domingo, 20 de fevereiro de 2011

Solidariedade

A Internet é, possivelmente, a arma mais poderosa que o homem alguma vez inventou. Ao alcance de todos, através dela, tudo é possível, desde alguém trabalhar num País sem lá viver, até outro alguém conseguir derrubar governos sem falar a língua dos governantes. Pelo meio, o que é que quer que pensemos, está lá.

Através dela trabalhamos; através dela gerimos as nossas finanças e compromissos financeiros; através dela contactamos com os nossos amigos; através dela sabemos das notícias do Mundo; através dela quase tudo é possível, basta para tanto um acesso a ela, ao alcance de qualquer um.

No meu caso particular que a ela me encontro ligado todos os dias, desde que me levanto até que me deito, não só porque dela dependo por motivos profissionais, mas porque gosto de estar actualizado sobre tudo o que me rodeia, esta semana que agora terminou, pondo de parte a componente profissional, a Internet trouxe-me notícias que provocaram em mim os mais distintos estados de alma, desde o encontrar amigos que se encontravam perdidos no tempo (o Fernando Npoloque em Moçambique e a Júlia Vitorino nos Estados Unidos, com quem já não trocava uma palavra há mais de 35 e 43 anos, respectivamente), até a confirmação de que o nosso País continua suspenso num abismo (por mais que os nossos políticos “Pinóquios” não se cansem de afirmar o contrário), passando por um pedido muito especial de ajuda.

O pedido especial de ajuda que me foi colocado e que desde logo me tocou tratava o seguinte:

“Uma menina, de seu nome Maria, tem 9 anos de idade, sofre de leucemia. Precisa urgentemente de um transplante de medula. Eu como muitos outros portugueses decidimos ajudar. Juntando um certo número de pessoas. Aqui na nossa zona são precisas 100 pessoas. A recolha está marcada para dia 27 de Fevereiro, das 11horas às 16horas, aqui na Junta de Freguesia de Mouriscas. Por favor pareçam e tragam um amigo. Hoje é a Maria, mas amanhã podemos ser nós, ou um dos nossos. É um gesto simples, não custa nada, e pensem que podem estar a salvar uma vida. Não acham o gesto gratificante? Pensem bem. E apareçam. Se estiver interessado, o meu número é 914752004. Obrigado”

Diante desta mensagem quis saber algo mais e liguei para o número indicado. Do outro lado, uma antiga aluna elucidou-me o tal algo mais que a mensagem não referia e fiquei a saber que o pedido de ajuda era real e que aquela criança precisa mesmo de todos nós. A vida dela depende de todos nós, para a qual poderemos contribuir com uma simples dádiva de sangue bastando para tanto termos uma idade compreendida entre os 18 e 45 anos e capacidade para percebermos que fora da tal internet existe uma vida à qual pertencemos e da qual dependemos.

É tudo uma questão de tempo, mais tarde ou mais cedo, seremos nós a ficarmos dependentes da solidariedade dos outros. Qual será o melhor lado? O que precisa de receber ou o que pode dar? Não é difícil a escolha.

Parece que no meu caso, a idade já parece ser factor condicionante (56 anos) porém sinto ser meu dever não assobiar para o lado e contribuir para esta causa nem que seja divulgando-a. Por isso, hoje não quero falar do meu País, do meu Concelho ou de mim, apenas devo falar da Maria que está à espera que alguém lhe conceda a possibilidade de viver.

Amigo leitor!

Que tal este desafio de solidariedade?

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