domingo, 13 de maio de 2012

Ponto Final (?)

Os habituais visitantes deste blogue estranharão por certo o facto de já há algumas semanas não colocar aqui qualquer texto de opinião. Em quatro anos de existência deste blogue, tal facto nunca aconteceu, por isso tal estranheza será normal. Essa ausência não se deveu por motivos de doença ou cansaço, mas apenas e só porque talvez tenha chegado a hora de procurar “outros caminhos” diferentes daqueles que tenho trilhado nos últimos 17-18 anos. Existem alturas da nossa vida em que deveremos perguntar a nós próprios, se os caminhos da vida que habitualmente escolhemos são os melhores e se não haverá outros que deveríamos experimentar. Diante de uma sociedade que se “esfrangalha” a cada dia que passa, talvez seja esta a tal altura para “olhar” para outros “caminhos” e aí buscar uma nova forma de vida. Neste “caminho” que agora pretendo deixar, não quero deixar ressentimentos, e por isso aqueles que tudo fizeram para que eu “tombasse” gostaria que soubessem que, TODOS, sem excepção, estão desculpados pelas “rasteiras” que me fizeram, porque, de cada vez que caía mais forças ia adquirindo para melhor me poder levantar. (Já quanto às rasteiras, será impossível esquecê-las porque algumas delas provocaram cicatrizes difíceis de apagar. Talvez um dia, neste blogue descreva algumas delas e que falam de “perseguição pessoal e profissional” a alguém, apenas e só porque foi capaz de pensar diferente. Não sei se a verdade me pertencia ou se a outros pertencia, porém ao fim destes anos em que venho trilhando o caminho que agora estou prestes a abandonar, diante do actual estado em que se encontra o meu Concelho e o meu País há uma certeza que tenho: a verdade não esteve do outro lado). Este “abandono” carrega alguma “nostalgia”, uma vez que a história também fala de homens bons e eu encontrei muitos, que me fizeram ser melhor cada vez que os conhecia. Para eles, o meu profundo OBRIGADO! Ponto Final? NÃO! Até um dia destes!

sábado, 7 de abril de 2012

A Páscoa no Sardoal

















































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Repetiu-se a magia!!!

quinta-feira, 15 de março de 2012

Homens Bons

No meu último artigo escrevi que, de acordo com o que consigo perceber, estamos a chegar ao fim da linha de podermos voltar a sonhar e, com isso, passou a ser um SALVE-SE QUEM PUDER! Mais referi que gostaria de estar enganado, mas os “sinais” que recebemos diariamente não nos permitem pensar de outro modo.

A nossa Democracia, que os “viciados pelo poder” não se cansam de cantar loas, está moribunda e jaz num leito de morte sem que alguém lhe possa valer. Os seus dias de glória terminaram, uma vez que, “restabelecida a ordem social (?)”, em que de um lado estão uns poucos com toda a força e do outro estão todos os outros sem força alguma, ela já não serve para ninguém. Não serve os primeiros porque a sua busca contínua pelo poder supremo passa a ser jogado noutro "tabuleiro" e não serve os segundos porque, despojados da razão que pensavam que tinham, nunca a tendo, e apenas lhes sobrando os seus instintos de conservação, só lhes resta olhar para si e aguardar pela piedade dos primeiros.

A fraqueza de uns é força de outros. Que o digam a relação de forças entre o doente e quem o trata, entre o criminoso e quem o defende, entre o que é escasso e o que é abundante. Foi esta luta desigual que nos conduziu à beira do precipício no qual nos encontramos e do qual estamos prestes a cair.

A Democracia da liberdade e do equilíbrio entre os direitos e deveres de todo o indivíduo é a mesma que confere a liberdade a uns de tomarem para si direitos que só a outros pertence e fazem-no sem um mínimo de respeito pela condição humana que a todos marca, apenas porque são mais fortes. Nesta luta desigual em que dos fracos “não trata a história” tudo é feito para se ganhar um lugar ao Sol.

Uma vez que a riqueza de um se faz à custa da pobreza do outro e que não existem limites para a dimensão da riqueza desse um, contrariamente à dimensão da pobreza desse outro, o fim não é difícil de prever. E o que mais confrange é o facto de todos aceitarmos estas regras à sombra desse tal ideal de vida, que dá pelo nome de Democracia, e sermos capazes de elogiar todas as suas virtudes colocando-nos na posição dos fortes mesmo sendo fracos.

Se apenas temos esta vida para viver porque é que buscamos riquezas para vivermos várias vidas?

O meu País está doente porque quem o tem dirigido, ao longo destes anos não são os homens bons que um povo com 900 anos de história merecia. Políticos e governantes que sem experiência da vida, mas escudados atrás de poderes ilimitados na sua auto-protecção e auto-regulação, são capazes de promover todo o tipo de desmandos que visem o reforço do seu ego e poder vitalício sobre outros, reservando para si o sucesso e passando para outros os efeitos do seu insucesso. Forças de segurança inseguras e indefesas. Tribunais com muitas Leis para os mais fracos, mas vazios delas para os mais fortes. Pelo meio, são sempre os mesmos que comem os figos e os mesmos a quem lhes rebenta a boca.

E o que fazemos? NADA!

Quando percebemos que o corte nos nossos salários e os aumentos dos nossos impostos nos trazem dor e privações e apenas visam “engordar” quem já está “gordo”, quando somos preteridos por outros apenas e só porque envergam outra “roupa” diferente da nossa, o que fazemos? NADA!

Porquê? Porque sabemos que por muito que possamos gritar, os nossos gritos serão sempre surdos e não existe quem nos possa socorrer. Mesmo que alguém os ouça tudo fará para os não ouvir na esperança de que essa surdez possa ser “recompensada” através de uma acto de “piedade” por parte de quem detem o poder e com isso conseguir chegar até ele (que grande desilusão terão um dia quando acordarem para a dura realidade e perceberem que não passaram de simples figurantes a quem outros utilizaram os seus ombros para subirem mais alto).

Ao fim de quatro anos em que aqui venho escrevendo o que penso sobre o Mundo em que vivo, sobre o meu País e o meu Concelho, e tudo fazendo para partilhar esse pensamento e com ele suscitar o pensamento de outros, creio que chegou a hora de eu parar e tentar encontrar uma saída segura no caminho para o qual outros me levam, à força, e para o qual vislumbro escolhos difíceis de transpor.

Onde param os HOMENS BONS do meu País, capazes de me concederem aquilo que eu pretendo da vida e que é ser feliz e feliz com outros, apenas regulados por Leis justas que consagrem e garantam o equilíbrio entre os direitos e os deveres de cada um de nós? Será que alguém poderá atingir a felicidade tendo apenas por companhia o seu reflexo num espelho? Será que essa felicidade não se obtém e reforça na partilha com a felicidade de outros?

Cheguem-se à frente HOMENS BONS do meu País e devolvam-me a capacidade de poder voltar a sonhar!

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Salve-se quem puder!

Os dias passam e os ventos da desgraça que se instalaram sobre um pequeno rectângulo de terreno na parte mais ocidental da Europa não dão sinais de abrandamento, pelo contrário, todos os sinais que vamos tendo apontam para o seu agravamento.

O pior sentimento que alguém pode experimentar é perder a capacidade de poder sonhar sobre o seu futuro. E será que nós, Portugueses, não estamos já a experimentar tal sentimento? Será que quando somos colocados numa posição em que só o dia de hoje interessa e o de amanhã logo se vê, não estamos já a perder essa capacidade de sonhar?

O Sebastianismo que nos vem “confortando”, desde a tal Batalha de Alcácer Quibir, sempre que o infortúnio ou a má sorte nos invade e que nos permite desacreditar hoje naquilo que ontem acreditávamos para logo voltarmos a acreditar e a desacreditar, tem os dias contados. Assim, como poderemos voltar a sonhar?

Tomemos por exemplo o nosso Governo, sobre o qual depositei, tal como muitos outros, francas perspectivas de poder continuar a sonhar. Será que tem feito tudo o que devia fazer para corrigir o que estava torto?

Porque é que os poderosos em tempos de crise se tornam mais poderosos enquanto que os fracos se tornam mais fracos?

