domingo, 6 de dezembro de 2009

Revolução na construção (5)

Muito se poderia ainda dizer sobre as exigências regulamentares no capítulo das envolventes das nossas casas (paredes, pavimentos, tectos, portas e janelas), todavia estando tais exigências reservadas às novas construções, não faz qualquer sentido aqui descrevê-las, tanto mais que estes meus artigos se destinam essencialmente a todos aqueles que já possuem casa própria construída há alguns anos.

Antes de aprofundar os meus conhecimentos na temática da eficiência térmica dos edifícios, na hora de comprar um equipamento assentava sempre a minha escolha em duas premissas base: o seu preço e a “fama” da marca. Quanto mais barato, melhor. Se ao preço ainda se pudesse aliar a fama positiva que o equipamento tinha no mercado, convenhamos que era ouro sobre azul.

Hoje o meu comportamento é diferente. Na hora de comprar um equipamento já não basta termos em consideração o seu preço, a garantia e a sua marca. Hoje há uma nova informação que deve ser tida em consideração: o seu rendimento energético (eficiência). Quanto maior for a sua eficiência menor serão as perdas de energia utilizadas e consequentemente mais económico será o seu uso.

Exemplo 1: Imaginando que necessito de comprar um esquentador com uma capacidade de 14 litros, deverei perceber qual a sua eficiência a carga nominal e a sua eficiência a 30% da carga nominal. Quanto maiores os valores, mais económico se torna o seu uso e maior será o seu contributo na hora de se determinar a classe energética da fracção. Por vezes 1% de diferença pode ser o suficiente para que uma fracção não apresente uma classe energética superior.

Exemplo 2: Na hora de se escolher um aparelho de ar condicionado, mais do que o seu preço ou marca é importantíssimo que se perceba o seu consumo e eficiências (COP para o aquecimento do ar e EER para o seu arrefecimento).

Para concluir a vertente energética das nossas habitações, julgo de toda a pertinência que aqui deixe um conselho muito útil: É muito importante que guardemos todas as especificações técnicas dos equipamentos que adquirirmos (esquentadores, caldeiras, painéis solares e aparelhos de produção de ar quente e frio, etc).

Tendo em conta que todo o acto de aluguer ou venda de qualquer fracção habitacional ou de serviços existente tem de passar obrigatoriamente pela emissão de um Certificado Energético, a entrega de tal informação ao perito qualificado encarregue da elaboração de tal certificado é imprescindível para a determinação rigorosa da Classe Energética da Fracção. Na sua ausência, o perito é obrigado a adoptar valores alternativos e definidos em Notas Técnicas os quais são, geralmente, penalizadores. Isto é, por ausência de informação precisa, a uma Fracção pode ser atribuída uma classe energética inferior à real. Sabendo-se que uma Fracção habitacional ou de serviços poderá apresentar as seguintes classes energéticas (da menor, à maior); G; F; E; D; C; B-; B; A e A+, poderá fazer toda a diferença a sua classe na hora de se proceder ao seu aluguer ou alienação. De momento não existe qualquer penalização à classe energética de uma fracção existente (as fracções novas já não podem apresentar uma classe energética inferior a B-), mas quem nos garante que num futuro próximo tal não venha a acontecer por força das quotas de emissão de CO2 a que Portugal possa vir a estar sujeito e resultantes de um eventual tratado que venha a “nascer” na Cimeira de Copenhaga?

(No próximo artigo, Revolução na Construção (6): Segurança contra incêndio).


O MEU APLAUSO DA SEMANA: Para as manifestações populares que vi acontecerem em muitos locais do Mundo chamando a atenção dos governantes mundiais que se irão reunir na Cimeira de Copenhaga para os efeitos devastadores que o aquecimento global tem trazido a um ponto do universo chamado Terra. O futuro das nossas gerações está nas nossas mãos e depende em grande medida na preservação do nosso planeta.

A MINHA VAIA DA SEMANA: vai por inteiro para todos os políticos que são incapazes de pedir desculpa diante de um erro por si cometido. Não deve haver português algum que não perceba que o Ministro Vieira da Silva cometeu um erro muito grave ao afirmar que as escutas em que se envolveu o nosso P.M. foi um caso de espionagem política. E a gravidade da afirmação é de tal modo enorme que, a confirmar-se, era um sinal que a nossa sociedade já não possuía lei nem ordem. Isto é, sem um sistema judicial independente e acima de quaisquer interesses estavam abertas as portas ao caos social e ao regresso ao “farwest” americano do século XIX. Se já foi grave o autor de tais palavras não apresentar desculpas pelo facto (nem que para tal apresentasse uma justificação difícil de convencer), antes pelo contrário, no Parlamento voltou a reforçar tal afirmação, julgo que o nosso P.M. ao não se demarcar de tal afirmação teve uma prestação pior que o seu Ministro. Pergunto:

- Que diabo, custava alguma coisa pedir-se desculpa? Será que os deputados da oposição não eram obrigados a “meter a viola no saco”?
- Porque será que um político nunca erra e o erro é sempre do outro político?
- Alguém duvida que é por atitudes destas que os políticos vão perdendo toda a credibilidade?


Ainda falamos nós dos políticos da nossa praça! Livra! Ao pé de outros não passam de verdadeiros santinhos!

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