quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Transparência

Já entrámos no tal ano que muitos pretendem que passe depressa e outros que passe o mais devagar possível. Eu faço parte daqueles que pretende que 2012 passe o mais devagar possível e desde logo fico contente porque o ano é bissexto, e por via disso, tenho mais um dia para satisfação da minha vontade.

A minha vontade para que o ano de 2012 passe devagar, nada tem a ver com a profecia da Civilização Maia quanto ao fim da Humanidade lá para o dia 21 de Dezembro (durante anos, eu e muitos de nós vivemos com a profecia do “a 2000 chegarás, mas de 2000 não passarás” e já lá vão 12 anos!!!), mas apenas porque quero desfrutar o melhor possível o legado que Deus me concede: a capacidade de viver e apreciar a vida que me rodeia.

Pese todos os escolhos que os nossos passos têm de transpor diariamente… É BOM VIVER!

É inquestionável que a vida vivida sem dor é tudo aquilo que qualquer um de nós ambiciona, independentemente dessa dor ser física ou psíquica. E porque também eu quero viver a vida longe da dor só tenho uma saída: tudo fazer para a não ter!

Só alguém para quem a vida não tem qualquer valor é que pode ficar insensível diante do conhecimento que vivemos numa sociedade doente. Pese toda a “saúde” que possa evidenciar, a dor dessa “doença” acabará por “contagiá-lo” e com isso condicionar a sua forma de vida. E porque vivo numa sociedade que há muito se encontra doente, a forma que tenho encontrado para contribuir para as suas “melhoras” é revelar o segredo da minha “saúde”. Independentemente de saber que as minhas “armas” não são indestrutíveis, dados os muitos defeitos que possuem, saber que, pelo menos, poderão “ajudar” uma só pessoa, já vale a pena o propósito.

Colocando de novo os olhares sobre o provir (este ano e todos os que se seguirão) penso que se formos capazes de perceber que os avanços da ciência não nos mudou só a nós, mas também os outros foram mudados, conseguiremos encontrar a saída para a resolução de muitos problemas que causam “dor” aos outros e a nós também.

Os avanços na tecnologia da informação já não nos permitem pensar que somos capazes de esconder os nossos pensamentos quanto mais os nossos actos. O “Big Brother” do livro “1984” da autoria de George Orwell, publicado em 1949, comparado com o que se passa nos dias de hoje, é como compararmos a era animal no tempo dos dinossauros e a era atual.

E se já não conseguimos ser transparentes, porque é que alguns teimam em pensar ser possível tal aventura?

Dos que acreditam que o homem-fantasma ainda consegue fazer “milagres”, ninguém consegue bater os nossos políticos. De entre eles, os que mais se destacam são, seguramente, aqueles que mais de perto vivem junto das comunidades que os elegeram. E destacam-se especialmente pelo juízo de valor que fazem quanto à ingenuidade dos outros que eles julgam conhecer. Quão enganados muitos deles andam!

Será que alguém seria capaz de aceitar que alguém fosse, às segundas, quartas e sextas, juiz numa comarca e às terças e quintas, fosse advogado na comarca vizinha? E se não conseguimos aceitar tal hipótese, porque é que continuamos a pactuar através dos nossos silêncios ou interesses particulares em dar continuidade a actos que enfraquecem a comunidade à qual pertencemos?

E se cada um de nós ocupasse apenas o espaço a que tem direito, em vez de procurar incessantemente ocupar os espaços que a outros compete?


Cara ou Coroa

Cá para as bandas do meu Concelho, o espartilho financeiro que envolve a sua Autarquia mal lhe dá espaço para respirar quanto mais andar. Assim os dias sucedem-se uns a seguir aos outros sem que a rotina seja minimamente quebrada.

Porém, na semana do Natal, “O Mirante” publicou um artigo que dava conta que a Barragem da Lapa que foi inaugurada em Dezembro de 2002 e até hoje não foi entregue pelo consórcio construtor à Câmara Municipal do Sardoal, preocupa os deputados socialistas eleitos pelo círculo eleitoral de Santarém. A preocupação destes deputados prende-se com as medidas preventivas a que Barragem tem estado sujeita ao longo destes anos (desde Fevereiro de 2004) que impede que seja ultrapassado o nível dos 164 metros, dada a existência de anomalias detectadas na sua construção pelo LNEC e confirmadas pelo INAG. A preocupação é tanta (?) que levou estes senhores Deputados a enviarem um requerimento à Ministra da Agricultura (não seria o Ministro da Administração interna?) no qual perguntavam quais as medidas adoptadas para a salvaguarda da segurança de pessoas e bens existentes a jusante da barragem de "deficiente" construção ao mesmo tempo que reclamavam ainda pelo conhecimento dos relatórios enviados sobre esta matéria à Câmara Municipal de Sardoal.

O que me chamou mais a atenção nesta notícia não foi as deficiências construtivas da barragem da Lapa que sempre conheci durante o tempo que fui Vereador (Outubro/2005 – Outubro/2008) e das inúmeras histórias que envolvem as entidades envolvidas na sua construção quanto ao corrige - não corrige, mas quem vem agora reagir e pugnar pelo direito à salvaguarda da segurança de pessoas e bens existentes a juzante da barragem.

Onde é que andaram todos estes senhores ao longo de todos estes anos? Quais foram as suas responsabilidades governamentais desde 2005 para terem andado tão “distraídos”? Se não me falha a memória, os actuais deputados do PS eleitos pelo círculo eleitoral de Santarém, na Legislação anterior, um era ministro da Agricultura, a outra secretária de Estado e o outro Deputado.

Porque é que isto me cheira a oportunismo político? Cara ou Coroa?

COROA!

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