Porque é que os direitos de uns podem ser questionados e corrigidos enquanto os direitos de outros se tornam sagrados?

Que diferenças existem entre os rendimentos de alguém que trabalha para os merecer e os proveitos de Fundações que ninguém sabe para que servem, Participações Público-Privadas criadas com o propósito de garantirem riqueza a uns poucos e já para não falar de Mordomias ao alcance de outros tantos?

Onde está o poder de um governo que não hesita ante o fraco e revela prudência(?) excessiva ante outros?

É verdade que a Troyka está contente com a prestação do governo e com isso continua a emprestar (cuidado! não confundir com "DAR") o dinheiro que precisamos para saldar as dívidas que uns poucos fizeram em nome de todos nós (a propósito, onde anda toda essa gente?), mas… e depois? Quem nos garante que esta razia fiscal de que vamos ser alvo neste ano e nos que se seguirão, que garantidamente nos irá tornar mais pobres (nem todos), não continue a ser insuficiente para satisfazer as nossas necessidades? Aqueles que agora garantem tal impossibilidade não têm problema em chamar a si tal garantia uma vez que sabem que nada lhes acontecerá tal como aconteceu a todos os que os antecederam e viram as suas promessas e certezas serem goradas.

Às vezes ainda somos acometidos por notícias que nos dão algum alento, mas logo seguir surgem outras que revelam a sua falsidade.

Por muito que alguns tentem desmistificar, somos um País de Compadrios. O mar legislativo que nos inunda e que é um tormento para todos aqueles que queiram fazer qualquer coisa neste País, é um terreno fértil que todos querem cultivar. E se a isto juntarmos: umas forças armadas que têm mais oficiais que soldados (nem falo dos generais que esses, ao que parece, para o exército que temos não deveriam ser mais de 10 e ao que julgo saber são 10 vezes mais, até parece que estamos em guerra); um poder judicial que continua a andar aos papéis; presos que têm muitos mais direitos que os mais velhos da nossa sociedade marcados por uma vida inteira de trabalho honesto e respeito pela sociedade à qual pertenceram e ainda pertencem; uma oposição que é incapaz de colaborar de uma forma pró-activa com quem governa (que heresia se tal acontecesse!); políticos que apenas se dispõem a governar caso se possam governar também; forças policiais tão fracas quanto possível; governantes com uma experiência da vida igual a zero; para além de uma forma muito própria de olharmos para o nosso próprio umbigo, não custa perceber o barril de pólvora sobre o qual nos encontramos sentados. Ao mais leve descuido de um qualquer “maluco” e vamos todos pelos ares.

Uma vez que são cada vez menos os que produzem e cada vez mais os que vivem do que esses poucos produzem, não é difícil de prever o fim desta saga. Nem quero pensar no que nos poderá acontecer se os Buffalos Bills da terra do Tio Sam descobrirem alguns índios no Estreito de Ormuz ou na Península da Coreia!

Não me recordo de alguma vez me sentir tão impotente! Quem nos pode valer? (Não me digam que é o nosso PR, porque não acredito. Depois daquela fuga à frente de uma meia dúzia de putos “bem dispostos”, será que alguém de bom senso acreditará que ele será capaz de enfrentar uma dúzia de gente “mal disposta”?)

Penso que estamos a chegar ao fim da linha de podermos voltar a sonhar e, com isso, passou a ser um... SALVE-SE QUEM PUDER! (Quem me dera poder estar redondamente enganado, mas, sinceramente, onde é que eu me posso agarrar para poder pensar doutra forma?)


Cara ou Coroa?


E se já não bastava ter todo este sentimento de impotência que a conjuntura nacional me provoca, o que pude ler no portal do governo (www.base.gov.pt) sobre alguns ajustes directos efectuados durante este mês de Fevereiro, pelo executivo municipal em exercício no meu concelho, deixou-me com os cabelos em pé quanto à possibilidade real de conseguirmos contornar os obstáculos que se erguem nos nossos caminhos.

Ontem a riqueza produzida no Concelho do Sardoal estava no pinhal e na construção civil. Hoje já pouco resta de ambas e se o “coração ainda bate” é porque ainda existe quem queira importar a riqueza que é capaz de gerar para além das suas fronteiras. E quando essa riqueza ficar nos sítios onde a mesma é conseguida? Até lá… que se louve a cigarra!

E… por agora… mais não digo!

Cara ou Coroa? COROA!!!

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Oposição (?)

Em 1867, escreveu Eça de Queirós em “Distrito de Évora”

“Em Portugal não há ciência de governar nem há ciência de organizar oposição. Falta igualmente a aptidão, e o engenho, e o bom senso, e a moralidade, nestes dois factos que constituem o movimento político das nações.

A ciência de governar é neste país uma habilidade, uma rotina de acaso, diversamente influenciada pela paixão, pela inveja, pela intriga, pela vaidade, pela frivolidade e pelo interesse.

A política é uma arma, em todos os pontos revolta pelas vontades contraditórias; ali dominam as más paixões; ali luta-se pela avidez do ganho ou pelo gozo da vaidade; ali há a postergação dos princípios e o desprezo dos sentimentos; ali há a abdicação de tudo o que o homem tem na alma de nobre, de generoso, de grande, de racional e de justo; em volta daquela arena enxameiam os aventureiros inteligentes, os grandes vaidosos, os especuladores ásperos; há a tristeza e a miséria; dentro há a corrupção, o patrono, o privilégio.

A refrega é dura; combate-se, atraiçoa-se, brada-se, foge-se, destrói-se, corrompe-se. Todos os desperdícios, todas as violências, todas as indignidades se entrechocam ali com dor e com raiva.

À escalada sobem todos os homens inteligentes, nervosos, ambiciosos (...) todos querem penetrar na arena, ambiciosos dos espectáculos cortesãos, ávidos de consideração e de dinheiro, insaciáveis dos gozos da vaidade.

… É assim que há muito tempo em Portugal são regidos os destinos políticos. Política de acaso, política de compadrio, política de expediente.

País governado ao acaso, governado por vaidades e interesses por especulação e corrupção, por privilégio e influência de camarilha, será possível conservar a sua independência?...”


Este pensamento de Eça, e passados que são, quase, 150 anos, continua actual e a pergunta que o mesmo suscita é quanto tempo mais o mesmo poderá durar e até quando Portugal poderá conservar a sua independência (será que ainda a temos?).

Quem governa usa as armas que tem à mão (porque outras armas não tem), quem quer governar, usa as armas da utopia e da irresponsabilidade.

Vem isto a propósito do comportamento de quem ontem era oposição e hoje é poder em contraponto com quem ontem era poder e hoje é oposição. Tudo vale quando se é oposição e não se tem a responsabilidade de governar. A força de um governo alicerça-se na força da oposição e quando a oposição é fraca o que dizer da força do Governo.

Arrisco-me a afirmar que, no pós 25 de Abril de 1974, Portugal nunca conseguiu ter um governo forte e que as mudanças que assistimos ao longo de todo este tempo nunca resultaram do mérito daqueles que na oposição lutaram pelo poder, mas no demérito de quem o detinha.

Portugal precisa, com urgência, de uma oposição política responsável voltada para os interesses de toda a comunidade, em detrimento da oposição política existente cuja carga de demagogia que enverga apenas serve os interesses de alguns, para além dos próprios.

Continua a vir isto a propósito, de uma proposta apresentada por parte de quem se senta nos lugares da oposição ao governo do meu Concelho.

No seu sítio da internet pode-se ler a sua última proposta:

“… Proposta apresentada, em Declaração Política, pelos vereadores do PS/Sardoal, em sessão de Câmara de 8 de Fevereiro de 2012, relativa à subsidiação de pagamento de Medicamentos aos idosos Sardoalenses, com mais de 80 anos de idade, por parte da Câmara Municipal.

Esta proposta será agendada para votação, no executivo, no próximo dia 7 de Março , por proposta dos vereadores do PS/ Sardoal, para que a mesma ser objeto de informação por parte dos Serviços da edilidade.

