domingo, 13 de março de 2011

Notícias do meu País

Notícia 1 (Para os boys sempre se arranjam alguns trocos?)

“… Os ministros da Cultura e das Finanças extinguiram no mês passado um grupo de trabalho que haviam criado um ano antes, para fazer o levantamento dos bens culturais imateriais, mas que apenas se reuniu uma vez e não desenvolveu qualquer actividade de campo. Dois dos membros daquele grupo, que custou ao Estado cerca de 209 mil euros, acusam o Instituto dos Museus e da Conservação (IMC) de nunca ter proporcionado as condições indispensáveis ao seu funcionamento. Um deles, o ex-director regional de Cultura de Lisboa e Vale do Tejo, Luís Marques, responsabiliza pessoalmente o secretário de Estado da Cultura, Elísio Sumavielle, pelo falhanço do projecto e por ter "lesado o interesse público".

Criado em Janeiro de 2010, o Grupo de Trabalho para o Património Imaterial tinha por objectivo a realização, "no campo", do levantamento "sistemático" e "tendencialmente exaustivo" do património cultural imaterial português. Este levantamento devia ser efectuado no quadro do Departamento do Património Imaterial do IMC e estar concluído até 31 de Dezembro deste ano, constituindo o ponto de partida para a inscrição dos bens imateriais no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial - tarefa que compete legalmente a uma comissão criada em Dezembro último.

Entre os bens cujo levantamento cabia ao grupo de trabalho avultavam "as tradições e expressões orais", "as expressões artísticas e manifestações de carácter performativo" e "as práticas sociais, rituais e eventos festivos". Para cumprir esta missão, dada a sua grandeza e a escassez de recursos do IMC - que tinha apenas três pessoas no Departamento do Património Imaterial (DPI), incluindo o director -, a ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas, começou por escolher os anteriores directores regionais de Cultura de Lisboa e Vale do Tejo, Luís Marques, do Norte, Helena Gil, e do Alentejo, José Nascimento, que ela própria substituiu quando assumiu funções, em Outubro de 2009. Nenhum deles era funcionário do Ministério da Cultura, pelo que foram contratados com a remuneração mensal de 2613 euros, "paga 14 vezes por ano", por um período de 24 meses, renovável por uma só vez.

De acordo com o previsto, o grupo começaria a trabalhar em Janeiro de 2010 nas instalações do IMC, no Palácio da Ajuda. O atraso na disponibilização das salas levou, porém, a que os três ex-directores nunca se chegassem a instalar em Lisboa. Já em Março, juntaram-se à equipa duas jovens técnicas que passaram a trabalhar diariamente no DPI, reforçando, na prática, o quadro daquele serviço.

Os três ex-directores, a acreditar nas "informações" avulsas que subscreveram em substituição dos relatórios trimestrais que o grupo estava obrigado a produzir, não fizeram praticamente nada até serem exonerados - com efeitos a partir de 1 de Março -, na sequência da extinção formal da equipa, no dia 12 do mês passado ...”
(in o “Público” de 06/03/2011)


Notícia 2 (Para quando a independência do Poder Judicial?)

“...O juiz do Tribunal Central de Instrução Criminal entregou esta quarta-feira o seu telemóvel de serviço. Carlos Alexandre soube que tem agora um limite de chamadas, só não sabe se o "plafond" é de 15 ou de 5 euros.
O telemóvel foi só a gota que fez transbordar o copo. O salário do juiz já tinha sido reduzido em 700 euros, e desde Janeiro que também não lhe pagam os mil euros por acumular os processos militares. Assim, e a partir de hoje, é esta a mensagem que pode ouvir-se no telemóvel de Carlos Alexandre, que alguns consideram dos homens mais poderosos do país, por ter em mãos os processos mais complexos.

"Por motivos de limitações orçamentais, que me foram assinaladas, tomei a decisão de entregar ao Sr. Secretário-geral do TCIC, o telemóvel de serviço que me estava confiado a partir de hoje dia 9/03 de 2011. Oportunamente indicarei um telefone pessoal para contacto. Obrigado. Carlos Alexandre".

Cada elemento da segurança pessoal do juiz tem um plafond de telemóvel de 25 euros. Na melhor das hipóteses, pelo menos mais 10 euros do que Carlos Alexandre….” (in “SIC” de 09/03/2011)


Notícia 3 (Bufo que bufa política de um Estado a outro Estado pode ser considerado traidor à Pátria?)

