O terramoto provocado pela Moody´s ao baixar o rating de Portugal para a categoria de lixo, está a ter como resposta um tsunami dos portugueses pelo qual, essa empresa de rating, possivelmente, não esperava.
Pessoalmente, e o que mais me indigna neste senhores que jogam com os destinos económicos dos Países, como se de um simples jogo de monopólio se tratasse, é o facto de se tornarem cegos e surdos ante a vontade de um País em querer contrariar as suas estratégias de jogo.
O novo Governo tomou posse há meia dúzia de dias e já provou que não irá seguir os trilhos adoptados pelo Governo anterior. Não custa perceber a sua determinação na hora de zelarem pelos compromissos assumidos com a Troyka. A par de tal determinação, a esmagadora maioria do povo português, já mostrou que compreende e aprova as medidas de austeridade julgadas imprescindíveis para o aliviar do garrote que outros colocaram em torno do nosso pescoço.
A minha indignação à intervenção da Moody´s na véspera do Governo emitir uma nova dívida a 3 meses, ainda se tornou maior quando soube que ela, para além de aconselhar outros a investir, ela própria está inserida numa complexa rede de investidores que ganham o que querem e quando querem, uma vez que são elas que determinam o preço da compra e o preço da venda de um produto que outros precisam e eles têm em abundância. Para se perceber melhor este intricado jogo de interesses basta fazer uma pesquisa no “Google” sobre “Quem manda nas agências de rating?” (Se procurarmos bem, veremos gente que precisariam de muitas vidas para gastar a fortuna que têm, ao mesmo tempo que tudo fazem para passarem despercebidos entre nós).
Diante disto entendi, também, contribuir de uma forma muito simbólica para engrossar a onda do tsunami. Assim, através do link:
http://www.kampyle.com/feedback_form/ff-feedback-form.php?site_code=6526504&form_id=4945&lang=en&url=http%3A%2F%2Fwww.moodys.com%2FPages%2Fcontactus.aspx#1#
enviei à Moody´s a seguinte mensagem:
“I don´t like the way you make money! What do you know about my country (Portugal) that I don´t know? If we are doing our best to awake from a long "sleep" (you and others are the true responsibles for that sleep) what we need to do, to show you, that we are a responsible people? Please, tell me, what are your really intentions about my country? By the way, what you think about your fellows americans? Are they better than us? I´m sorry but I don´t understand your last decisions about the credibility of our new government in function in the last 2 weeks. Are you serious or behind your acts there are something else that we can´t see?” (Fernando J. S. Morais fjs.morais@sapo.pt )
(“Não gosto do modo como vós fazeis dinheiro! Que sabeis do meu país (Portugal) que eu desconheço? Se nós estamos a dar o nosso melhor para acordarmos de um longo sono (vós e outros sois os responsáveis por esse sono), o que é que nós deveremos fazer para vos mostrar que somos um povo responsável? Por favor, digam-me quais são as vossas verdadeiras intenções sobre o meu País? A propósito, o que pensais sobre os vossos concidadãos americanos? Serão eles melhor que nós? Desculpem, mas não compreendo as vossas últimas decisões quanto à credibilidade do nosso novo governo em funções há duas semanas apenas. Será que sois sérios ou atrás dos vossos actos existe mais qualquer coisa que nós não conseguimos ver?”) (Fernando J. S. Morais fjs.morais@sapo.pt)
Mudando de assunto, uma notícia divulgada ontem pela generalidade da Comunicação Social dava conta que o Ex-Primeiro Ministro José Sócrates pediu, nos termos da lei, uma licença sem vencimento das funções de Engenheiro Técnico Civil do quadro de pessoal da Câmara Municipal da Covilhã a que pertence, para ingressar numa instituição universitária internacional. As notícias davam ainda conta que o tal lugar que detém no quadro de pessoal daquela autarquia se encontra cativo desde 1987.