Perante as evidencias que estamos presenciando, perante este quadro negro, compete às Câmaras Municipais, mais do que nunca, desenvolver políticas sociais de proximidade, capazes de promover a coesão social municipal, de modo a colmatar as ações negativas levadas a cabo pela Administração Central.
Cada euro dos contribuintes, que sustentam o Orçamento da Câmara, deve ser gasto com rigor, em ações concretas que ajudem todos os nossos munícipes que se encontram em situação mais debilitada como sejam os idosos, os desempregados e os jovens.
Quando defendemos ações concretas estamos a referir-nos a atos concretos que irão melhorar a vida de pessoas concretas. Aqui deixamos, três propostas concretas:

- Subsidiação de 100% do valor dos medicamentos a pagar pelos eleitores inscritos no Sardoal que tenham mais de 90 anos de idade;
- Subsidiação de 75% do valor dos medicamentos a pagar pelos eleitores inscritos no Sardoal que tenham mais de 85 anos de idade;
- Subsidiação de 50% do valor dos medicamentos a pagar pelos eleitores inscritos no Sardoal que tenham mais de 80 anos de idade.

Estas propostas consubstanciam a solidariedade e a fraternidade social que entendemos que a Câmara deve promover junto deste grupo de Sardoalenses neste momento difícil das suas vidas.

Sardoal, 7 de Fevereiro de 2012
Os Vereadores


Será que esta proposta, tal qual se apresenta, não poderá ser enquadrada na tal carga de demagogia de quem sendo oposição quer ser poder, custe o que custar? Se não, vejamos…

- Quais poderão ser os custos reais anuais resultantes da atribuição destes subsídios e quais os seus impactos nas finanças da Autarquia Sardoalense?

- Qual o número exacto das pessoas elegíveis a tais subsídios e os montantes financeiros a afectar a cada um?

- Esta proposta tem carácter provisório ou definitivo ou a sua eventual carga de direitos depende do caso de amanhã o proponente poder vir a ser poder?

E já que estamos a falar de solidariedade, qual a diferença entre alguém que, tendo mais de 80 anos, tem bens e pode pagar um medicamento na sua totalidade, e outro alguém que sendo mais novo em idade não levanta os seus medicamentos na farmácia porque simplesmente não tem dinheiro para os adquirir? Para qual deles deverão os nossos olhos incidir?

Diante desta proposta, e enquanto Sardoalense, oferece-me apresentar uma contraproposta:

E se os proponentes, prescindissem de receber o valor das senhas de presença que recebem por cada reunião do Executivo Municipal em que participam e tal verba fosse utilizada para o fim que propõem? (É que, enquanto funcionários públicos, sempre que participam nessas reuniões estão dispensados do trabalho durante esse dia e não vêm afectados as seus vencimentos. Para além disso, o tempo “gasto” nessas reuniões, até nem é muito (Conforme as duas actas publicadas no site da Autarquia Sardoalense e relativas ao último mês de Janeiro, a reunião de 10 de Janeiro durou 30 minutos (!!!) e a de 24 de Janeiro, durou 45 minutos (!!!) quando comparado com o valor das senhas pagas.)

Pobre País o meu que tem gente que ainda leva a sério gente desta!

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Os nós da corda

Nesta corda que dá pelo nome de Portugal começa a ser cada vez mais difícil identificarmos uma ponta através da qual possamos começar a desatar os nós que a enleiam e condicionam. Ela está de tal forma enleada que parece não haver ponta por onde lhe pegar.

Por muito que se diga o contrário, a sociedade portuguesa está doente e recusa-se a admiti-lo. A doença de que padecemos já dura há muitos anos e a única terapia que nos têm dado são placebos com efeitos terapêuticos inertes. E a culpa é de quem? NOSSA!

Começámos por acreditar que, com a democracia instituída em Abril de 1974, o Céu era o nosso limite e o inferno deixava de existir. Que bom passarmos a ser todos Doutores e Engenheiros e atirarmos para um canto a roupa impregnada com o suor do trabalho! Se ser-se Doutor ou Engenheiro era sinónimo de estatuto social e boa vida para quê eleger o trabalho duro como opção de vida, quando o mesmo não é acompanhado das “contrapartidas” colhidas pelos Doutores e Engenheiros?

E se era isso que TODOS NÓS queríamos, nada como elegermos aqueles que melhor se prestavam a conferir-nos tais direitos. Não importava se o caminho que eles seguiam eram os melhores, o que importava era o EU. Ano após ano as nossas atenções sempre se centraram na vida fácil que podíamos ter e assim corremos atrás dos vendedores da banha (da cobra) que melhor prometiam. Entre alguém que prometia o impossível e um outro que recusava prometê-lo estava bom de ver sobre quem os nossos olhos focavam.

Nunca nos importámos de mentir a nós próprios porque sempre acreditámos que um dia tal mentira poderia ser remediada por alguém. Hoje começamos a acordar para a dura realidade de que esse alguém não existe e nunca existiu. Aqueles que juraram prestar-se a esse papel e em quem depositávamos todas as nossas esperanças, também padeciam dos mesmos males. O que fizeram? Simples! Serviram o seu EU! E o que fizemos nós? Nada! "Desculpámo-los de tal conduta" e fomos à procura de outros que os substituíssem! E os ciclos repetiram-se uns atrás dos outros.

Quantos de nós, na hora de exercermos o nosso voto na eleição de alguém, o fizemos (e continuamos a fazer) com a plena consciência dos benefícios reais desse nosso acto? Por incrível que pareça até conseguimos arranjar argumentos para votarmos em alguém que tem boa figura, que é um “tipo porreiro”, independentemente de ser vazio de ideias. São tantos os exemplos que poderíamos invocar sobre este pensamento que precisaríamos de várias vidas para os descrever.

Hoje, muitos dos nós que a corda possui estão de tal forma apertados que não é possível desatá-los e a única solução que resta será cortá-los e, para que a corda continue uma só, voltar a atá-la com outros nós.

Não existe um único sector da nossa sociedade que não dê sinais de doença.

Na abertura do ano judicial foi ver quão doente está a nossa Justiça. Enquanto uns acusavam os outros de serem os responsáveis pelo mal do problema, outros apelavam ao diálogo (ainda mais?) não faltando quem se preocupasse pelo estado menos digno das nossas prisões (será que é uma premonição do que poderá estar para vir?). Todos foram unânimes em gritar bem alto: “ Da Justiça o que é da Justiça! Da Política o que é da Política!”. Alguém tem dúvidas que tais “gritos” não passam de circunstancialismos de ocasião e que depois tudo volta ao mesmo? Alguém tem dúvidas que o exercício da Justiça se faz na estrita dependência das leis que os Políticos criam? E se são eles que as criam não custa perceber, ainda, o espírito dos legisladores na hora de as conceberem.

São tantos os exemplos que diariamente assistimos que não nos custa perceber que a Justiça é um parente pobre da nossa sociedade da qual só nos lembramos quando age de um modo diferente daquele que julgamos ser o mais correcto. E, para aqueles que pensam o contrário, o que dizer das responsabilidades profissionais atribuídas a um Juiz e a um motorista de um Ministro ou Secretário de Estado (o salário anual de um juiz português em início de carreira é de, aproximadamente, 35.000 € enquanto que um motorista do Ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, em 3 anos de contrato, irá receber cerca de 73.000€)?. Quanto ao facto de errarem, são humanos como nós e relativamente quanto ao facto de trabalharem pouco, quantos de nós estão em posição de lhes atirarmos pedras?

Nunca precisámos tanto da Justiça como agora! Mas uma Justiça que seja verdadeiramente cega e incapaz de encontrar diferenças entre a cara do rico e a do pobre e com isso privilegiar a do rico.

Já ultrapassámos a barreira da razão e a intolerância começa a invadir-nos. Faltam-nos líderes em quem possamos confiar e esse vazio tende a agravar a nossa doença.

Quando nem com o exemplo dos outros conseguimos aprender, está tudo dito! A experiência da Grécia é tudo aquilo que não queremos, mas nada fazemos para evitar!


Portugal precisa de uma nova ordem! Uma nova ordem capaz de acabar com uns reinos que uns poucos criaram e que se recusam a extinguir ou a abandonar.

Se os partidos em democracia são um mal necessário, aqueles que tudo fazem para se perpetuarem à sua sombra (e são sempre os mesmos) são um mal que deve ser erradicado. (Como? Aceitam-se sugestões).


