domingo, 29 de maio de 2011

Falta uma semana

Estamos a uma semana de conhecermos o rosto daquele que irá assumir o leme desta nau que mete água por todo o lado e que dá pelo nome de Portugal. As sondagens revelam que o seu conhecimento só será possível, como se de uma corrida se tratasse, na recta final e com recurso a “photo-finish”.

O que há algumas semanas atrás, a todos parecia evidente que para o lugar de comandante apenas havia um nome (Passos Coelho) eis que a campanha eleitoral começa e a demagogia dos seus adversários começa a fazer “estragos” em tais previsões.

Um povo que se deixa conduzir pela ilusão e demagogia de uns poucos e se recusa a aceitar a adversidade da realidade em que se encontra, é um povo que se coloca no limiar da sua própria extinção. E é por isso que me custa perceber como é que um “carrasco”, depois de ter infligido tanta “dor” consegue ter tanto apoio das suas vítimas. Alguém tem dúvidas que o “carrasco” não se consegue corrigir e só sabe ser “carrasco”?

Não percebo como é que os verdadeiros socialistas conseguem apoiar uma lista de súcias, encabeçada por alguém quem é só o responsável pelo maior desastre social da História de Portugal. Alguém tem dúvidas que aos olhos de José Sócrates os socialistas apenas servem para lhe garantirem o poder e depois dele garantido apenas contam os seus “súcias” comparsas?

Não percebo como é que alguém é capaz de desenhar uma cruz no quadradinho colocado á frente do nome “Partido Socialista” pensando que o seu voto é para o Partido que simpatiza quando na prática o mesmo apenas serve para entregar de novo o poder a José Sócrates.

Não percebo como é que tantos portugueses se têm deixado “levar” pela campanha “Hollywoodesca” de Sócrates. Durante uma semana que já leva a campanha eleitoral será que algum dos apoiantes de Sócrates o ouviu falar das propostas que apresenta para Portugal? Se para se iludir um tolo apenas basta uma festa e um bolo, para quê inventar? E ele segue essa máxima à letra.

Não é difícil iludir alguém, quando se sabe que esse alguém já foi iludido anteriormente. E se quem ilude é mestre na arte de bem iludir (até nas habilitações académicas foi capaz de iludir muitos, mas nem todos) então o destino do iludido fica automaticamente traçado.

Até ao momento, nesta campanha, José Sócrates apenas foi capaz de criticar tudo e todos que não sejam por ele. Quanto às suas propostas não interessam. Até contra as medidas inscritas no Memorando elaborado pela Troika e por si elogiadas e publicamente aceites, consegue encontrar motivos para criticar apenas e só para confundir e iludir.

Mas não é só não crítica aos outros que a campanha de José Sócrates e dos seus “súcia listas” se faz. A campanha também já envolveu um jogador do Benfica que se viu todo “apardalado” por receber tantos sinais de admiração por parte de quem, possivelmente, nunca havia recebido um simples gesto de cumprimento. Por este andar, e após a rejeição dos arquitectos do Porto (Siza Vieira e Souto Moura) para reeditarem o episódio Figo (pequeno almoço promocional com José Sócrates durante as últimas eleições legislativas) não será difícil de prever que os próximos alvos promocionais de apoio à eleição de JS, possam vir a ser… o Palhaço “batatinha”… o José Castelo Branco e… (porque não?) o “Emplastro”.

Quando já decidi o que fazer do meu voto, esta última semana será, para mim, penosa e longa.

Que venha depressa o dia 5 de Junho para acordarmos para a dura realidade que irá ser a nossa vida sob as leis que outros nos impuseram, apenas e só porque fomos governados pela incompetência e irresponsabilidade de alguém cujo nome jamais esqueceremos.

Só com um grande espírito de unidade é que seremos capazes de transpor os obstáculos que temos pela frente durante os próximos 3 anos. Todos seremos poucos.

Permitam-me que ouse sonhar com um governo liderado por Passos Coelho e tendo como Ministros representantes do PS e CDS.

Quanto a José Sócrates e a corte que o rodeia, que cessem definitivamente as suas actividades políticas e venham para o mercado do trabalho aprender o que custa a vida.

Relativamente a todos aqueles que através de movimentos de greve quiserem comprometer o sucesso da implementação do acordo, que o Governo seja capaz de minimizar os seus efeitos com o recurso à requisição civil, à intervenção do exército e dos desempregados inscritos nos Centros de Emprego com competência para substituir a pessoa em greve.

A nossa sobrevivência depende em exclusivo da capacidade em sermos capazes de cedermos a outros alguns dos nossos direitos.

domingo, 22 de maio de 2011

Contagem final

Já começou a contagem final para o dia em que voltaremos a desenhar uma cruz num pedaço de papel, desta vez elegendo quem queremos que governe o nosso País durante os próximos quatro anos.

Já perdi o conto as vezes que cumpri com este meu dever de cidadão, todavia, nunca como agora o meu objectivo não é escolher quem eu quero que se sente ao leme do meu País, mas sim quem eu quero que não volte a pegar nesse leme.
Tirando quem eu não quero que pegue no leme, apenas restam quatro candidatos. Uma vez que a rota do nosso barco já foi devidamente traçada por quem veio em nosso auxílio, quando já nos afundávamos,e existem dois destes quatros que pretendem levar-nos para outras águas revoltas e pouco profundas, que por certo nos trariam grandes males, restam dois.

