quarta-feira, 11 de setembro de 2013

O Futuro do Concelho do Sardoal (parte 2)


Por muito bom que seja um exército, o seu sucesso no campo de batalha depende, em muito, da estratégia de quem o comanda. Que interessa que o soldado seja muito bom se o general que o comanda é um “zero à esquerda”?

Uma candidatura autárquica, sendo constituída por uma equipa da confiança de quem a lidera, também pode, de certa forma, comparar-se a um "exército". Nas suas “fileiras” poderá haver gente capaz e gente incapaz, mas para quem a lidera, todos os "seus" são gente capaz, honesta e desinteressada, porque os incapazes, os desonestos e os interessados juntaram-se todos nas outras candidaturas. No fim, e independentemente do bom ou mau desempenho individual dos elementos que constituem a equipa, só um poderá reclamar para si o sucesso ou insucesso da “guerra” que travou: quem a liderou.     

Por isso, e porque aos olhos de quem lidera as quatro candidaturas autárquicas, nas eleições que se avizinham no Concelho do Sardoal, quem integra as suas listas são gente capaz, honesta e "despida de qualquer interesse pessoal", quem sou eu para duvidar dos seus pensamentos. (Será que alguma mãe considera feio o seu próprio filho?)

Assim, penso que o mais lógico será direccionarmos a atenção para quem se propõe liderar o governo da Autarquia Sardoalense para o quadriénio 2013-2017 e que expectativas poderemos ter caso sejam eleitos. Mas aqui também existe algo que atrapalha a lógica: cada cabeça, sua sentença.

Porque prever o futuro é algo que está para além da capacidade humana, o homem recorre-se da história e de factos do passado para projectar no futuro a previsão da relação causa-efeito.  

Olhemos então para os quatro líderes das candidaturas que no próximo dia 29 se apresentarão aos eleitores Sardoalenses solicitando-lhes o seu voto. Por ordem de apresentação pública:
 

Pelo PS (Partido Socialista), Fernando Cascalheira Vasco, militante socialista, 58 anos, natural do Concelho do Sardoal, jurista, funcionário do “patrão” Estado, vive, vota e trabalha fora do Concelho do Sardoal (a 150 Km?). Em matéria de candidaturas autárquicas anteriores integrou as listas do Partido Socialista no concelho do Sardoal em 2005 e 2009. Em 2005 foi eleito deputado municipal, em 2009 foi eleito vereador e desde há alguns anos é presidente da concelhia política do PS do Sardoal. Sobre a sua actividade política no Concelho do Sardoal, durante estes últimos oito anos, que mereça receber a atenção dos eleitores, já escrevi o suficiente aqui no “trêsbicas”. Quem não sabe ser oposição, também não sabe governar. Alguém deu por ele, durante as "viagens relâmpago" que fazia ao Concelho em dias de reunião da Câmara ou da Assembleia Municipal? (Que tal o PSD do Sardoal lhe fazer um agradecimento público por pouco, ou mesmo nada, ter "incomodado" o governo local, ao mesmo tempo que foi capaz de "desbaratar" o pouco que já havia do PS do Sardoal?) Pouca parra e nenhuma uva. Logo...   
 

Pelo PSD (Partido Social Democrata), António Miguel Cabedal Borges, militante social-democrata, 48 anos, natural do Concelho de Abrantes, professor de educação músical, funcionário do “patrão” Estado, vive, vota e trabalha no concelho do Sardoal.

Em matéria de candidaturas autárquicas anteriores, integrou a lista do PRD (Partido Renovador Democrata) no Concelho de Abrantes nas Autárquicas de 1985; a lista da CDU (enquanto independente pelo PCP) no Concelho de Abrantes nas Autárquicas de 1993; e a lista do PSD no Concelho do Sardoal nas Autárquicas de 2009. Em 2009 foi eleito vereador, posteriormente nomeado vice-presidente da Câmara Municipal e é o actual presidente da Concelhia política do PSD do Sardoal.