CARA ou COROA

No passado domingo visitei a Barragem da Lapa, inaugurada há 9 anos (!!!) por um Ministro de nome Isaltino Morais e… não gostei!

Lembrei-me de uma notícia publicada no passado dia 15 de Novembro pelo Jornal “O Mirante”:

“ A quantidade de precipitação ocorrida nos últimos dias levou a Câmara de Sardoal a proceder a descargas controladas da quantidade de água armazenada na barragem da Lapa, que ultrapassou o limite máximo permitido.
Com uma altura de 21 metros e um nível pleno de armazenamento previsto correspondente a uma cota de 170 metros, os defeitos de construção da barragem da Lapa, infraestrutura inaugurada em Dezembro de 2002, fazem com que ainda hoje a autarquia não tenha procedido à recepção definitiva da obra.
"A deficiente construção originou uma fissura junto à parede do descarregador e, por outro lado, falta tela de isolamento no paredão junto à fonte de captação, deficiências que condicionam o total aproveitamento da barragem e respectivo enchimento", disse esta segunda-feira à agência Lusa o vice presidente da autarquia.
Segundo Miguel Borges, os problemas de construção "não representam perigo" para a população, uma convicção "assente em pareceres técnicos" do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) que procede a análises e registos de inspecções de rotina semanais, nomeadamente a fim de se detectarem sinais ou evidências de deteriorações e anomalias, no corpo da barragem, nos sistemas de drenagem e impermeabilização, bem como nos sistemas de observação.
"O problema é que as deficiências condicionam a utilização plena da barragem e a sua missão", um investimento de 2,5 milhões de euros e que visava o abastecimento de água potável a grande parte do concelho de Sardoal, a partir da Barragem da Lapa.
Com um volume total ao nível do pleno armazenamento de 640 000 metros cúbicos, a infraestrutura tem hoje uma imposição de cota máxima permitida de 164 metros, valor a partir do qual obriga a descargas controladas à razão de 10 centímetros por dia.
"Estamos a proceder à reposição do nível de descargas e este é um assunto que queremos ver resolvido pela construtora durante os próximos meses, não tanto pela segurança mas para que a barragem cumpra a sua missão a 100 por cento em prol das populações", vincou.


Quando um Concelho depende em exclusivo daquele “Reservatório” para que a água corra nas torneiras da sua população e, passados 9 anos se continua a erguer as mãos aos Céus para que vá chovendo o suficiente para se garantir uma reserva mínima de água, algo não está bem.

Se não se está diante de um elefante branco pouco falta, porém, mais do que saber-se se existem cabeças escondidas na areia, na expectativa que o tempo passe e que a outros seja sacada a responsabilidade de uma população poder ficar privada sem água enquanto decorrerem os trabalhos de reabilitação, é saber-se para quando a resolução do problema. Em 9 anos muita promessa se fez e... nada!

Há quem, diante do grande endividamento de algumas instituições, seja capaz de defender que o endividamento é resultante da obra realizada, o pior, é quando se questiona o valor dessa obra. Enquanto a Barragem da Lapa não puder armazenar toda a água para a qual foi construída, ela fará parte de um vasto conjunto de obras que proliferam por este país em que, diante dos seus resultados práticos, se pode inferir que se deram passos maiores que as pernas. Para quando o dia em que valorizaremos o investimento realizado na sua construção e para o qual contribuímos através dos nossos impostos?

Quando, não é possível controlar o comportamento do tempo e, a falta de chuva neste Inverno não profetiza nada de bom, é de se ficar apreensivo diante da possibilidade de um cenário de uma barragem vazia.


Cara ou Coroa? COROA!




domingo, 29 de janeiro de 2012

A Resistência das Freguesias

Pelo País cresce a resistência à decisão do Governo, a mando da Troika (manda quem pode e obedece quem deve), em extinguir várias centenas de Freguesias. Independentemente do destino de muitas delas já estar traçado, não tem sido fácil encontrarem-se argumentos que contrariem tal decisão.

Cá para as bandas do meu Concelho, arregaçou-se as mangas, criou-se um Grupo de Trabalho que se dispôs a avaliar os efeitos da possível extinção de duas das suas quatro Freguesias já “marcadas” e os resultados já são conhecidos: “- Nem pensem em extinguirem-nos as duas Freguesias! Elas fazem-nos muita falta!”

Após a leitura das Conclusões do Grupo de Trabalho (que se encontram disponíveis no site da Câmara Municipal de Sardoal) com alguma facilidade poderemos concluir que as justificações invocadas são legítimas, mas que se podem aplicar à maioria das Juntas de Freguesia Rurais que o Governo já identificou como podendo ser extintas. Por isso… não haverá muito a esperar da decisão final.

Muitas das Freguesias que agora irão “desaparecer” e que muitos tentam evitar a todo custo, já há muito haviam sido abandonadas por quem tinha o dever de lhes dar “vida” e que apenas se lembravam delas em tempos de eleições.

Um exemplo claro do que afirmo é o caso da Junta de Freguesia de Santiago de Montalegre localizada no meu concelho. Em 1960 tinha 1.032 habitantes distribuídos por 18 lugares. Em 1970 esse número desceu para 794. Em 1981 passou para 539. Em 1991 desceu para 389. Em 2001 voltou a descer para 316 habitantes. O que nos dizem agora os números relativos ao Censos de 2011? O número de habitantes é agora de 224, dos quais 41% apresenta uma idade superior a 64 anos.

Com uma área de 17 Km2, sem uma escola, sem indústrias e não “entrando nas contas” por parte de quem está ao leme da Autarquia Sardoalense (nunca ali foi investido um só metro de saneamento doméstico, há mais de 10 anos que os investimentos se centram em “pequenas borradas de alcatrão e projectos que visem a sua dinamização ou não existem ou poucos os conhecem), com toda a propriedade, poderemos dizer que o número dos seus habitantes irá continuar a diminuir uma vez que a Lei da Natureza não “perdoa” aos mais velhos e poucos são aqueles dispostos a substituí-los. Para que serve então uma Junta de Freguesia que apenas abre as suas portas por alturas da Missa Dominical e com parcos recursos financeiros que depois de pagos os subsídios aos seus autarcas pouco sobra para se fazer alguma obra? Para além da política de proximidade, a esses Autarcas, pouco mais se lhes pode exigir para além do apoio cívico e social aos seus Fregueses mais desfavorecidos ou carenciados.

Muito mais poderia aqui referir sobre o que penso acerca deste assunto e de como as Freguesias que tiveram um papel muito importante na consolidação da Democracia em Portugal, aos poucos e poucos, passaram a ser olhadas como os parentes pobres do poder Autárquico e tratadas como simples Associações cujos membros eram pagos apenas para exercerem um serviço cívico e social, tão esvaziadas elas eram nas suas competências independentemente, em muitos casos, substituírem as próprias Autarquias na realização de trabalhos que aquelas deveriam realizar e não o fazem (Ex: limpeza dos espaços públicos). E o pior (para eles) é que, em muitos casos tais trabalhos não são acompanhados por um reforço de verbas por parte de quem tinha o dever de as realizar. Que o digam as Freguesias do meu Concelho que executam tais trabalhos a troco de quase nada, como se fosse essa a sua obrigação e, tal como acima referia, “tais organismos não passarem de meras Associações de Moradores com fundos próprios”.

E se penso assim, não é só porque conheço a realidade do meu Concelho, mas também porque os números, são como o algodão (não enganam). Se não, comparemos a atenção que as 4 Juntas de Freguesia do meu Concelho e uma Associação (Filarmónica União Sardoalense) merecem por parte da Câmara Municipal.


Retendo ainda o meu olhar sobre as duas Freguesias do meu Concelho “condenadas” à extinção, tenho uma réstia de esperança quanto à possível sobrevivência de Valhascos, já que Santiago de Montalegre é um caso completamente perdido face aos critérios colocados em cima da mesa.

Valhascos viu a sua população crescer, ainda que “ligeiramente”, nos últimos 10 anos (censos de 2001 = 385 habitantes e censos de 2011 = 401 habitantes), tem fronteiras naturais perfeitamente demarcadas e um conjunto de potencialidades que lhe permitem ultrapassar a barreira do seu défice populacional assim os órgãos políticos do Concelho o pretendam.

