“Isto de um só gozar há muito que acabou: ou gozam os dois ou não há gozo para ninguém!”
Tudo isto vem a propósito dos semáforos instalados na EN2 – Cruzamento Sardoal/Valhascos continuarem desligados vai para duas semanas. Depois de um longo período em que estiveram inoperacionais e durante o qual os políticos cá da nossa praça se “preocuparam mais em marcar uma posição política individual” em vez de se unirem na procura de uma solução definitiva para a resolução do problema, e quando, há cerca de um mês, parecia que esse problema se encontrava finalmente resolvido ao “fazer-se luz” de novo naqueles postes e pendurais metálicos, num ápice, tudo voltou ao “normal”. Uma chuva (?) e/ou uma trovoada (?) voltaram a pôr “aquelas coisas” de novo às escuras há duas semanas.
Não é preciso possuirmos grandes conhecimentos na matéria para percebermos que aquele cruzamento, tal qual se encontra e sem controlo dos fluxos de tráfego que a ele acedem, é uma armadilha mortal. De todas as combinações a mais perigosa é aquela que envolve os fluxos de tráfego com sentido Vila de Rei/Abrantes em combinação com o sentido Valhascos/Sardoal.
Experimentem atravessar a EN2 no sentido Valhascos/Zona Industrial – Sardoal/Bombas de Combustível da Galp! Quem quer que circule neste sentido é obrigado a fazer sempre o STOP à entrada do cruzamento. Entre o olhar para a esquerda e para a direita e o “arrancar” de novo, a armadilha vem pela direita. Quem vem pela direita (sentido Vila de Rei/Abrantes) a descer e em recta, sentindo-se dono absoluto da estrada, atravessa o cruzamento a uma velocidade superior à necessária para imobilizar a sua viatura em tempo útil para não colidir com quem, eventualmente, se atravesse na sua frente. A conjugação desta variável com a que resulta do facto de quem se encontra parado à entrada do cruzamento não possuir uma ampla visão do troço que se apresenta pela sua direita faz com que seja elevada a probabilidade de um acidente ali ocorrer.
Se as “cartinhas” enviadas ao Senhor Ministro das Obras Públicas e ao Senhor Primeiro-ministro resultaram em nada (aqui entre nós… será que elas não se perderam nas mãos dos “exércitos de assessores” que estes Senhores possuem? E mesmo que, por acaso, lhes tenham ido parar às mãos, com tantas “crateras” que têm de tapar, será que este buraco que apenas conhecem pelas “cartinhas” lhes conseguem tirar o sono?) outro meio terá de ser encontrado. Tal qual o cruzamento presentemente se apresenta é que não pode continuar.
É pensando em tudo isto que começo a pensar que alguém anda a gozar com os utilizadores daquele troço rodoviário e anda a gozar com os Sardoalenses. Por possuir esta dupla condição, sou obrigado a pensar que anda a gozar comigo. Aí pára!
A paciência tem limites e acho que está a chegar a hora da indignação. Se os nossos governantes locais não conseguem, por si só, com o recurso a “cartinhas”, “faxezinhos” e “telefonemazinhos”, resolver o problema, talvez esteja a chegar a hora dos utentes daquele troço agirem, antes que a fatalidade lhes bata à porta. Se os nossos governantes gostam de se fazer de surdos e só ouvem quando o “ruído” já se torna insuportável e não o conseguem ignorar, façamos-lhes essa vontade.
Um bom dia para manifestarmos a nossa indignação até poderia ser um domingo à tarde quando centenas (ou mesmo milhares) de viaturas atravessam aquele cruzamento a caminho da A23. Tal como nós, os ocupantes dessas viaturas também poderão ser potenciais vítimas da irresponsabilidade de alguém. Sem recurso a cortes de estrada (que não defendo e repudio veementemente) poderíamos dar azo à nossa imaginação promovendo acções de informação a quem ali passa para os perigos que incorre e, quando no local, porque não, pegarmos em enxadas e arrancarmos a vegetação que ladeia os separadores do cruzamento (será que ninguém é chamado à responsabilidade pela existência do mato que por ali cresceu e que nunca foi cortado? É simplesmente vergonhoso!).
Começo a sentir um formigueiro a invadir-me o corpo. É mau sinal! É sinal que a tal segunda fase de resposta ao acto que descrevia no início deste texto deve de estar a chegar.
O pior que pode acontecer a uma sociedade é alguém pensar que a outros compete, em exclusivo, a resolução de um problema que lhes é comum.
(Nota: Observem atentamente as fotografias que tirei ontem de manhã.)
Sem comentários:
Enviar um comentário