José Sócrates lembra-me Muammar al-Gaddafi (Kadafi). O tempo no poder e a ambição desmedida de ambos forneceram-lhes “armas” que não hesitam usar quando o seu poder está em jogo. Desde a mentira até à encenação de como têm os seus povos consigo (quando já há muito perderam a sua confiança), passando por “eliminar” todos os seus possíveis adversários, tudo vale. Kadafi, quando o seu povo o abandonou e debandou dos quartéis, a alternativa foi usar os recursos financeiros do Estado Líbio e contratar mercenários estrangeiros para reforçar o seu exército e "eliminar" a “concorrência”. José Sócrates, para compensar o fraco entusiasmo público dos portugueses perante a sua pessoa, optou por contratar figurantes estrangeiros, que nem duas palavras são capazes de articular na língua de Camões, para poder passar a imagem de quão é querido pelo seu povo

“…Seguem José Sócrates para todo o lado, de norte a sul do País, em autocarros pagos pelo PS. Depois são usados para compor os comícios, agitar bandeiras, e puxar pelo partido, apesar de muitos deles não perceberem uma palavra de português e não poderem votar. Em troca têm refeições grátis.
Trata-se de imigrantes provenientes da Índia e Paquistão, trabalhadores nas lojas do Martim Moniz, Lisboa, e na construção civil. Estiveram com José Sócrates em Beja, Coimbra e no comício de ontem em Évora, onde deram nas vistas ao exibir os seus turbantes. Até à porta da RTP, no dia do debate com Passos Coelho, realizado na sexta-feira, estiveram de bandeiras em punho.
Além do transporte, conforme o CM verificou, o PS disponibiliza refeições e lanches. Deixaram os seus trabalhos para apoiar Sócrates, mas disseram ao CM que não são pagos por isso. "Não são pagos" garantiu também ontem fonte do PS, justificando que a presença dos imigrantes está inserida "na estrutura voluntária da campanha…"
(in Correio da Manhã de hoje)

O mais estranho no comportamento de JS é que dizendo-se paladino da democracia, em muitos aspectos era capaz de dar lições de como controlar uma notícia a alguns governantes do Estado Novo. O seu problema é que naquele tempo era mais fácil apanhar um coxo do que um mentiroso, porém, hoje, com a evolução da tecnologia, no que concerne ao acesso à informação, por mais coxo que seja o coxo, corre sempre mais que o mentiroso.

Basta sentarmo-nos diante de um simples computar ligado à Internet e em poucos minutos apanhamos o mentiroso. E a mentira existe para todos os gostos, desde a defender a comunicação social quando ela o elogia até atacá-la publicamente quando ela ousa criticá-la (que o digam Manuela Moura Guedes, Judite de Sousa, Maria Flor Pedroso e tantos outros), até a prometer que não aumentaria os Impostos aos portugueses num dia e no outro fazer exactamente o contrário, passando pela arrogância de alguém para quem o seu erro é sempre o resultado de causa alheia.

A “cassete” que permanentemente usa em todas as suas intervenções já nem consegue motivar os seus camaradas da causa socialista, quanto mais os outros. Desde que a Troika apurou o valor do empréstimo que deveria ser concedido a Portugal não se percebe como JS continua a defender que o empréstimo teve por base o PEC 4 e que caso ele tivesse sido viabilizado pelo PSD nunca seria necessária a entrada da Troika em Portugal. Se o PEC 4 poderia gerar 6 mil milhões de euros adicionais nos cofres do Estado, e o empréstimo que a troika apurou como sendo necessário a Portugal é de 13 (!!!) vezes aquele valor, é preciso ser-se muito mentecapto para se aceitar tal teoria saloia.

Na passada 2ª feira e durante o debate na SIC com Jerónimo de Sousa, José Sócrates confrontado pela jornalista sobre o facto do Governo ainda não ter disponibilizado o Memorando alcançado com a troika e em português, respondeu: "... Presumo que está disponível no site do Ministério das Finanças. esse documento é público. Eu acho que há uma tradução portuguesa, se a Clara de Sousa não o encontrou... Se não há devia haver..."

(Hoje, passados alguns dias após ter reconhecido que se tal documento não estava disponível deveria estar, voltei a procurar o memorando quer no Portal do Governo, quer no Portal do Ministério das Finanças e… nada. Nem a versão em inglês quanto mais em português. A desculpa invocada na passada 3ª feira era que tal publicação só poderia ser divulgada após a reunião dos Ministros das Finanças Europeus nesse dia. Para além deste documento também ainda não foi tornado público um segundo documento, "Memorandum of Economic and Financial Policies", com 12 páginas e onde é pormenorizada, por exemplo, a medida de redução da Taxa Social Única (TSU).)

E tudo isto porquê? Porque convém continuar a iludir os Portugueses. Só que, recordando a corrida entre o mentiroso e o coxo, é que hoje, tal como eu, são milhares os portugueses que já têm na sua posse o tal Memorando, quer em inglês, quer em português.