A sua actividade política e/ou desempenho governativo ao longo destes 4 anos nunca deverá ser dissociado do facto de ter estado associado, para o bem e para o mal, ao que foi a acção Autárquica Sardoalense durante este período. Se o que foi bem feito ou mal feito durante este mandato teve a sua participação ou não, poucos o sabem. O que se sabe, é que tudo fez para passar a mensagem (em voz baixa, não fosse o "diabo tecê-las") que não concordava com o “chefe”, mas para bem do Concelho (não seria dele?) não podia discordar nem voltar as costas às funções de vereador a tempo inteiro e regressar à Escola C+S do Sardoal para continuar a ensinar música.

Mas houve, pelo menos, dois factos, um em que falou e outro em que se calou, que mereceram e merecem a minha reprovação. Quanto ao primeiro, relembro o episódio que ocorreu o ano passado sobre a taxa de 0,5% de IMI que aprovou (juntamente com o presidente da câmara e com o outro vereador do PSD) em reunião do executivo municipal, e em contraponto com a proposta do PS que era de 0,4%. A insurgência de muitos populares (incluindo eu) levou os deputados municipais do PSD a chumbarem (e bem) a proposta do executivo e propor e aprovar a taxa de 0,375%. Quando o mais lógico seria calar-se, vem posteriormente para o Facebook, na qualidade de presidente da concelhia do PSD, tecer "loas" à visão dos deputados municipais do PSD que souberam defender os interesses dos Sardoalenses, face à proposta de 0,4% apresentada pelo PS. Quanto ao segundo, sendo presidente da Concelhia do PSD do Sardoal tem responsabilidades directas (o seu silêncio é ensurdecedor) sobre o “apagão” no site do blogue do PSD do Sardoal que no artigo anterior descrevi. Perante isto pergunta-se: Que confiança?
 

Pelo GIS (Grupo de Independentes do Concelho de Sardoal), Rui Miguel Vermelho Serras, independente sem militância política, 40 anos, natural do Concelho do Sardoal, gestor, empresário, vive, vota e trabalha no concelho do Sardoal.

Em matéria de candidaturas autárquicas anteriores, integrou as listas do PS no Concelho do Sardoal nas últimas (4?) eleições autárquicas e sempre na condição de independente. Nas eleições autárquicas de 2009 foi eleito deputado municipal tendo renunciado ao cargo nos finais de 2012. A sua única actividade política conhecida é aquela que desempenhou enquanto deputado municipal entre 2009 e 2012. Em matéria de cidadania é associativista activo enquanto fundador e presidente da Associação das 4 Aldeias na freguesia de Alcaravela. Perante isto pergunta-se: Será que não poderá ser uma aposta válida?
        

Pela CDU (Centro Democrático Unido), Joaquim Jorge Ferreira, militante comunista, 58 anos (?), funcionário do PCP desde 1994 (?), foi dirigente do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos do distrito de Santarém e membro do Executivo da União dos Sindicatos de Santarém, foi membro da Assembleia Municipal de Vila Nova da Barquinha (1997-2001 ???), pertence ao Comité Central do PCP pelo Distrito de Santarém, não vive, não vota e não trabalha no Concelho de Sardoal.

Acredito que deve ser extensa a sua actividade política, mas sinceramente desconheço. Talvez não andarei longe ao afirmar que esse desconhecimento poderá ser partilhado por mais de 95% dos eleitores do Concelho do Sardoal, por isso duas perguntas: O apelo ao voto que a CDU irá fazer aos eleitores sardoalenses é para o Partido ou é para o candidato a presidente da Câmara do Sardoal? Se não são os partidos que devem de governar as autarquias porquê votar em quem não se conhece e que, por sua vez, ele também não conhece o território e as gentes que pretende governar?

 
Estes são os 4 Ases que vão a “jogo” e que se irão “sujeitar” ao voto (ou não) dos eleitores do Concelho do Sardoal nas próximas eleições autárquicas.

É verdade que os candidatos ainda não apresentaram publicamente as suas propostas, mas face ao actual estado do Concelho, poucas serão as propostas que poderão caber no “oceano de problemas” que terão de resolver nestes próximos 4 anos (e mesmo assim não conseguirão superá-los todos, tal o "mau estado" em que o Concelho se encontra), para bem de todos nós, caso venham a ser eleitos.