“… A embaixada dos EUA tem um método de infiltração no Governo português: o contacto directo e intenso com níveis intermédios do poder, abaixo dos ministros.

Ao longo dos 722 telegramas enviados pela embaixada dos Estados Unidos em Lisboa (e disponibilizados pela wikileaks) para Washington, entre Fevereiro de 2006 e Fevereiro de 2010, os diplomatas americanos desenvolveram contactos com pelo menos 87 pessoas colocadas em posições-chave do governo português em algumas instituições do Estado, ao mesmo tempo que mantinham uma agenda de encontros de alto nível, com ministros e secretários de Estado.

As 87 pessoas com quem os americanos falavam: 51 diplomatas do Ministério dos Negócios Estrangeiros português, de todas as áreas especializadas dentro do Palácio das Necessidades, foram partilhando informações com a embaixada americana em Lisboa entre 2006 e 2010; 6 elementos do Ministério da Administração Interna, incluindo um oficial da GNR, fizeram o mesmo; 5 elementos do Ministério da Agricultura, importante para os EUA pelas votações na EU sobre transgénicos também…”
(in o “Expresso” de 12/03/2011)

Foi no meio destas notícias e de outras tão graves, ou piores que as que seleccionei, que teve lugar o anúncio do PEC 4 (alguém tinha dúvidas?) e a Manifestação da Geração à Rasca.

A propósito das Manifestações que ocorreram ontem, recupero um texto (Previsibilidade) que aqui publiquei no passado dia 30 de Janeiro de 2011:

“… Se a tudo isto juntarmos: a denúncia de novas falcatruas envolvendo dinheiros públicos; o flagelo do desemprego (…o número de desempregados sem subsídio continua a aumentar e, em Dezembro, atingiu novamente um valor recorde. No final do ano passado, havia 246.622 pessoas sem emprego e sem direito a esta prestação, representando quase metade do total de desempregados inscritos nos centros de emprego (45,5%)… “in Jornal de Economia de 28/01/2011”); o conhecimento dos salários milionários de gestores de empresas públicas que apresentam prejuízos anuais de muitos milhões de euros e a assistência diária da fuga à responsabilidade, julgo que são exemplos suficientes que suportam a tese da previsibilidade.
E se este povo tido de brandos costumes decidir um dia “furar” a previsibilidade dos nossos governantes?
A história encarregou-se de nos misturar no corpo sangue das mais diferentes origens. De entre as mais variadas fontes, corre-nos nas veias sangue mouro. A paciência já se “esgotou” na Tunísia. Depois “denunciou-se” no Iémen… De momento “revela-se”no Egipto... Quem se segue?
Por muito que alguns queiram fazer crer que tudo está na mesma, o que é certo é que os tempos mudaram. A informação já não circula ao ritmo de sinais de fumo ou em código morse.
Quando a terra está seca e o mato abunda, basta uma pequenina chama para que o manto verde da floresta se transforme numa pira gigantesca. Quem acende um fósforo?...”


O sucesso da manifestação provou que a sociedade portuguesa tem todos os ingredientes necessários para a confecção de um novo bolo faltando apenas o “pasteleiro” ideal. Qual o próximo passo?

Que tal começarmos por entregar à Justiça o verdadeiro Poder que deveriam ter?

Quanto ao actual Governo, diante de tanta cambalhota… tanta mentira… tanta arrogância… e tanta falta de respeito por todos nós, só lhe resta um caminho: RUA!!! Acredito que o dia está próximo. E depois?

Cá estaremos para ajudar quem fale verdade e esteja verdadeiramente interessado em servir Portugal e os Portugueses.


CARA ou COROA (?)

No Cara ou Coroa de hoje gostaria de destacar a IV Maratona BTT Sardoal, levada a efeito pelo Grupo BTTSardoal, enquadrado pelo Grupo Desportivo “Os Lagartos”.

Por motivos familiares tive de me deslocar a Lisboa, logo pela manhã, pelo que apenas pude perceber o enorme movimento que se desenrolou diante da minha casa e que tornou pequenas as antigas instalações da ex-Sarplás. Nem a chuva desmotivou os participantes! Fantástico! Parabéns à organização! CARA!!!

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