Por muito que a esmagadora maioria dos simpatizantes da causa socialista queira “descolar” José Sócrates do PS, o certo é que votar PS é votar José Sócrates. Mais do que votar no homem é legitimar tudo o que de mal ele foi capaz de fazer a todos nós. Como é possível que no segredo da câmara de voto haja ainda alguém,em consciência, e no próximo dia 5 de Junho, capaz de desenhar uma cruz no quadrado postado à frente da sigla do Partido Socialista?

Prefiro burro que me carregue do que cavalo que me derrube.


Cara ou Coroa

Porque julgo pertinente para os interesses do meu Concelho passo a transcrever dois pontos que constam do Memorando e que o Governo português deverá cumprir, seja qual for o Governante que saia das próximas legislativas, sob pena de poderem ficar condicionadas posteriores tranches do empréstimo (os 78.000 M€ virão aos "bochechos" e apenas se forem cumpridos os pressupostos definidos no memorando).

(Portugal: Memorando de entendimento sobre condicionalismos específicos de política económica. 3 de Maio de 2011, 13:40)


3.40 - Com a vista a melhorar a eficiência da administração local e racionalizar o uso de recursos, o governo submeterá ao parlamento um projecto lei até ao 4º trimestre de 2011 de forma a que cada Município tenha de apresentar o seu plano para reduzir as suas posições directivas e unidades administrativas em pelo menos 15% até ao fim de 2012 (2º trimestre de 2012). No que concerne às regiões, o governo irá promover as iniciativas (4º trimestre de 2012) de modo a que cada região apresente um plano para atingir os mesmos objectivos.

3.43 – Reorganizar a administração do governo local. Existem actualmente cerca de 308 Municípios e 4259 Freguesias. Em Julho de 2012, o governo irá desenvolver um plano de consolidação para reorganizar e reduzir significativamente o número de tais entidades. O governo irá implementar esse plano com base num acordo com os técnicos da CE (Comunidade Europeia) e do FMI (Fundo Monetário Internacional). Estas mudanças, que entrarão em vigor no início do próximo ciclo eleitoral local, irão melhorar o serviço, aumentar a eficiência e reduzir custos.


Se a estes dois pontos juntarmos os muitos outros que compõem o Memorando traçado pela Troika e aprovado (felizmente) pelo PS, PSD e CDS, é fácil perceber que serão enormes os constrangimentos financeiros a que todos iremos ficar sujeitos nestes próximos 3 anos.

Que os governantes do meu Concelho tenham visão e determinação na busca das melhores soluções para os problemas que nos serão colocados, para que no fim deste tempo possamos perceber que os conseguimos ultrapassar e, por isso, sejam merecedores da nossa admiração e agradecimento!

O tempo urge!

Quem vai à frente faz o pó. Quem vem atrás come o pó!

Cara ou Cara? Só pode ser CARA!

domingo, 15 de maio de 2011

Os Canarinhos (Game Over)

O tempo é, seguramente, o maior adversário de qualquer político. É o tempo que certifica se os seus actos e promessas foram as mais certas ou as mais erradas. E porque, a esmagadora maioria dos políticos portugueses apenas pensa no dia hoje, tudo fazem para que o amanhã seja o mais tarde possível. Todavia, o tempo tem o seu tempo próprio e não existe força humana que o possa controlar.

Vem isto a propósito da intenção da Autoridade Nacional de Protecção Civil, em Maio de 2008, ter escolhido o Sardoal para localizar uma unidade da sua Força Especial de Bombeiros (designados por “Canarinhos”). O teor do Protocolo e o local previsto para instalação da força, desde logo dava a entender que esse processo de intenções não passava de um mero jogo político.


O TEMPO PASSOU…

Em 20 de Junho de 2009 entendi que era chegado o tempo de revelar todo o meu pensamento sobre o assunto e escrevi aqui no “Três Bicas”.

(Excerto parcial do artigo disponível no arquivo do blogue)

“…Em Maio de 2008, o Sardoal foi escolhido pela Autoridade Nacional de Protecção Civil para “dar guarida” permanente a uma Força Especial de Bombeiros composta de 40 elementos. Sabendo-se que esta Força Especial de Bombeiros se assume como unidade profissional de bombeiros apta a intervir em qualquer cenário no domínio da protecção civil e do socorro, quer em território nacional, quer através da participação em missões internacionais de protecção civil, o facto de “alguém” se ter lembrado deste “pequeno pedaço de terra” era motivo bastante para a todos nos orgulhar.

- Porque será que foi escolhida a Escola Primária de Andreus, a Câmara Municipal de Sardoal ter de assumir com todas as despesas de reabilitação do edifício e 120 dias ser o prazo para qualquer das partes denunciar o protocolo sem direito a qualquer indemnização das partes envolvidas?

Decididamente, eu não percebo nada de Protecção Civil… “


O TEMPO PASSOU…

Em 13 de Junho de 2010 e após ter lido a Acta da Reunião da Câmara Municipal de Almeirim, realizada no dia 7 de Junho, percebi que o processo de intenções não passava de um mero jogo político e entendi escrever aqui no “Três Bicas”:

(Excerto parcial do artigo disponível no arquivo do blogue)

“O Jogo dos Canarinhos”

1ª PARTE (O início do Jogo?)

Acta da Reunião Ordinária do Executivo Municipal(de Sardoal) realizada em 18 de Junho de 2008.

