentações quase de certeza que não vai chegar para pagar as minhas despesas porque como sabe eu também não recebo vencimento como Presidente da República”, disse Cavaco.

Porém, o Presidente da República não esclareceu o valor da pensão relativa ao Banco de Portugal (BdeP).

Mas uma fonte não oficial do Banco de Portugal assegurou ao PÚBLICO que Cavaco Silva nunca deixou de descontar para o fundo de pensões do BdeP. Está acima do nível 18, o que equivale a uma pensão entre os 4.000 e os 6.000 euros por mês.

Refira-se que a pensão máxima do Banco de Portugal ronda os 8.000 mil euros.

Há precisamente um ano, o chefe de Estado decidiu prescindir do seu vencimentos como Presidente da República, no valor de 6.523 euros, e hoje, em declarações aos jornalistas, no final de uma visita ao gabinete do munícipe da Câmara do Porto, Cavaco fez questão de referir que não recebia qualquer vencimento pelas suas funções.

A decisão do Presidente surgiu depois da aprovação da legislação que põe fim à acumulação de pensões com vencimentos do estado, a partir de 1 de Janeiro de 2011.
O Presidente da República acumula duas pensões, a de professor catedrático na Universidade Nova de Lisboa e a de reformado do Banco de Portugal, que totalizam cerca de dez mil euros.


Notícia 3

Numa declaração entregue a 14 de Dezembro de 2010, quando se candidatou ao segundo mandato de Presidente da República, Cavaco Silva apresentou quase 283 mil euros de rendimentos auferidos em 2009. Destes, 140.601,81 euros foram em pensões.


Notícia 4

O jornal "i" escreve hoje (23/01/2012) que, além dos 10 mil euros por mês das pensões, Cavaco Silva recebe ainda 2900 euros por média (e por mês) para despesas de representação pelo cargo que ocupa. Assim, avança o jornal, o presidente não ganha só os 10 mil euros de que se falou nos últimos dias, mas sim 13 mil.
O orçamento da Presidência da República prevê uma verba de 4,5 milhões de euros para 2012 na rubrica representação da República. Uma valor menor que, segundo o jornal, diminuiu desde 2009, e inclui também as remunerações com o gabinete de Cavaco e as Casas Civis e Militar e ainda as remunerações pagas ao pessoal dos gabinetes dos anteriores presidentes.



Notícia 5 (DN 23/01/2012)

Quando daqui a quatro anos deixar a Presidência da República, Cavaco Silva não deverá poder juntar uma subvenção política às pensões de dez mil euros brutos que agora recebe, mas vai ter direito a um gabinete com secretária e assessor da sua confiança, a um carro com motorista e combustível para serviço pessoal e ajudas de custo para as deslocações oficiais fora da área de residência.
Estes são direitos que a lei dá aos antigos chefes do Estado e que pesam um milhão de euros no orçamento do Palácio de Belém. Feitas as contas, Ramalho Eanes, Mário Soares e Jorge Sampaio custam, cada um, cerca de 300 mil euros aos cofres públicos (por ano).



Será que alguém, depois de Ler estas 5 notícias é capaz de ficar indiferente e continuar a manifestar a sua total disponibilidade em aderir ao apelo Nacional lançado pelos nossos líderes políticos para que continuemos a nossa caminhada de sacrifícios em demanda de um futuro melhor?


Comentário 1

Olhemos para a 1ª notícia e reflictamos:

- Porque é que os motoristas nomeados pelo Governo, ao nível do seu salário, uns são mais iguais que outros?

- O que é que uns têm que outros não têm, para além de terem todos (naturalmente) uma carta de condução?


Depois da publicação do meu último artigo (O Tacho e a Vaca) recebi um e:mail que dava conta da insatisfação que grassa na Secretaria de Estado da Cultura pela invulgaridade de três nomeações efectuadas por este Governo e onde se destaca um Motorista de apenas 21 anos de idade. Este jovem, que ao que parece não pôde ser nomeado no dia 28/06/2011, tal como os outros três motoristas seus colegas, porque à data ainda não possuiria a necessária carta de condução, o que veio a verificar-se apenas no dia 18/07/2011.

Não sei, nem estou interessado em saber, se à data da sua nomeação esse jovem tinha carta de condução há 3 anos ou há 3 dias, se é alto e loiro, se tem voz grossa ou voz fina, se é português ou chinês, se apenas é motorista ou algo mais (guarda-costas, por exemplo). O que eu sei é que quando comparamos a sua idade e o seu vencimento bruto com outros motoristas nomeados pelo governo (alguns deles conseguem ter mais anos de carta de condução que esse jovem de vida e que, mesmo assim, este jovem ainda os consegue vencer, por KO, em matéria de salário), por muito insensível que alguém seja, não consegue ficar indiferente diante do conhecimento do modo como é utilizado o dinheiro dos seus impostos.

Eu não sou diferente dos demais e juntando este caso a outras nomeações conhecidas, apetece-me vomitar como se através desse acto eu pudesse expurgar a culpa de me sentir co-responsável neste processo de nomeações de Joys for the Boys, onde a competência profissional parece ser variável dispensável na hora do “acerto de contas” pendentes ou a pender para o futuro.

AQUI HÁ ALGO QUE FEDE!!!


Comentário 2

Quanto às outras notícias o sentimento de revolta ainda consegue provocar-me mais dano, mesmo tendo a consciência que não votei Cavaco, nem para este mandato, nem para o mandato anterior.

Muito se tem escrito sobre o que Cavaco Silva disse e não deveria ter dito ou não disse e deveria ter dito.

Concordo e assino por baixo da esmagadora maioria das críticas que lhe são feitas e até tento perceber a defesa que alguns fazem sobre o amigo, mas o que mais me intriga no meio desta guerra de palavras é não saber do paradeiro do Presidente da República do meu País.

- Onde pára aquele que deveria ser a nossa referência Nacional e em quem ainda poderíamos confiar, pese o facto de nos ter falhado em outros momentos decisivos, mas que agora tendíamos a esquecer diante do Cabo das Tormentas em que nos encontramos?

O pior que pode acontecer a um Povo é sentir-se abandonado à sua sorte.

As palavras proferidas por Cavaco Silva revelam que o nosso Presidente da República se encontra de tal modo dominado pela pressão da ganância do interesse próprio que o resto (todos nós) se tornou secundário. E o que mais preocupa neste caso é que tal pressão está em crescendo e não dá mostras de abrandar tantos têm sido os sinais que temos assistido ao longo dos tempos (as acções do BPN, o total adormecimento durante o seu 1º mandato que tudo permitiu a José Sócrates, etc).

Onde pára o nosso Presidente da República? Será que ainda o temos ou o que dele resta é apenas o seu fato? Será que eu, enquanto cidadão Português, não estou já abandonado à minha sorte sem o saber?

Para bem de um povo com, quase, 900 anos de História, Portugal precisa de um Presidente que direccione toda a sua atenção nas necessidades do seu Povo em vez de se deixar vencer pela tentação do interesse próprio. Será que a mistura desses interesses não o fragiliza ao mesmo tempo que enfraquece todos nós?

NÓS NÃO MERECIAMOS ISTO!!!

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