sábado, 5 de setembro de 2009

Eleições (1)

Está a chegar a hora de voltarmos a escolher alguém que nos governe e uma vez mais a tarefa parece ser faraónica.

Não sei se a nossa dificuldade em identificar um quadrado onde possamos desenhar um simples X se deve ao facto de sermos cada vez mais exigentes, fruto da nossa evolução democrática, ou da descrença que os candidatos nos suscitam, por nos quererem sujeitar ao exercício de pretenderem que sigamos cenouras que todos sabemos não sermos capazes de as comer.

Ao nível nacional temos assistido a um digladiar de argumentos que já cansa não só quem os houve, mas por certo também quem os promove. Se não vejamos:

- Todos conhecem o estado caótico das finanças do País e sabem que Portugal já não cunhando moeda e já lhe restando pouco ouro, depende em exclusivo dos outros para poder “curar” tal doença.
Será que a saída da crise não passa, também, por os portugueses terem de produzir mais do que têm produzido? Será que esse acréscimo de produção não aumentaria o PIB nacional? E o aumento do PIB não poderia promover uma menor dependência aos outros?
Porque será, então, que nenhum promete pôr os Portugueses a trabalhar e produzir mais?
É simples. Não dá votos.


- Todos sabem que o País tem compromissos que é obrigado a respeitar. Qualquer que seja o eleito não consegue fugir a tais compromissos. E quando esses compromissos assentam em Planos Plurianuais há muito definidos, muito menos é possível fugir. Muitas vezes o que sobra para se poderem realizar algumas “aventuras” é tão pouco que mal dá para se poder implementar uma medida mais audaciosa.
E se todos sabem, porque é que prometem a Lua quando sabem que não existe forma de a alcançar? E quando percebem que ninguém os pode levar a sério, porque a sede de poder assim os obriga, as suas estratégias passam para numa primeira fase por denegrir as propostas dos outros, desdenhando-as, e, numa segunda fase, fazendo desfilar numa passerelle pública os vícios e erros dos seus adversários como se a virtude só morasse num lado. Porque o fazem?
É simples. Consegue-se mais votos com o demérito do nosso adversário do que propriamente com o nosso próprio mérito. Será que não é por isso que é comum ouvir-se que não se ganham eleições, mas sim, que se perdem eleições?

Estou confuso sobre o que fazer do meu voto no dia 27 de Setembro!!!

Ao nível local, pouco há a dizer. A tal mudança que se afirma ser capaz de quebrar o ciclo da governação em exercício de modo que os próximos quatros anos não sejam mais do mesmo dos dezasseis que já lá vão (conforme os seus autores não se cansam de afirmar), não passa de um mero exercício de retórica.

Quando nos cinco “pilares” estratégicos não existe uma única medida estruturante capaz de inverter o actual rumo que o Concelho do Sardoal tem tomado ao longos destes últimos anos, em que um dos “pilares” por ausência de uma “sapata” que o suporte, só por si, "pode tirar o Concelho da miséria e pô-lo a pedir"...
Quando os "pilares" de cariz social não passam de "simples cópias" do apoio social que o governo local instalado tem vindo a cultivar ao longo destes anos...
Quando um desses pilares trata a construção de duas ou três rotundas que nunca ninguém deu pela sua falta até há alguns meses...
Será que tal projecto de mudança não é ele próprio um projecto de continuidade, onde a única coisa que muda são os protagonistas? Mal, por mal...


(Continuo para a semana!)

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