14. AUTORIDADE NACIONAL DE PROTECÇÃO CIVIL PROTOCOLO

Sabendo-se que as instalações da antiga Escola Primária de Andreus já apresentavam alguma degradação num passado recente, que dela deram conta os pais dos alunos que a frequentaram, chegando mesmo a exigir que a Autarquia arranjasse o telhado para que em dias de chuva os alunos no interior das salas de aulas não tivessem que partilhar aqueles espaços interiores com a água da chuva;

Sabendo-se que mesmo diante de tais solicitações o Município do Sardoal nada fez para corrigir tais deficiências, as quais por sua vez por acção directa do tempo se agravaram ainda mais desde então;

Conhecendo-se as profundas limitações financeiras em que a Autarquia se encontra mergulhada e serem escassas as disponibilidades financeiras que possui para acudir às solicitações que diariamente se vê confrontada;

Desconhecendo-se a disponibilidade da Direcção Nacional de Recursos de Protecção Civil em assumirem os encargos resultantes da reabilitação do imóvel e espaço envolvente às necessidades da Força Especial de Bombeiros;

Sabendo-se que o Projecto de Protocolo não garante a permanência da Força Especial de Bombeiros no Município, para além de um espaço temporal de 120 dias, ainda que informalmente a vontade da Autoridade Nacional de Protecção Civil seja que a mesma permaneça em Andreus por um período francamente superior;

Os Vereadores Fernando Morais e Pedro Duque tomando por base unicamente os possíveis custos que poderão ser assumidos pela Autarquia na adaptabilidade de todo o espaço da antiga escola e em resposta às exigências da Autoridade Nacional de Protecção Civil, manifestam algumas reservas quanto às vantagens e desvantagens que este Projecto de Protocolo poderá trazer ao Município do Sardoal. No entanto, acreditando que na boa fé de todos os intervenientes directos neste Projecto de Protocolo está subjacente o princípio de que os interesses do Município do Sardoal se encontram devidamente salvaguardados, concedem o benefício da dúvida e votam favoravelmente o Projecto de Protocolo”.

2ª PARTE (As “virtudes (?)” do Jogo)

Excerto de uma intervenção feita pelo actual Vereador da Câmara Municipal de Sardoal, eleito pela lista do PS, Dr. Fernando Vasco, no dia 25 de Setembro de 2008, enquanto Deputado Municipal e durante a Reunião Ordinária da Assembleia Municipal de Sardoal:

----------Demonstrámos e continuaremos a demonstrar a nossa diferença em relação à política deste executivo municipal do PSD. Discordámos quando entendemos “que lá vem mais do mesmo”, e infelizmente foi a maior parte das vezes, concordámos quando as propostas apresentadas tinham o mínimo de credibilidade, partilhamos mesmo, projectos que defendemos, e que consideramos vitais para o desenvolvimento do Futuro do Sardoal, como seja a decisão da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) de sediar no Concelho de Sardoal a Base Permanente Distrital da Força especial de Bombeiros “Os Canarinhos” constituída por 37 homens e 3 mulheres, cujos vencimentos são pagos integralmente pela ANPC. A ANPC passará, desta forma, a ser o 2º maior empregar do Concelho.----
...
3ª PARTE (O desenrolar do Jogo)

Ao longo de todo este tempo têm sido várias as intervenções dos Vereadores e Deputados Municipais eleitos nas listas do PS relativamente ao atraso das obras que a Câmara Municipal de Sardoal tarda em realizar no Edifício da Escola de Andreus.

As dificuldades de tesouraria e a indisponibilidade da ANPC de financiar as obras não têm deixado outra saída ao Presidente da Câmara se não “empatar”. O processo da execução das obras arrasta-se ou porque se aguardam esclarecimentos adicionais por parte da ANPC ou porque se está a desenvolver o projecto ou…

Enquanto uns pretendiam que a obra se realizasse custasse o que custasse à Autarquia Sardoalense (era necessária uma bandeira para o processo eleitoral Autárquico! Porque será que o protocolo exigia que a Câmara realizasse as obras até Outubro de 2008?), outros pretendiam o devido financiamento para a realização da obra (alheios, ou talvez não, à bandeira que outros pretendiam agitar).

E assim vai terminar um jogo cujas regras foram viciadas (?) à partida.

PORQUÊ?

1º Será que o local definitivo para a instalação desta Força de Canarinhos nunca foi o Concelho de Sardoal e a sua “passagem” por este Concelho apenas fazia parte de uma estratégia associada a uma eleição autárquica à Presidência da Câmara Municipal? Que tem de especial o edifício da ex-Escola Primária de Andreus? Estrategicamente não é uma mais valia e quanto a instalações… (Os que não a conhecem, convido-os a fazerem-lhe uma visita e responderem à seguinte pergunta: Quanto custaria ao Município Sardoalense transformar aquela escola em Quartel das FEB, composto de 37 homens e 3mulheres? Perante toda a sua envolvente, poderia afirmar-se que qualquer que fosse o investimento realizado pela Autarquia haveria garantias que o quartel das FEB ali ficaria por muitos anos?)

2º Porque será que a Declaração de Voto proferida pelos Vereadores da oposição no decurso da reunião do Executivo Municipal em 18 de Junho de 2008, que aprovou o Protocolo entre a ANPC e a Câmara Municipal do Sardoal, criou algum desconforto a “alguém” uma vez que a esses Vereadores apenas estava “reservado” o papel de aprovarem tal protocolo sem levantarem quaisquer “ondas”?