Olhando agora o assunto de uma forma não tão apaixonada, somos obrigados a concluir que os tempos mudaram e que o tal factor de proximidade que muitos advogam que se irá perder, com a extinção das Juntas de Freguesias, talvez não seja tão evidente. As comunicações nos tempos de hoje não são as mesmas de há 40 anos e os meios que hoje estão ao nosso dispor, na esmagadora maioria dos casos, esbatem e anulam tal necessidade.

São inúmeras as Juntas de Freguesia do País, que apenas abre as portas da sua Sede à população durante algumas horas durante a semana e, para além disso, muito do trabalho que realizam pode ser facilmente executado pela Autarquia. Se assim é, porque é que nós, através dos nossos impostos, temos de as financiar? Será que, muitos daqueles que hoje vestem a pele de Autarcas dessas Freguesias, caso fossem confrontados com a impossibilidade de receberem mensalmente os subsídios a que têm direito, não renunciariam ao cargo?

Não é só a perda de um sentimento de poder que está no centro da resistência à extinção das Freguesias, mas também a perda de rendimentos já tidos como certos, que, por pouco que sejam, fazem “ sempre jeito”.

Cara ou Coroa

Retomo o Estudo efectuado pelo Grupo de Trabalho que reflectiu sobre as consequências que o Documento Verde poderá promover na organização territorial do Concelho do Sardoal.

Para além de evidenciar o facto de uma camada da população poder vir a ficar prejudicada pela eventual extinção das Freguesias de Valhascos e de Santiago de Montalegre, conclui o estudo:

… Que se constitua um conselho municipal de freguesias, mantendo as juntas como estão, mas no qual as quatro freguesias se comprometeriam entre elas a partilhar bens e recursos e que na aquisição de bens existiria uma regra em como estas seriam pensadas em conjunto por forma a existirem ganhos de escala.

Este conselho municipal de freguesias seria constituído pelos presidentes de junta, ou seus representantes, e pelo presidente da Câmara Municipal, ou seu representante.

O conselho municipal de freguesias seria o local onde as freguesias iriam procurar o entendimento entre elas, sem que nenhuma delas perdesse o seu poder e legitimidade.

Com a criação deste conselho municipal de freguesias é possível estabelecer uma afirmação territorial mais forte porque a visão do que acontece no concelho passa a ser mais global e fomentará a existência de uma preocupação mútua entre freguesias. “


Embora, profundamente céptico quanto à possibilidade das Juntas de Freguesia poderem partilhar bens e recursos, uma vez que só partilha bens e recursos quem tem e as Juntas de Freguesia do Concelho de Sardoal pouco têm a partilhar (Entre todas julgo ser possível reunir 1 retroescavadora, 2 dumpers, 3 carrinhas e até 10 trabalhadores. Para fazerem que trabalhos? Das suas competências próprias ou da competência de outros?) creio que este conselho municipal seria muito útil na partilha de experiências e informação.

E se assim é, porque se espera para a sua constituição?

Cara ou Coroa? Por enquanto… CARA! (Mais tarde logo se verá.)

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Notícias do meu País

Notícia 1 (DN 02/08/2011)

Segundo o "Jornal de Notícias", os quatro motoristas da Secretaria de Estado da Cultura são os funcionários que mais auferem no Governo de Passos Coelho, ultrapassando quase todo o secretariado e colaboradores dos restantes ministérios, de acordo com os dados sobre as nomeações governamentais, disponíveis na página do Executivo na Internet. Liderada por Francisco José Viegas e tutelada pelo primeiro-ministro, aquela Secretaria de Estado atribui a cada um dos motoristas um vencimento base de 1866,73 euros. Armando Cardoso, 48 anos, Sérgio Campos, 35, Nuno Gonçalves, 34, e André Viola, com 21 conseguem auferir quatro vezes mais do que os 583,58 euros atribuídos a Jorge Morais, 46 anos, motorista de Passos Coelho.
Fonte oficial da Cultura classificou o cenário como "normal", de acordo com "uma uniformidade de critérios", que pode não ter sido seguida pelas restantes pastas quando forneceram os dados.



Notícia 2 (Público 20/01/2012)

Em declarações aos jornalistas no final da primeira etapa da visita de dois dias que está a fazer ao Porto, Santo Tirso, Famalicão e Guimarães, o Presidente da República recusou pronunciar-se sobre as recentes nomeações políticas para a EDP, afirmando que não devia expressar a sua opinião.

“Como Presidente da República não tenho qualquer intervenção em qualquer nomeação para cargos empresariais ou para cargos na administração pública. É uma matéria que é totalmente da competência de outros cargos ou da competência de accionistas não devo, de facto, de expressar a minha opinião”.

No turbilhão de perguntas que os jornalistas lhe colocaram, a que criou maior embaraço a Cavaco foi a que teve a ver com o facto de o chefe de Estado receber subsídio de férias e de Natal, como reformado do Banco de Portugal. O Presidente da República olhou o jornalista durante alguns instantes e depois de fazer uma prolongada pausa disse: “Vou responder.”

“Neste momento já sei quanto é que irei receber da Caixa Geral de Aposentações. Descontei quase 40 anos uma parte do meu salário para a CGA como professor universitário e também descontei durante alguns 30 anos como investigador da Fundação Calouste Gulbenkian e devo receber 1300 por mês, não sei se ouviu bem 1300 euros por mês”, disse Cavaco, olhando o jornalista. “Tudo somado, o que irei receber do Fundo de Pensões do Banco de Portugal e da Caixa Geral de Aposentações quase de certeza que não vai chegar para pagar as minhas despesas porque como sabe eu também não recebo vencimento como Presidente da República”, disse Cavaco.

Porém, o Presidente da República não esclareceu o valor da pensão relativa ao Banco de Portugal (BdeP).

Mas uma fonte não oficial do Banco de Portugal assegurou ao PÚBLICO que Cavaco Silva nunca deixou de descontar para o fundo de pensões do BdeP. Está acima do nível 18, o que equivale a uma pensão entre os 4.000 e os 6.000 euros por mês.

Refira-se que a pensão máxima do Banco de Portugal ronda os 8.000 mil euros.

Há precisamente um ano, o chefe de Estado decidiu prescindir do seu vencimentos como Presidente da República, no valor de 6.523 euros, e hoje, em declarações aos jornalistas, no final de uma visita ao gabinete do munícipe da Câmara do Porto, Cavaco fez questão de referir que não recebia qualquer vencimento pelas suas funções.

A decisão do Presidente surgiu depois da aprovação da legislação que põe fim à acumulação de pensões com vencimentos do estado, a partir de 1 de Janeiro de 2011.
O Presidente da República acumula duas pensões, a de professor catedrático na Universidade Nova de Lisboa e a de reformado do Banco de Portugal, que totalizam cerca de dez mil euros.


Notícia 3

Numa declaração entregue a 14 de Dezembro de 2010, quando se candidatou ao segundo mandato de Presidente da República, Cavaco Silva apresentou quase 283 mil euros de rendimentos auferidos em 2009. Destes, 140.601,81 euros foram em pensões.


Notícia 4

O jornal "i" escreve hoje (23/01/2012) que, além dos 10 mil euros por mês das pensões, Cavaco Silva recebe ainda 2900 euros por média (e por mês) para despesas de representação pelo cargo que ocupa. Assim, avança o jornal, o presidente não ganha só os 10 mil euros de que se falou nos últimos dias, mas sim 13 mil.
O orçamento da Presidência da República prevê uma verba de 4,5 milhões de euros para 2012 na rubrica representação da República. Uma valor menor que, segundo o jornal, diminuiu desde 2009, e inclui também as remunerações com o gabinete de Cavaco e as Casas Civis e Militar e ainda as remunerações pagas ao pessoal dos gabinetes dos anteriores presidentes.