Independentemente disso, não me custa perceber que os votos se dividirão entre Miguel Borges e Rui Serras. Os dois destacam-se claramente dos restante e partilham vantagens e desvantagens entre si.

Miguel Borges herda a “máquina” que o poder foi capaz de criar nos últimos 20 anos, mas também herda a responsabilidade de chamar a si todos os erros que essa máquina e o seu condutor promoveram e que deixam como legado para o futuro e para outros resolverem. Quando, durante estes 4 anos, fez passar a mensagem que o "verdadeiro" presidente da Câmara do Sardoal era ele e que o "outro" só "atrapalhava", esqueceu-se que esse "estatuto" poderá ter-lhe dado algum "protagonismo" na altura, mas condenava-o irremediavelmente para o futuro. Como poderá um dia dizer que nada tem a ver com os problemas que já existiam à data da sua entrada na Câmara do Sardoal e que passados 4 anos ainda continuam por resolver? Não pode! Passou a estar umbilicalmente ligado a eles a partir do momento que não os denunciou, os aceitou  e durante 4 anos não foi capaz de os resolver. Ele passou a personificar a "parte má" do problema, porque a "parte boa" vai no bolso de quem parte.       

Rui Serras, por outro lado, representa a vontade de quem vive no Concelho (e onde decidiu fixar a sua empresa) para que algo seja feito e percebe como poucos os efeitos práticos de um Concelho pobre e sem empresas. Quem sempre teve o estado como patrão não consegue perceber o mundo das empresas e, por isso, nada melhor que ter à frente dos destinos do concelho alguém que conhece esse mundo, porque o Concelho do Sardoal precisa delas como "pão para a boca". Sem “dores de parto” que o atrapalhem (não se encontra ligado a qualquer “borrada” que exige responsabilidade e bom senso para a sua reparação), tem contudo um problema que não lhe será fácil de resolver: a máquina que pretende "dirigir" está cheia de “vícios, minas e armadilhas” .

Pesando as vantagens e desvantagens que cada um "carrega", não me custa perceber que Rui Serras possui clara vantagem sobre Miguel Borges. Por isso, Rui Serras é a minha escolha!


- Que a Campanha Eleitoral que dentro de dias se inicia seja a mais responsável possível;

- Que cada candidatura se preocupe apenas e só em apresentar e defender os seus projectos e que respeite os seus adversários naquilo que cada um de nós tem de mais nobre: o bom nome e a sua vida pessoal e profissional;

- Que não se "inventem" casos sobre os adversários só para fragilizar e descredibilizar as suas candidaturas, apenas e só porque eles são mais fortes e é o único meio que possuem para os fragilizar diante dos eleitores. (Ex: que não se repitam histórias semelhantes áquela que eu experimentei há 8 anos, a tal que referia que: "caso o Fernando Morais  fosse eleito presidente da câmara a sua primeira medida seria retirar os transportes escolares aos alunos das aldeias");

- Que ninguém se esqueça que depois das eleições haverá eleitos de mais do que uma candidatura e que eles, entre si, terão de "conviver" durante 4 anos e, por isso, quanto menos agora se "hostilizarem" melhor poderá ser esse "convívio";

- Que todos desta vez (eu sei que é difícil, mas espero que façam um esforço!) NÃO MINTAM!   

- E que no fim não haja vencidos e só haja um vencedor: o CONCELHO DO SARDOAL.  


UMA BOA CAMPANHA ELEITORAL PARA TODOS !!!

 
(Post Scriptum: Sobre as Autárquicas em curso no Concelho do Sardoal entendo não dever escrever mais, deixando aos candidatos a “tarefa” de apresentarem as suas propostas eleitorais e aos Sardoalenses a “tarefa” de as avaliarem e escolherem. A não ser que algo aconteça e me "obrigue" a alterar os meus planos, falta apenas um artigo para o “Trêsbicas” fechar definitivamente as “suas portas”, que espero venha a acontecer já no próximo dia 28 de Setembro. Os novos projectos que me esperam requerem a minha total atenção, pelo que não haverá mais tempo para a exposição pública dos meus pensamentos políticos e sociais.)

    

(No Próximo Artigo: “ADEUS!”  

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