3º Porque será que o Candidato (na altura ainda não oficial) à Presidência da Câmara Municipal do Sardoal pelas listas do PS, e ora Vereador, em 25 de Setembro de 2008 (na altura Deputado Municipal e Assessor do Secretário de Estado da Protecção Civil) considerava ser vital para o desenvolvimento do Futuro do Concelho do Sardoal a decisão da Autoridade Nacional de Protecção Civil em instalar uma Força Especial de Bombeiros neste Concelho? Vital para quem?

4º E se tudo isto não passou de um jogo político onde, desde a primeira hora, interesses pessoais poderão se ter sobreposto aos interesses do Concelho do Sardoal, será que alguém que teve um papel central em todo este processo não deverá assumir as devidas responsabilidades caso se confirme a deslocação dos Canarinhos para Almeirim e a existência de fundos próprios para a construção das suas instalações, mas noutro Concelho que não o Sardoal?

Não fico insensível ao facto de ver partir os “Canarinhos”, independentemente de saber que no dia que o Concelho do Sardoal necessitar da sua ajuda (Deus queira que nunca seja precisa) eles estarão presente. Já quanto ao facto de alguém poder lamentar que isso representará o encerramento do 2º maior empregador do Concelho, a minha insensibilidade é total. Não existe um só elemento que faz parte do actual Corpo dos Canarinhos sediados no Concelho do Sardoal, que aqui resida, ou que aqui pague os seus impostos, ou que aqui vote ou que aqui tenha quaisquer interesses pessoais que não os inerentes à estrutura profissional a que se encontra ligado.

Se alguém merece crédito pela forma como, até ao momento, soube gerir todo este processo, esse alguém é o Presidente da Câmara Municipal de Sardoal. Bem haja por tal.


Porque será que o Protocolo previa a sua denúncia por qualquer das partes sem direito a qualquer indemnização com uma antecedência mínima de 120 dias? A quem servia esta cláusula? Ao Concelho do Sardoal, único investidor no processo não seria certamente.

Quem fez o fato desenhou-o à sua medida!
…”


O TEMPO PASSOU…

Com a leitura da Acta da Reunião do Executivo da Câmara Municipal de Almeirim realizada no dia 21 de Março de 2011 já se conseguia perceber que o Jogo dos Canarinhos (no Sardoal) estava a chegar ao fim. Era tudo uma questão de semanas.


O TEMPO PASSOU…

Em 5 de Maio de 2011, as notícias deram conta que…

“…A Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) escolheu o dia internacional do bombeiro, 4 de Maio, para anunciar a instalação de duas importantes estruturas de socorro em Almeirim, cidade escolhida para acolher a base do grupo de Santarém da Força Especial de Bombeiros (FEB) e o futuro Pólo Logístico Nacional da Protecção Civil.

A construção da base permanente para os “canarinhos”, que estão provisoriamente instalados no Sardoal, foi alvo de um protocolo entre a ANPC e a Câmara Municipal de Almeirim, que oferece o terreno e assume os custos da construção, cedendo-a por 20 anos à ANPC….”

“… O quartel a instalar na zona industrial da cidade tem um custo de 550 mil euros financiados em grande parte por fundos comunitários. Para assegurar essa comparticipação e não deixar fugir o investimento para outra localidade, a autarquia aceitou pagar cerca de 150 mil euros das obras…”

“…O vice-presidente da câmara (Almeirim) revelou que as instalações serão sempre propriedade da câmara e que se a força sair nos próximos 20 anos de Almeirim o Estado tem que ressarcir a câmara do investimento feito…”



E UM NOVO HOJE CHEGOU…

Hoje, finalmente, percebemos as razões de no Protocolo estabelecido pela ANPC com o Sardoal não haver qualquer referência nem quanto à possibilidade da ANPC co-financiar a Autarquia Sardoalense nas obras de adaptação da Escola Primária de Andreus a Quartel dos Canarinhos, nem quanto à possibilidade da ANPC estar “amarrada” à possibilidade de ter de indemnizar a Autarquia pelos investimentos então realizados, caso entenda “levantar voo”.

E uma vez que o jogo há muito terminou não se compreende a intervenção dos Vereadores do PS durante a última reunião da Câmara Municipal de Sardoal, realizada no passado dia 10. Segundo o Vereador Fernando Vasco, os Vereadores do PS exigem o cumprimento integral do Protocolo celebrado entre a ANPC e a Câmara Municipal de Sardoal para instalação dos “Canarinhos” do Sardoal.

– Porquê? (pergunto eu). É certo que o novo quartel em Almeirim só estará pronto dentro de um ano, ano e meio, mas… e depois? Para que servirá o “tal” Quartel dos Andreus? Será que a Autarquia Sardoalense anda a nadar em dinheiro e não sabe o destino a dar-lhe?
Ou estamos diante de um caso de pura distracção ou então há aqui, AINDA, qualquer coisa que a minha “fraca visão política” me impede de enxergar!

GAME OVER.

domingo, 8 de maio de 2011

Trapaças

Esta semana deverá ficar para a História de Portugal não como aquela a quem outros aceitaram o nosso pedido de auxílio para nos tirarem a corda que voluntariamente enrolámos em torno do nosso pescoço, mas aquela em que aprendemos que a trapaça também pode ser premiada e elogiada.