Notícia 5 (DN 23/01/2012)

Quando daqui a quatro anos deixar a Presidência da República, Cavaco Silva não deverá poder juntar uma subvenção política às pensões de dez mil euros brutos que agora recebe, mas vai ter direito a um gabinete com secretária e assessor da sua confiança, a um carro com motorista e combustível para serviço pessoal e ajudas de custo para as deslocações oficiais fora da área de residência.
Estes são direitos que a lei dá aos antigos chefes do Estado e que pesam um milhão de euros no orçamento do Palácio de Belém. Feitas as contas, Ramalho Eanes, Mário Soares e Jorge Sampaio custam, cada um, cerca de 300 mil euros aos cofres públicos (por ano).



Será que alguém, depois de Ler estas 5 notícias é capaz de ficar indiferente e continuar a manifestar a sua total disponibilidade em aderir ao apelo Nacional lançado pelos nossos líderes políticos para que continuemos a nossa caminhada de sacrifícios em demanda de um futuro melhor?


Comentário 1

Olhemos para a 1ª notícia e reflictamos:

- Porque é que os motoristas nomeados pelo Governo, ao nível do seu salário, uns são mais iguais que outros?

- O que é que uns têm que outros não têm, para além de terem todos (naturalmente) uma carta de condução?


Depois da publicação do meu último artigo (O Tacho e a Vaca) recebi um e:mail que dava conta da insatisfação que grassa na Secretaria de Estado da Cultura pela invulgaridade de três nomeações efectuadas por este Governo e onde se destaca um Motorista de apenas 21 anos de idade. Este jovem, que ao que parece não pôde ser nomeado no dia 28/06/2011, tal como os outros três motoristas seus colegas, porque à data ainda não possuiria a necessária carta de condução, o que veio a verificar-se apenas no dia 18/07/2011.

Não sei, nem estou interessado em saber, se à data da sua nomeação esse jovem tinha carta de condução há 3 anos ou há 3 dias, se é alto e loiro, se tem voz grossa ou voz fina, se é português ou chinês, se apenas é motorista ou algo mais (guarda-costas, por exemplo). O que eu sei é que quando comparamos a sua idade e o seu vencimento bruto com outros motoristas nomeados pelo governo (alguns deles conseguem ter mais anos de carta de condução que esse jovem de vida e que, mesmo assim, este jovem ainda os consegue vencer, por KO, em matéria de salário), por muito insensível que alguém seja, não consegue ficar indiferente diante do conhecimento do modo como é utilizado o dinheiro dos seus impostos.

Eu não sou diferente dos demais e juntando este caso a outras nomeações conhecidas, apetece-me vomitar como se através desse acto eu pudesse expurgar a culpa de me sentir co-responsável neste processo de nomeações de Joys for the Boys, onde a competência profissional parece ser variável dispensável na hora do “acerto de contas” pendentes ou a pender para o futuro.

AQUI HÁ ALGO QUE FEDE!!!


Comentário 2

Quanto às outras notícias o sentimento de revolta ainda consegue provocar-me mais dano, mesmo tendo a consciência que não votei Cavaco, nem para este mandato, nem para o mandato anterior.

Muito se tem escrito sobre o que Cavaco Silva disse e não deveria ter dito ou não disse e deveria ter dito.

Concordo e assino por baixo da esmagadora maioria das críticas que lhe são feitas e até tento perceber a defesa que alguns fazem sobre o amigo, mas o que mais me intriga no meio desta guerra de palavras é não saber do paradeiro do Presidente da República do meu País.

- Onde pára aquele que deveria ser a nossa referência Nacional e em quem ainda poderíamos confiar, pese o facto de nos ter falhado em outros momentos decisivos, mas que agora tendíamos a esquecer diante do Cabo das Tormentas em que nos encontramos?

O pior que pode acontecer a um Povo é sentir-se abandonado à sua sorte.

As palavras proferidas por Cavaco Silva revelam que o nosso Presidente da República se encontra de tal modo dominado pela pressão da ganância do interesse próprio que o resto (todos nós) se tornou secundário. E o que mais preocupa neste caso é que tal pressão está em crescendo e não dá mostras de abrandar tantos têm sido os sinais que temos assistido ao longo dos tempos (as acções do BPN, o total adormecimento durante o seu 1º mandato que tudo permitiu a José Sócrates, etc).

Onde pára o nosso Presidente da República? Será que ainda o temos ou o que dele resta é apenas o seu fato? Será que eu, enquanto cidadão Português, não estou já abandonado à minha sorte sem o saber?

Para bem de um povo com, quase, 900 anos de História, Portugal precisa de um Presidente que direccione toda a sua atenção nas necessidades do seu Povo em vez de se deixar vencer pela tentação do interesse próprio. Será que a mistura desses interesses não o fragiliza ao mesmo tempo que enfraquece todos nós?

NÓS NÃO MERECIAMOS ISTO!!!

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

O Tacho e a Vaca

Por muitos argumentos que possamos invocar para a continuamente contrariar, todos nós, Portugueses, temos uma atracção muito especial pelo leite da vaca. E a nossa atracção é tal que quanto mais leite a vaca nos der, mais felizes ficamos e como a felicidade não tem limites está bom de ver sobre a quantidade de leite que pretendemos que a vaca nos dê.

E tudo até poderia estar bem não fosse dar-se o caso dessa atracção apresentar um vício de forma: QUANTO MAIS GOSTO DO LEITE, MENOS GOSTO DA VACA!

E é nesta relação de amor e ódio entre o leite e a vaca que definimos os nossos objectivos de vida. Assim, os outros que se preocupem com a alimentação da vaca e limpeza da sua bosta, porque eu, se apenas quero o seu leite, apenas me bastará pegar num tacho e, a bem ou a mal, enchê-lo do material precioso. Quanto maior for a minha astúcia, maior será o meu tacho, e quanto maior ele for, menor será o meu trabalho para o encher, delegando noutros o papel da ordenha.

- Então, e qual é o papel do dono da vaca? – Perguntará alguém menos atento à nossa realidade.

- Esse… É um sortudo! As vaquinhas “desenrascam-se sozinhas”. Dêem-lhes um robot, um campo verdejante e meia dúzia de rolos de papel higiénico que elas encarregar-se-ão de ceder gratuitamente o leite que o seu dono quiser. Ele será tanto que temos de o “ajudar” não vá o leite “coagular” e “estragar-se”! – Apressar-nos-emos a responder.

Exemplos não nos faltam. Que o diga o nosso PR quando em Outubro de 2008, durante uma visita a uma exploração agrícola, também não se conteve e afirmou: “- Fiquei surpreendido por ver como as vacas avançavam uma a uma e se encostavam ao robot, sentindo-se deliciadas enquanto este realizava a ordenha!”. Mais tarde, em 21 de Setembro de 2011, ao visitar a Vila de Santa Cruz da Graciosa nos Açores, foi também “incapaz de conter o fascínio” que lhe causaram algumas vacas no dia anterior e não se coibiu de afirmar: “- Ontem eu reparava no sorriso das vacas, estavam satisfeitíssimas olhando para o pasto que começava a ficar verdejante”.

E como o exemplo vem de cima toca a organizarmo-nos sobre como melhor tirar partido do leite da vaca, não vá ele estragar-se, nem que para isso tenhamos de criar sindicatos para zelarem pelos nossos direitos e impedir por todos os meios, possíveis e imaginários, que o dono da vaca nos possa impedir de colocarmos a nossa vasilha ou o nosso tacho debaixo das tetas da vaca.

Vem isto a propósito da postura das organizações sindicais e partidárias diante da necessidade de se alterar a lei laboral em Portugal. Os tempos mudaram e há quem se recuse a acompanhar essa mudança. Os tempos de abundância e onde tudo nos era permitido… terminou!

A sobrevivência de Portugal estará na nossa capacidade em transferirmos o centro das nossas prioridades estratégicas deslocando-o do sector público para o sector privado. A capacidade financeira das empresas privadas está no limite entre a elasticidade e a plasticidade. O mais pequeno gesto irresponsável que alguém pretenda promover junto dessas empresas poderá ser o seu fim e de todos aqueles que dela dependem. O “combate” ao POUCO poderá resultar no NADA, porque a “bóia” Estado não chega para todos. Nesse dia, conforme o ditado popular, “por mais que torçamos a orelha, ela já não verterá sangue”.

