terça-feira, 15 de novembro de 2011

Novos tempos

Desde há algum tempo que aqui tenho vindo a fazer um apelo quanto à necessidade de nos “protegermos” uma vez que a “tempestade” que há muito alguns previam e que muitos outros tudo faziam por a ignorar, já está a chegar e apresenta-se “demolidora”.

A “tempestade”, ao incidir toda a sua força sobre o que “edificámos” ao longo dos últimos 20-30 anos, obriga-nos a reflectir sobre o que não fizemos e deveríamos ter feito para que as estruturas do nosso “edificado” pudesse apresentar-se, agora, com uma capacidade de resistência superior e estarmos descansados quanto aos seus efeitos.

O maior dos muitos erros que cometemos foi, sem dúvida, convivermos com um “alguém” que não conhecíamos. A esse “alguém” estava reservada a função de resolver os nossos problemas, por maiores que eles fossem. Hoje, diante da necessidade extrema de continuarmos a contar com esse “alguém” sentimos que ele nunca existiu e que ele era apenas fruto de uma ilusão alicerçada no sonho de uma vida fácil.

Diante de tamanha desilusão não é tempo de carpir mágoas, mas de olharmos para “dentro” de nós e encontrarmos as respostas que sempre quisemos evitar.

Uma das “maldades” que fomos capazes de fazer a nós próprios foi pensarmos que podíamos gastar mais do que tínhamos e esse vício conduziu-nos a um despesismo doentio. Não é fácil, de um momento para o outro, alterarmos comportamentos de uma vida, mas temos obrigatoriamente de o fazer porque deles dependerá o nosso futuro. Cada um, à sua medida, deverá ser capaz de identificar quais as alterações que deverá promover para que se possa ver livre dessa “doença” que é portadora de um vírus letal.

E porque penso que a partilha de experiências poderá ajudar alguns mais indecisos quanto aos caminhos que deverão escolher, aqui deixo duas dicas que poderão reduzir os nossos gastos com o consumo de água e energia eléctrica sem beliscar o nosso padrão de vida.

Água – Agora que o Inverno está a chegar, a primeira coisa que fazemos antes do nosso duche diário é abrir a torneira da água quente e esperar que a água fria dê lugar à água quente. Na maioria dos casos tal “desperdício” de água corresponde ao volume de água acumulado no autoclismo da bacia de retrete localizado a um metro de distância. Porque não deitar tal água para um simples balde e substituir uma descarga do autoclismo? Ao fim de um ano, quantos metros cúbicos de água não se poderiam poupar? O nosso porta-moedas agradece e o ambiente aplaude.

Energia eléctrica – Tem sido feita muita propaganda às lâmpadas de elevada eficiência, só que o seu preço chega a assustar na hora de as adquirirmos. Em termos financeiros, existem situações que a substituição de uma lâmpada incandescente por uma dessas lâmpadas não trás benefícios financeiros acrescidos. Se uma lâmpada é usada por pouco tempo (numa despensa, em corredores, etc) a diferença entre o custo das lâmpadas chega e sobeja para pagar a energia eléctrica consumida durante muitos e muitos anos. Todavia, caso a lâmpada tenha um uso diário significativo (cozinha, sala ou quarto) aí a opção recai por inteiro na lâmpada de elevada eficiência. Tomemos os seguintes exemplos:

Situação 1- Tomemos uma lâmpada tradicional incandescente de 100 W de potência, com um custo aproximado de 1,50 €, ligada diariamente durante 3 horas. Ao fim de um ano terão sido consumidos 109,5 kW de energia eléctrica, a que equivale um custo de 18,60 € e a uma emissão de cerca de 50 Kg de CO2 para a atmosfera.

Situação 2 - Tomemos agora uma lâmpada de elevada eficiência, fluorescente compacta, de 20 W, que produz igual luminosidade à produzida pela lâmpada incandescente de 100 W, que tem um custo de cerca de 8,50€ e ligada diariamente durante 3 horas. Ao fim de um ano terão sido consumidos 21,9 kW de energia eléctrica, a que equivaleria um custo de 3,70 € e a uma emissão de cerca de 10 Kg de CO2.

Se a tudo isto, juntarmos ainda, o tempo de vida das lâmpadas incandescentes ser de, aproximadamente, 1.000 horas e as lâmpadas de elevada eficiência apresentarem um tempo de vida 10 vezes superior àquelas, a comparação dos resultados é de tal forma gritante que a nossa escolha é simples. Neste caso, a utilização de lâmpadas de elevada eficiência será a escolha mais acertada, não só porque o nosso porta-moedas agradece, mas também porque o ambiente aplaude.

Post Scriptum – Bem sei que, numa das minhas dicas, ao eleger a redução do consumo de água, como uma das saídas para a redução das minhas despesas, não seja propriamente um ”amigo” da Autarquia Sardoalense agarrada a um contrato que a penaliza no caso de eu não consumir aquilo que eu “deveria consumir”. Quanto mais eu poupar, mais eu obrigo a minha Câmara a pagar à Águas do Centro a água que não consumo. Paciência! Pode ser que algum dia, alguém, seja capaz de corrigir o pior contrato que alguma vez foi assinado pela Câmara do Sardoal e para o fim do qual ainda faltam (?) 28 anos!

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