Quando a Lusa deu ontem a notícia em primeira-mão, não quis acreditar que tal fosse verdade, mas à medida que os restantes órgãos de comunicação social foram veiculando tal notícia fui obrigado a aceitá-la. Só consigo perceber esta decisão numa lógica do artista nos querer iludir com qualquer coisa que poderá ter escondido e não ser nada conveniente que se descubra, distraindo as nossas eventuais atenções. Se eu não exercesse a profissão de Engenheiro Técnico Civil, ainda era capaz de lhe dar o benefício da dúvida, mas exercendo-a e dela dependendo por inteiro, não tenho dúvidas que caso voltasse para aquela autarquia, ou virava manga de alpaca ou teria de voltar a estudar. E por tudo isso, qual seria o seu vencimento mensal?
E eu que pensava que não voltaria aqui a escrever sobre esta figura da nossa história recente, mas convenhamos que diante de uma notícia destas não é possível ficarmos indiferentes!
Cara ou Coroa
À medida que os dias vão passando e vamos percebendo a “tempestade” que está prestes a atingir o meu Concelho, só me consigo lembrar de uma história infantil que os meus pais me contaram quando ainda eu acreditava que os animais falavam, que havia fadas, etc.
A história falava de 3 porquinhos a quem a sua mãe entendeu distribuir todas as suas economias para que fugissem e fossem para bem longe da quinta onde viviam, uma vez que o dono dessa quinta os queria vender e separar. Depois de muito andarem viram um campo deserto e ali decidiram fazer as suas próprias casas.
O porquinho mais novo adorava brincar. Apenas lhe interessava o agora, porque o mais tarde ficava muito longe. Por isso entendeu gastar o menos possível na construção da sua casa para ficar com mais dinheiro para comprar brinquedos e ter mais tempo para brincar. Fez uma casinha de palha.
O porquinho do meio gostava muito de cantar. Apenas lhe interessava o hoje, porque o amanhã ficava muito longe. Para ter mais tempo para se poder dedicar à música e entreter os seus irmãos fez uma casa de madeira e com o resto do dinheiro comprou instrumentos musicais.
O porquinho mais velho era muito trabalhador. Para ele o que contava era o amanhã, porque o amanhã se tornava em hoje rapidamente. As suas preocupações levaram-no a investir todas as economias na construção de uma casa que lhe desse garantias de segurança para o tal amanhã. Fez uma casa de alvenaria.
E todos, à sua maneira, eram felizes, até que apareceu por aquelas paragens um lobo mau que os queria comer. Um pequeno sopro do lobo foi suficiente para atirar pelos ares a casa de palha. Com algum esforço suplementar lá conseguiu, também, atirar para o chão a casa de madeira. Quanto à casa de alvenaria, bem assoprou o lobo mau, só que não a conseguiu derrubar gorando-se os seus intentos de comer os porquinhos que então ali se haviam escondido no seu interior.
Regressando ao meu Concelho o que os meus olhos vêem é uma casa de madeira que está prestes a receber os “sopros do lobo mau” e em vez de se levantarem paredes preventivas de alvenaria que a protejam, apenas se espetam mais alguns pregos nas tábuas de madeira.
São muitos os sinais que vamos tendo sobre os “ventos ciclónicos” que se abaterão muito em breve sobre o Concelho, contudo a percepção que se tem é a de que os nossos governantes locais não estão muito preocupados com tais “ventos”, pois caso apareçam, cá estarão para resolver os problemas que os mesmos provoquem. Segundo ouvi já foram tomadas algumas medidas tendentes a se reduzirem algumas despesas (exemplo: redução do papel circulante no interior do edifício da Autarquia e redução das despesas com chamadas telefónicas), mas será isso suficiente? Será que tais medidas não representam apenas os tais pregos espetados em tábuas de madeira que o tempo ajudou a fragilizar?
Enquanto a “tempestade” não chega… canta-se e dança-se.
CARA ou COROA?
domingo, 10 de julho de 2011
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