E é nesta luta do “salve-se quem puder” que diariamente continuamos a assistir a cenários que julgávamos não voltar a presenciar e que nos “revolvem as entranhas”. Às vezes até preferíamos desconhecer tão incómodo elas se tornam. Falo das nomeações que o Governo para o qual dei a chancela do meu voto tem feito, desde que por mim e por outros foi eleito.

Quando olho para o vasto conjunto de nomeações e vejo que 14 “especialistas” têm uma idade compreendida entre os 24 e 25 anos e outros 15 “especialistas” apresentam uma idade entre 26 e 29 anos pergunto-me que “fenómenos” são estes e por onde andavam.

- Que Universidades frequentaram que foram capazes de os dotar de tão distinta sabedoria científica que os classifica enquanto tal e que se tornam a tal ponto imprescindíveis para o sucesso do Governo que são principescamente recompensados financeiramente?

Devem de ser muito especiais, estes “especialistas”, porque conseguem contrariar a tese de que após o conhecimento da teoria faltará a prática da vida para a compreender e utilizar. Eu não quero crer que estamos todos diante de uns “boys” e “girls” laranjas e azuis muito bonitinhos e arrumadinhos que pela facilidade em enviarem mensagens de telemóvel em tempo record e incapazes de dizer não a quem lhes fornece o tacho para o porem debaixo da teta da tal vaca, merecem tal estatuto social e remuneratório. Ou será que estamos e eu apenas não quero crer?

Tenhamos juízo e organizemo-nos!


Cara ou Coroa

Para os que de longe querem saber notícias do Sardoal o que hoje aqui tenho para dizer nem é bem, nem mal: os dias passam uns atrás dos outros e... quanto ao futuro... logo se verá.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Andar à nora

Nestes últimos dias, todas as notícias apontaram para uma constatação que não deixa margem para quaisquer dúvidas: os ventos que sopram cá para as bandas deste cantinho da Europa está a pôr os portugueses a andar aos papéis e, porque não dizê-lo… ANDAR Á NORA.

Com um acto de acrobacia, o Governo entendeu dar o dito por não dito e fazer o que os outros governos que o antecederam sempre fizeram e ei-lo a nomear os seus “boys” para o emprego mais apetecível de Portugal (PT), onde o dinheiro parece não faltar e precisar (?) de alguém que saiba (?) como administrar esses milhões fresquinhos provenientes da terra de Mao Tse Tung. (Vai ser lindo quando os chineses avaliarem o coeficiente produção/honorários dessa gente!).

De repente, umas organizações secretas (?), que eram olhadas com alguma indiferença, passaram a ser olhadas como uns “maus da fita”. Quando o dinheiro “jorrava” e com ele se comprava o que se podia e não podia, o povo dispensava os “detalhes” e até elogiava os que “faziam pela vida”, quer individualmente quer em grupos. Hoje, as coisas mudaram e tudo é diferente. Há que “desenterrar o vil metal” e… nada escapa. No caso particular da maçonaria, se a organização tem algo de secretismo então é porque tem algo a esconder e há que descobrir tais segredos. Agora? Não será tarde? O avental que veste esses homens e mulheres que compõem tal organização já fez o seu “trabalho de casa” e saberá, com a experiência acumulada de séculos, como contornar tais “investidas! Se uma loja já daria muito trabalho, o que dizer das actualmente existentes em Portugal? (Segundo algumas informações, já ultrapassaram, há muito, as duas dúzias (33?)).

Por fim, o tal político que durante 6 anos nos colocou palas nos olhos e nos pôs a andar à nora, é manchete de notícia uma vez que, desta vez, não teria como fugir. O Ministério público decidira arrolá-lo como testemunha no processo da Universidade Independente e hoje, de acordo com a comunicação social, deveria ir a Tribunal esclarecer os Juízes sobre como obteve a sua Licenciatura em Engenharia Civil.

E não é que faltou? Quem diria!... Coitados dos jornalistas e dos portugueses!... Estava escrito que hoje se conheceriam os mistérios (?) sobre cadeiras feitas a um domingo. Todos nós ficámos (?) aos papéis para não dizer que… ficámos a andar à nora (e vamos continuar a ficar, porque, se calhar, o silêncio vale ouro para alguns).

Enquanto colocarmos os nossos direitos à frente dos nossos deveres jamais saberemos como cortar as amarras que nos ligam ao sucesso, mas que nos impedem de a ele chegarmos.

E porque julgo pertinente, passo a transcrever um conto que li na “biblioteca da Internet” e que, embora desconheça o seu autor, merece que a reproduza, pela oportunidade que envolve a empresa Jerónimo Martins com a decisão de colocar a sede do grupo na Holanda.


"A CIGARRA E A FORMIGA
(Versões alemã e portuguesa)

Versão alemã

A formiga trabalha durante todo o Verão debaixo de Sol. Constrói a sua casa e enche-a de provisões para o Inverno.

A cigarra acha que a formiga é burra, ri, vai para a praia, bebe umas bejecas, dá umas quecas, vai ao Rock in Rio e deixa o tempo passar.

Quando chega o Inverno a formiga está quentinha e bem alimentada. A cigarra está cheia de frio, não tem casa nem comida e morre de fome.

Fim


Versão portuguesa

A formiga trabalha durante todo o Verão debaixo de Sol. Constrói a sua casa e enche-a de provisões para o Inverno.

A cigarra acha que a formiga é burra, ri, vai para a praia, bebe umas bejecas, dá umas quecas, vai ao Rock in Rio e deixa o tempo passar.

Quando chega o Inverno a formiga está quentinha e bem alimentada.

A cigarra, cheia de frio, organiza uma conferência de imprensa e pergunta porque é que a formiga tem o direito de estar quentinha e bem alimentada enquanto as pobres cigarras, que não tiveram sorte na vida, têm fome e frio.

A televisão organiza emissões em directo que mostram a cigarra a tremer de frio e esfomeada ao mesmo tempo que exibem vídeos da formiga em casa, toda quentinha, a comer o seu jantar com uma mesa cheia de coisas boas à sua frente.

A opinião pública tuga escandaliza-se porque não é justo que uns passem fome enquanto outros vivem no bem bom. As associações anti-pobreza manifestam-se diante da casa da formiga. Os jornalistas organizam entrevistas e mesas redondas com montes de comentadores que comentam a forma injusta como a formiga enriqueceu à custa da cigarra e exigem ao Governo que aumente os impostos da formiga para contribuir para a solidariedade social.

A CGTP, o PCP, o BE, os Verdes, a Geração à Rasca, os Indignados e a ala esquerda do PS com a Helena Roseta e a Ana Gomes à frente e o apoio implícito do Mário Soares organizam manifestações diante da casa da formiga.

Os funcionários públicos e os transportes decidem fazer uma greve de solidariedade de uma hora por dia (os transportes à hora de ponta) de duração ilimitada.

Fernando Rosas escreve um livro que demonstra as ligações da formiga com os nazis de Auschwitz.

Para responder às sondagens o Governo faz passar uma lei sobre a igualdade económica e outra de anti descriminação (esta com efeitos retroactivos ao princípio do Verão).

Os impostos da formiga são aumentados sete vezes e simultaneamente é multada por não ter dado emprego à cigarra. A casa da formiga é confiscada pelas Finanças porque a formiga não tem dinheiro que chegue para pagar os impostos e a multa.

A formiga abandona Portugal e vai-se instalar na Holanda onde, passado pouco tempo, começa a contribuir para o desenvolvimento da economia local.

A televisão faz uma reportagem sobre a cigarra, agora instalada na casa da formiga e a comer os bens que aquela teve de deixar para trás. Embora a Primavera ainda venha longe já conseguiu dar cabo das provisões todas organizando umas "parties" com os amigos e umas "raves" com os artistas e escritores progressistas que duram até de madrugada. Sérgio Godinho compõe a canção de protesto "Formiga fascista, inimiga do artista...".

A antiga casa da formiga deteriora-se rapidamente porque a cigarra está-se cagando para a sua conservação. Em vez disso queixa-se que o Governo não faz nada para manter a casa como deve de ser. É nomeada uma comissão de inquérito para averiguar as causas da decrepitude da casa da formiga. O custo da comissão (interpartidária mais parceiros sociais) vai para o Orçamento de Estado: são 3 milhões de euros por ano. Enquanto a comissão prepara a primeira reunião para daí a três meses, a cigarra morre de overdose.

