domingo, 28 de março de 2010

Dois Anos

Na próxima terça-feira faz dois anos que o “Três Bicas” nasceu.

Enquanto “seu progenitor” não me custa admitir que na génese da sua concepção radicou a minha vontade de manifestar publicamente os meus pensamentos políticos, embora com o tempo, de alguma forma, tivesse alterado essa vontade em consequência do meu afastamento da política activa. A este propósito, relembro o que escrevi há um ano (“Caminhos de Deus (4)”, em 4 de Abril) quando comemorei o 1º aniversário do “Três Bicas”:

“…O autor do primeiro artigo, deste artigo e de todos artigos anteriores a este é o mesmo. Nada mudou, a não ser o facto de, a partir de certa altura, ter deixado de exercer responsabilidades políticas na comunidade à qual pertence. Porém as responsabilidades cívicas e os deveres de católico mantêm-se.

… A vida aguçou-me as “garras” e os “dentes” e, por mais que tente, não sei ser cordeiro. Não temo qualquer “alcateia” sempre que forem colocados em causa os valores que o meu Profeta, já há dois milénios, projectou para os “Caminhos dos Homens”, para que eles se direccionassem para os Seus…

… Sentimentos como ódio ou vingança, erradiquei-os de dentro de mim e preenchi eventuais vazios que eles possam ter deixado por um sentimento de justiça algo difícil de explicar. E esse sentimento é tão profundo, que nem eu próprio escapo a ele. É a verdade que faz mover o fiel da sua balança e não a inclinação do plano onde a balança assenta.

Sempre que as intenções ou as acções dos homens condicionarem ou puderem condicionar as vivências daqueles que fazem parte da “minha comunidade”, estarei aqui para as elogiar ou denunciar, conquanto eu perceba que elas favorecem ou dificultam os nossos acessos na direcção dos “Caminhos de Deus”. Será esta a missão que Deus me confia? Não sei. Apenas sei que não consigo controlar-me diante de um cenário de injustiça que viole princípios éticos da condição humana e que contrariam a vontade de DEUS.

E tanto há para elogiar e denunciar!...

PS – A “minha comunidade” não é só o Concelho onde vivo, mas também o País a que pertenço e o mundo que me acolhe.)”


Um ano depois de ter formulado este pensamento, o mesmo continua actual.

Vamos ver por mais quanto tempo continuarei a exprimir os meus pensamentos na expectativa de “agitar” pensamentos de outros. Tenho consciência que no infinito do saber, o meu saber poderá representar a dimensão de um simples grão de areia. Contudo, não me custa admitir que, embora não sendo detentor da verdade absoluta, enquanto perceber que os meus pensamentos poderão contribuir para uma melhoria da qualidade de vida dos outros, o TRÊS BICAS continuará a ter “vida”.

Ao longo de todo este tempo fui alvo de todo o tipo de críticas e comentários: uns mais anónimos que outros, uns mais difamatórios e cruéis que outros, uns mais elogiosos que outros. A todos, sem excepção, recusei a sua publicação. O último que recebi foi no passado dia 25 de Março, pelas 21:24. Alguém perfeitamente identificado, fez um comentário ao meu artigo “Histórias de uma Reunião”, que me cativou de tal modo que me sinto obrigado a partilhá-lo, dispensando-me de efectuar qualquer comentário, uma vez que sobre o assunto em apreço é conhecida a minha posição. Ora leiam e reflictam…

Olá, Boa Noite.
Se me permite, gostava de deixar uma nota relativamente ao tema "viagem de estudo".
Sabendo do que estou a falar, sendo que já participei numa dessas viagens, existem aspectos que quero frisar: "a viagem (dita) de estudo" entrou num beco sem saída, se me permite a expressão! Não sei há quantos anos se concretiza, mas dos que me lembro, chegam perfeitamente. Mas surge-me uma pergunta? Existe orçamento municipal que consiga acartar esta "dita viagem"? Ou é só um jogo de sedução aos votos?

Vamos por partes. Eu concordo perfeitamente em que haja uma regalia para os jovens, como existe em tantos e tantos concelhos, só que... e "dinheiros"? Como mera curiosidade, quais os números REAIS que esta viagem compromete? Para além de uns dias bem passados a assar dentro de um autocarro e umas luzes nos destinos escolhidos, que mais acontece?