A participação pública de José Sócrates na passada 3ª feira à noite, em horário nobre e no intervalo do jogo entre o Cristiano Ronaldo e o Leonel Messi e a participação pública de Teixeira dos Santos na 5ª feira às 11 da manhã revelam a baixa dimensão de alguém que foi o principal responsável por nos enrolar a corda à volta do pescoço (sozinho e em apenas 6 anos foi capaz de hipotecar tanto as finanças do Estado que todos os outros primeiros-ministros nos outros 31 anos anteriores, e já para não falar nos outros anos de Salazar e Marcelo Caetano).

Ao longo do tempo, aqui no “Três Bicas”, e sobre Teixeira dos Santos, foram vários os elogios que fiz, numa primeira fase, e várias as críticas que não me coibi de lhe fazer nos últimos tempos. Hoje, depois de assistir à sua última prestação, enquanto Ministro das Finanças tiro-lhe o chapéu pela grandeza que foi capaz de evidenciar quando em vez de pensar em si e mandar às urtigas o seu chefe, pensou no seu País mesmo que para tanto tivesse servido de marionete a alguém para quem a trapaça e a intrujice são aliados inseparáveis no caminho do poder.

Hoje, sou capaz de desculpar o último Ministro das Finanças deste governo por não ter dado o grito do Ipiranga quando a sua consciência de técnico já o incitava à rebelião, deixando subjugar-se (?) pelo poder político do seu Primeiro-Ministro. E sou capaz de desculpar porque ninguém, a não ser ele, será capaz de revelar se o que aconteceu, entre ambos, foi uma subjugação ou uma participação na redução de males maiores para o seu e meu País. A forma como foi ostracizado e ridicularizado são sinais de que preferiu servir o País a servir o poder de outros. Obrigado Professor Fernando Teixeira dos Santos!

Por mais que tente identificar uma razão lógica não consigo perceber como é que o PS de José Sócrates (não confundo com o Partido Socialista Português) depois de tantas trapaças que lesaram fortemente os interesses de todos os Portugueses (todos não, apenas os interesses dos outros, dado que os deles são, sempre foram e sempre serão salvaguardados), que sempre diabolizou o FMI e agora tece loas às suas virtudes, que foi capaz de lançar um Programa de Governo antes de todos os outros Partidos e disso fazendo alarde mesmo sabendo que seria o Programa da Troika que prevaleceria e não deixaria margem de manobra a outras pretensos programas partidários e que o seu programa não passaria de mais um embuste cujo destino seria um campo de urtigas, é capaz de reunir à sua volta os entusiasmos que as sondagens deixam antever.

Será que não andamos a dormir há tempo demais? Será que quando acordamos, o pesadelo real que teremos de enfrentar não será superior ao pesadelo que presentemente os nossos sonhos deixam perceber?

Nas próximas eleições legislativas não iremos escolher quem melhor nos consegue iludir com as propostas que gostamos de ouvir, mas apenas quem tem a capacidade de gerir, com responsabilidade, o programa que o FMI, Banco Central e Comunidade Europeia nos impôs, e que aceitámos, como contrapartida dos 78.000M € que nos acabaram de emprestar para que possamos tirar a corda que José Sócrates e “sus muchachos” nos enrolaram à volta do pescoço.

Só por puro masoquismo e ou interesse directo se compreende a decisão de alguém continuar a confiar de novo o destino do seu País a quem tão mal tratou dele.


Cara ou Coroa

No rol de contrapartidas que Portugal deverá cumprir, e no âmbito dos empréstimos que a Troika decidiu conceder a Portugal e por entre um mar de aflições existem algumas a que não consigo ficar indiferente. O memorando prevê que o governo desenvolva, até Julho de 2012, um plano de consolidação para reduzir de forma significativa o número de Concelhos e Freguesias, para além destes organismos verem reduzidas as verbas do Orçamento do Estado em 2012 e 2013. Ainda sobre a redução dos Concelhos e Freguesias, a conclusão desse trabalho deverá ficar pronta o mais rapidamente possível para que nas próximas eleições autárquicas tal revisão já produza os efeitos desejados.

Será que alguma das quatro Freguesias do meu Concelho será “apagada”? Será que o meu Concelho com a proveta idade de 478 anos será um dos que irá ser “apagado”?

Por mais que possamos recusar a admitir tal possibilidade os sinais que existem são de preocupação e enquanto não virmos afixados o nome dos “condenados” não teremos descanso.

Os sinais são os mais diversos, desde a baixa população (no anuário financeiro dos municípios portugueses de 2008 o Concelho de Sardoal ocupava o lugar 287 em 308) até à ausência de riqueza produzida no interior das suas fronteiras, que apenas é compensada com o peso do patrão Estado, passando por um cem número de problemas estruturais difíceis de corrigir.

Um dos maiores problemas estruturais que o Concelho enfrenta jaz na dificuldade que os nossos políticos têm tido em separar o essencial do acessório na hora de decidir o que fazer dos parcos proveitos financeiros que são colocados à sua disposição.

Os resultados financeiros publicados esta semana no site da Câmara Municipal de Sardoal e relativos à Prestação de Contas de 2010 fazem arrepiar o mais insensível a números. Numa leitura muito rápida é possível perceber que o que sobra depois de se pagar os salários do pessoal e os empréstimos bancários é igual à dívida que existe a terceiros.