Rui Tavares comenta no Público a incapacidade do Governo para corrigir o problema da desigualdade social e para evitar as causas que levaram a cigarra à depressão e ao suicídio.

A casa da formiga, ao abandono, é ocupada por um bando de baratas, imigrantes ilegais, que há já dois anos que foram intimadas a sair do País mas que decidiram cá ficar, dedicando-se ao tráfego da droga e a aterrorizar a vizinhança.

Ana Gomes um pouco a despropósito afirma que as carências da integração social se devem à compra dos submarinos, faz uma relação que só ela entende entre as baratas ilegais e os voos da CIA e aproveita para insultar Paulo Portas.

Entretanto o Governo felicita-se pela diversidade cultural do País e pela sua aptidão para integrar harmoniosamente as diferenças sociais e as contribuições das diversas comunidades que nele encontraram uma vida melhor.

A formiga, entretanto, refez a vida na Holanda e está quase milionária...

FIM

Bons Trades LM


Moral da história: O QUE É MEU É MEU E O QUE É TEU É NOSSO!


Cara ou Coroa

Cá pelo meu burgo gostaria de destacar duas notícias: O mercado de Janeiro e o Cantar dos Reis

Quanto ao Mercado de Janeiro, que ontem teve lugar na artéria principal da Vila de Sardoal (Praça da Republica) nada tenho a opinar quanto à sua necessidade, mas… por favor… alguém, que tenha poderes para tal, que acabe com o rasto de lixo que estes mercados semeiam nas ruas da Vila. Esta já não é a primeira vez que aqui abordo este assunto. Para quando tal decisão?

Hoje, um “batalhão” de funcionários apoiados por uma retroescavadora fizeram o trabalho de limpeza que se impunha, mas será que um saco de plástico e uma nota de advertência distribuído a cada vendedor ambulante não resolveria parte do problema? Bem sei que para uns o lixo poderá não incomodar, mas será que os outros têm de “gramar” o que não querem? Cara ou Coroa? COROA!

Este ano, o GETAS voltou a respeitar a tradição e durante as noites de 5ª e 6ª feira voltou à rua para o seu tradicional Cantar dos Reis. “Visitaram-me” na noite de 6ª feira e… GOSTEI DA VISITA!

Para todos aqueles que integravam tão vasto grupo (o número de jovens que o compunha é um garante que esta associação está para durar, o que se saúda e aplaude) renovo o agradecimento pela visita, desejo a todos e um “FUNTÁSTICO ANO” e que… para o ano… cá os esperarei de novo. CARA!








quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Transparência

Já entrámos no tal ano que muitos pretendem que passe depressa e outros que passe o mais devagar possível. Eu faço parte daqueles que pretende que 2012 passe o mais devagar possível e desde logo fico contente porque o ano é bissexto, e por via disso, tenho mais um dia para satisfação da minha vontade.

A minha vontade para que o ano de 2012 passe devagar, nada tem a ver com a profecia da Civilização Maia quanto ao fim da Humanidade lá para o dia 21 de Dezembro (durante anos, eu e muitos de nós vivemos com a profecia do “a 2000 chegarás, mas de 2000 não passarás” e já lá vão 12 anos!!!), mas apenas porque quero desfrutar o melhor possível o legado que Deus me concede: a capacidade de viver e apreciar a vida que me rodeia.

Pese todos os escolhos que os nossos passos têm de transpor diariamente… É BOM VIVER!

É inquestionável que a vida vivida sem dor é tudo aquilo que qualquer um de nós ambiciona, independentemente dessa dor ser física ou psíquica. E porque também eu quero viver a vida longe da dor só tenho uma saída: tudo fazer para a não ter!

Só alguém para quem a vida não tem qualquer valor é que pode ficar insensível diante do conhecimento que vivemos numa sociedade doente. Pese toda a “saúde” que possa evidenciar, a dor dessa “doença” acabará por “contagiá-lo” e com isso condicionar a sua forma de vida. E porque vivo numa sociedade que há muito se encontra doente, a forma que tenho encontrado para contribuir para as suas “melhoras” é revelar o segredo da minha “saúde”. Independentemente de saber que as minhas “armas” não são indestrutíveis, dados os muitos defeitos que possuem, saber que, pelo menos, poderão “ajudar” uma só pessoa, já vale a pena o propósito.

Colocando de novo os olhares sobre o provir (este ano e todos os que se seguirão) penso que se formos capazes de perceber que os avanços da ciência não nos mudou só a nós, mas também os outros foram mudados, conseguiremos encontrar a saída para a resolução de muitos problemas que causam “dor” aos outros e a nós também.

Os avanços na tecnologia da informação já não nos permitem pensar que somos capazes de esconder os nossos pensamentos quanto mais os nossos actos. O “Big Brother” do livro “1984” da autoria de George Orwell, publicado em 1949, comparado com o que se passa nos dias de hoje, é como compararmos a era animal no tempo dos dinossauros e a era atual.

E se já não conseguimos ser transparentes, porque é que alguns teimam em pensar ser possível tal aventura?

Dos que acreditam que o homem-fantasma ainda consegue fazer “milagres”, ninguém consegue bater os nossos políticos. De entre eles, os que mais se destacam são, seguramente, aqueles que mais de perto vivem junto das comunidades que os elegeram. E destacam-se especialmente pelo juízo de valor que fazem quanto à ingenuidade dos outros que eles julgam conhecer. Quão enganados muitos deles andam!

Será que alguém seria capaz de aceitar que alguém fosse, às segundas, quartas e sextas, juiz numa comarca e às terças e quintas, fosse advogado na comarca vizinha? E se não conseguimos aceitar tal hipótese, porque é que continuamos a pactuar através dos nossos silêncios ou interesses particulares em dar continuidade a actos que enfraquecem a comunidade à qual pertencemos?

E se cada um de nós ocupasse apenas o espaço a que tem direito, em vez de procurar incessantemente ocupar os espaços que a outros compete?


Cara ou Coroa

Cá para as bandas do meu Concelho, o espartilho financeiro que envolve a sua Autarquia mal lhe dá espaço para respirar quanto mais andar. Assim os dias sucedem-se uns a seguir aos outros sem que a rotina seja minimamente quebrada.

Porém, na semana do Natal, “O Mirante” publicou um artigo que dava conta que a Barragem da Lapa que foi inaugurada em Dezembro de 2002 e até hoje não foi entregue pelo consórcio construtor à Câmara Municipal do Sardoal, preocupa os deputados socialistas eleitos pelo círculo eleitoral de Santarém. A preocupação destes deputados prende-se com as medidas preventivas a que Barragem tem estado sujeita ao longo destes anos (desde Fevereiro de 2004) que impede que seja ultrapassado o nível dos 164 metros, dada a existência de anomalias detectadas na sua construção pelo LNEC e confirmadas pelo INAG. A preocupação é tanta (?) que levou estes senhores Deputados a enviarem um requerimento à Ministra da Agricultura (não seria o Ministro da Administração interna?) no qual perguntavam quais as medidas adoptadas para a salvaguarda da segurança de pessoas e bens existentes a jusante da barragem de "deficiente" construção ao mesmo tempo que reclamavam ainda pelo conhecimento dos relatórios enviados sobre esta matéria à Câmara Municipal de Sardoal.

O que me chamou mais a atenção nesta notícia não foi as deficiências construtivas da barragem da Lapa que sempre conheci durante o tempo que fui Vereador (Outubro/2005 – Outubro/2008) e das inúmeras histórias que envolvem as entidades envolvidas na sua construção quanto ao corrige - não corrige, mas quem vem agora reagir e pugnar pelo direito à salvaguarda da segurança de pessoas e bens existentes a juzante da barragem.

Onde é que andaram todos estes senhores ao longo de todos estes anos? Quais foram as suas responsabilidades governamentais desde 2005 para terem andado tão “distraídos”? Se não me falha a memória, os actuais deputados do PS eleitos pelo círculo eleitoral de Santarém, na Legislação anterior, um era ministro da Agricultura, a outra secretária de Estado e o outro Deputado.

Porque é que isto me cheira a oportunismo político? Cara ou Coroa?

COROA!