Eu parti numa destas viagens no ano de 2006. Terminei o 9º ano com boas notas, era uma boa prenda. Actualmente, não me lembro ao certo de quantos dias tinha a viagem, mas sei que perto de 10. Como qualquer miúda, aquela viagem marcou-me intensamente até ao natal daquele mesmo ano. Entretanto cresci, saí, conheci e formei opiniões. Posso portanto criticar os seguintes pontos:

1º Não existe qualquer justificação válida para que esta viagem aconteça da maneira que acontece! Visita de estudo? Só se for a ver auto-estradas europeias e a experimentar as novas sandes das estações de serviço. No meu caso, o objectivo principal era ir até ao Monte Branco, dar uma "passada" por Itália e conhecer algumas cidades e vilas em França e Espanha (Salamanca, Carcasonne, Chamonix...). No monte branco estive efectivamente. Mau era não estar. Em Itália é que foi mais complicado... Chegamos a uma vilazinha mesmo na fronteira com França (da qual não me recordo o nome, peço desculpa) perto das 13 horas. Tínhamos ordem para estar perto do autocarro ás 15h! Na altura ficamos todos tristes e nem nos apercebemos do quão grave podia ser, mas a realidade é que o é! Foram feitos IMENSOS quilómetros para almoçarmos em Itália? Para num futuro podermos dizer que estivemos em Itália? "- Já estive em Itália. - Sim? Onde? - Fomos lá só almoçar e beber um café." Mas que raio de organização é esta?

2º Orçamento e gestão de dinheiro. Qualquer viagem ao estrangeiro carece de enormes custos, principalmente quando se fala de um grupo de 50 e poucos jovens mais 20 responsáveis. Pergunto-me, agora, como é que é possível continuar-se a gastar desta maneira? Será que o responsável pela organização não sabe que o mundo está numa crise financeira? Que a câmara municipal tem enormes dividas e há muita coisa por ser feita? Sejamos honestos, é toda a gente a comer do mesmo tacho e a comida acaba… e esta já acabou á muito tempo! Não quero dizer com isto que a viagem tenha de acabar, quero só relembrar que há outras opções. O leque é grande, bolas! A grande parte dos jovens que participam nestas viagens não conhece o Porto. O Algarve? Só de fotografias. Quero que pensem no assunto… pois o Gerez também existe, bem como o Alentejo. E praias, e museus e CULTURA! Contra mim falo, obviamente! Os aspectos positivos. Mas nem tudo são coisas más. Retirei da minha viagem grandes amigos com quem mantenho vários tipos de relacionamentos, grandes conversas e sobretudo responsabilidade pessoal, pois era a primeira vez que estava entregue a mim mesma (sem os pais por perto).

Sem mais assunto, peço, mais uma vez, uma revisão, ou uma nova revisão á organização das viagens anualmente. O trajecto está a ganhar forma. Procurem novos horizontes, explorem o que é nosso! Relembro também que não quero parecer ingrata com este comentário. Gostei muito de ter participado e foi uma grande experiencia, a vários níveis. Mas isso não me impede de criticar o que está mal ou de elogiar qualquer aspecto!

Sem mais assunto, despeço-me, e desculpe pelo grande relatório.

Beijos, B…


OBRIGADO B…

Post Scriptum: Três notícias muito breves:

- Pedro Passos Coelho foi eleito Presidente do PSD e na linha do que aqui afirmei no passado dia 14 de Fevereiro, quando prognostiquei a sua vitória e as razões que a sustentavam, não poderia estar mais satisfeito pela escolha feita pelos militantes do maior Partido da Oposição. (Estou na expectativa para ouvir o que é que o senhor Alberto João tem a dizer do novo líder do PSD e o que dirá quando o PPC for Primeiro Ministro. Lá se repetirá a história do senhor Silva, antes e depois da eleição para Presidente da República)

- O PSD esteve bem em ter contribuído com a sua abstenção para a aprovação do PEC. Porque ninguém se chegou à frente com propostas alternativas (a batata quente queima as mãos que a segura), o Governo merece todo o crédito pelas propostas que apresenta. Vamos TODOS contribuir para o seu sucesso, não estando à espera que sobre os outros é que deva recair a missão de nos erguermos. Se com todo esse esforço que vamos fazer, os TGVs, a Ponte sobre o Tejo, o novo Aeroporto e “demais invenções governativas” resultarem numa insuficiência das medidas restritivas agora aprovadas, então só existe uma saída: colocar o Governo na rua e dar lugar a outros. A gravidade da nossa situação financeira é assustadora: Em 1997 cada Português “devia” 1.500 Euros ao estrangeiro. Em 2009 essa dívida já era de 18.000 Euros!!! Como pagar? Eis a questão.

- Existem algumas nuvens negras sobre a Semana Santa no Sardoal que urge pôr cobro quanto antes. O esticar da corda à volta da discussão sobre as virtudes religiosas da Tradição e a necessidade de se intervirem alterações não vai dar bom fim. Se já é fraca a manifestação religiosa dos Sardoalenses durante o ano (a afluência às missas dominicais são reveladoras), querer-se interferir numa tradição religiosa que orgulha os Sardoalenses não é apressar o divórcio total entre a Igreja e a Comunidade? Eu estou do lado da tradição, não pelo que ela representa em termos de divulgação turística para o Concelho, mas pela Fé que a mesma me suscita.

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