Quantos anos serão necessários para que se possa atingir a dívida Zero ou que se atinja a credibilidade de bom pagador? Cara ou Coroa? COROA!

A dificuldade financeira é tanta que só assim se compreende os contornos que têm envolvido a compra do tal autocarro Volvo XPTO que a Autarquia Sardoalense decidiu adquirir no dia 21 de Fevereiro do corrente ano. As várias publicações em Diário da República (24 de Fevereiro, 15 de Abril e 27 de Abril) relativas à abertura de propostas para o financiamento por locação financeira (leasing) de 192.990 €, não revelam nada de bom. Cara ou Coroa? COROA!

Por último, o que ressalta também da Prestação de Contas de 2010 agora publicada, nem é o pagamento efectuado à Águas do Centro (não é surpresa para mim, que sempre identifiquei tal negócio ruinoso) mas tão só as despesas que a Autarquia teve com um Vereador da oposição. Contabilizando o tempo que esteve presente nas 24 reuniões do Executivo Municipal e as 5 reuniões da Assembleia Municipal (para o efeito considerou-se a hora de abertura e hora de fecho registado nas actas respectivas), contabilizando o que foi pago em 2010 e as dívidas pendentes registadas em 31 de Dezembro de 2009 e 31 de Dezembro de 2010) o seu preço hora foi de 112,41€(!!!). (Comparativamente, o preço hora do outro seu colega Vereador foi 1/3 do seu).

Para quem tanto prega quanto à irresponsabilidade do actual governo na hora de gerir os dinheiros da Autarquia Sardoalense, quando toca os seus próprios interesses, tal pregação é atirada para o tal campo de urtigas. Se a esse pagamento juntarmos o facto de, na qualidade de funcionário público ter, ainda, todos os benefícios que tais reuniões lhe concedem (dispensa do serviço sem qualquer corte nos seus direitos salariais) e os seus contributos políticos (sem ser as normais críticas aos passeios dos jovens e dos menos jovens não consigo lembrar-me um só. Alguém é capaz?) durante o ano de 2010, só me ocorre lembrar que bem pregava Frei Tomás. COROA!

domingo, 1 de maio de 2011

Banha da Cobra

Em vésperas de conhecermos as “linhas” que nos iremos “cozer” para os próximos anos, a nossa postura diante do seu conhecimento é de uma indiferença tal que deverá surpreender certamente os “criadores” dessas linhas. Enquanto não for conhecido o conteúdo da “embalagem”, nada como continuarmos a agir do modo como sempre agimos independentemente de pensarmos que os caminhos que utilizámos e continuamos a utilizar estão completamente errados.

Ao longo destes 37 anos de democracia, os políticos portugueses sempre privilegiaram o seu sucesso financeiro e pessoal em troca do futuro dos portugueses. O segredo desse sucesso tem sido simples: dizer aos portugueses aquilo que eles querem ouvir e nunca, mas mesmo nunca, aquilo que deveriam ouvir.

Entre alguém que nos promete dar um presente (que sabemos que não consegue cumprir) e um outro alguém que se recusa prometer tal presente porque assumidamente diz não ter condições para cumprir, o nosso primeiro impulso é rejeitarmos, de imediato, o último. A razão é simples: porque de um povo esforçado e trabalhador, tornámo-nos num povo que busca permanentemente a facilidade e o ócio. E é essa busca constante pela facilidade e pelo ócio que faz com que aceitemos com toda a naturalidade que um bom político é aquele que melhor nos poderá servir, independentemente do seu carácter e conduta. Alguém se lembra do impacto de sucesso que teve a célebre frase, de um então Presidente da República, de que “… há mais vida para além do défice!”. Hoje, afogados que estamos no défice, dá para perguntar: – Vida… para quem?

Se dúvidas ainda restassem quanto ao ponto a que chegámos, o facto da esmagadora maioria dos portugueses (86,7%), e de acordo com a sondagem da Marktest realizada há cerca de 2 semanas, identificar o primeiro-ministro como o principal responsável pela crise em que nos encontramos, como é possível que, mesmo assim ainda haja quem o leve a sério? Não é que o homem voltando a prometer-nos o Céu quando todos percebemos que, dali, apenas se espera o Inferno, ainda é aplaudido por mais de 30% dos portugueses e alguns seus camaradas não se coíbem até de o tratar enquanto “nosso (deles) querido líder”?

Como é que alguém que governou Portugal nos últimos 6 anos, 4 dos quais fazendo o que queria (maioria absoluta), ousa apresentar, agora, propostas que, segundo ele, serão as únicas capazes de nos tirar da maior crise financeira e económica de que há memória? Porque não o fez antes? O que o impediu? A resposta é simples: o homem é um artista na arte de bem vender. Se dúvidas ainda restassem, só alguém com tal perfil seria capaz de, a poucos minutos de revelar ao País a necessidade de ter de pedir a ajuda externa, que sempre rejeitou, estar mais preocupado com a sua imagem face aos ângulos das câmaras que estariam apontadas para si naquela hora de “tragédia Nacional” do que as consequências directas da sua intervenção. Ainda hoje me admiro como é que conseguiu conter as lágrimas e os soluços enquanto saltava de teleponto em teleponto. Acredito que da mesma forma que conseguiu vender (?) alguns Magalhães ao seu amigo Chávez, a sua veia de vendedor torná-lo-ia um empresário de sucesso quer vendendo gelo no Pólo Norte, quer areia no deserto do Saara.

Eu sei que as estruturas dirigentes partidárias se regulam por estratégias e compromissos, por vezes difícil de perceber para quem está de fora, mas o que é que um Partido com a dimensão do PS consegue ver em José Sócrates que a esmagadora maioria dos Portugueses não vê, por mais que não se canse de esfregar os olhos? Talvez aqui resida um outro mal que nos invade: Para os Portugueses não interessa a forma como atingimos a vitória. Se a este defeito juntarmos o facto de não conseguirmos, também, aceitar uma derrota, tal combinação torna-se explosiva.

A saída para evitarmos que a saga da nossa desgraça continue, não reside apenas na capacidade dos outros Partidos se poderem agora revelar diferentes, mas tão só na disponibilidade em mudarmos os nossos próprios comportamentos enquanto cidadãos responsáveis pela construção de uma sociedade mais justa, onde os nossos direitos e deveres se equilibrem e as futuras gerações não tenham de pagar por erros por outros cometidos antes mesmo de nascerem.

Para isso torna-se imperativo que eliminemos definitivamente todos os encantadores de serpentes e vendedores de banha da cobra cujas “mesinhas” nos têm atirado para um pântano onde areias movediças nos impedem de caminhar e onde basta respirar para nos afundarmos. Os Partidos são um mal necessário uma vez que sem eles a Democracia não existe, mas será que eles não poderão ser um pouco mais transparentes e dispensarem todos os vendedores de banha da cobra que se acoitam à sombra das suas bandeiras? Não seriam mais os ganhos que as perdas?

Estou cansado de vendedores de banha da cobra! Serei o único? Creio que não.


Cara ou Coroa

No Cara ou Coroa de hoje, volto a olhar para o meu Concelho e, à imagem do meu País, os sinais que vou colhendo enquanto simples Munícipe, não são os melhores. Não se vislumbra qualquer sinal de mudança real. Os anos vêm… os anos vão… e em matéria de inversão da desertificação e capacidade geradora de riqueza, os sinais, a existirem, são de tal modo ténues que permite afirmar que, simplesmente, não existem.

Se do lado do Governo do País não existe qualquer preocupação em procurar-se alternativas no sentido de se reduzir a importância do peso do endividamento público na satisfação das necessidades financeiras do País, do lado do Governo Local, também não parece haver qualquer preocupação em se reduzir a importância do peso das transferências por parte do Governo Central diante das necessidades financeiras do Concelho. O primeiro quando não tem, pede emprestado ao estrangeiro e no futuro alguém (nós… os nossos filhos… até já os nossos netos!) que pague. O segundo apenas dança com a música que o primeiro lhe dá. Hoje faz-se o que se pode e é no amanhã que os problemas se solucionarão.

Não conheço os resultados financeiros obtidos pela Autarquia Sardoalense durante o ano de 2010, mas não será difícil prever a existência de uma elevada dependência aos duodécimos (transferências correntes e de capitais promovidas mensalmente para as contas da Autarquia, a qual poderá ser superior a 75% da totalidade das receitas) e uma fraquíssima liquidez após cumpridos os seus compromissos principais (encargos com o pessoal e com a banca) que condiciona fortemente o cumprimento de dívidas a terceiros pendentes e o exercício normal da actividade Autárquica.

As novas medidas de austeridade que a Troika (FMI, Banco Central Europeu e Comissão Europeia) a todos nos irá impor, não deverão traduzir-se, seguramente, por um acréscimo do valor dos duodécimos mensalmente transferidos. Assim, os tempos que poderão vir cá para as “bandas” dos Sardoalenses não deverão ser os melhores. Duas opções restam a quem zela por nós: ou continuam a acomodar-se e esperam pacientemente que um milagre económico aconteça (só acredita em milagres, quem tem Fé e não é por muito bater com a mão no peito que a Fé se conquista) ou arregaçam as mangas e vão à luta.

Até este momento, as únicas mangas arregaçadas que vislumbro tratam de festas, passeios, comes e bebes, como se o amanhã não existisse e o importante apenas fosse o dia de hoje. O importante é o amanhã porque o hoje é efémero. Será que este continuo adiamento não nos irá trazer alguns amargos de boca num futuro próximo?

Para quando por parte dos nossos governantes uma postura mais proactiva em matéria de produção de riqueza que não apenas a gerada pelos dinheiros públicos colocados à sua disposição? Cara ou Coroa? COROA!


A vida já nos mostrou que uma Oposição Fraca, é capaz de tornar Fraco, Forte Governo, ou, pior ainda, validar Fraco Governo. Vem isto a propósito dos sinais que os Partidos que gerem o meu Concelho (PSD no governo e PS na oposição) transmitem através das suas Sedes separadas entre si de 50-60 metros.

Para qualquer “desalinhado político” enquanto uma é capaz de transmitir indiferença, a outra não consegue passar despercebida. Fixemo-nos nas bandeiras hasteadas como hoje as encontrei e comparemo-las.








Que pensamentos poderemos ter diante da bandeira do Partido Socialista. Será desleixo? Será propositado? O que será? COROA!