quinta-feira, 15 de julho de 2010

Para respirar

Por muito que possa reflectir sobre qual o papel a desempenhar na sociedade a que pertenço, há uma verdade incontornável: a minha sobrevivência também depende da comunidade onde me insiro.

Por muitas que sejam as almofadas que possamos colocar sobre a nossa cabeça, para não vermos nem ouvirmos sobre tudo aquilo que se passa à nossa volta, tempo haverá em que somos obrigados a tirar essas almofadas para podermos, pelo menos, respirar.


A reflexão que me impus tinha como objectivo único tentar perceber se deveria restringir-me nas apreciações que aqui vinha fazendo no “Três Bicas” sobre como sentia o governo e o desgoverno do Concelho onde resido, onde trabalho, onde tenho amigos e onde possuo interesses patrimoniais. Não foi preciso levar muito tempo para concluir que se não for eu a lutar pelos meus interesses, mais ninguém o fará. É nesta lógica que dou por concluído o tempo de reflexão e reafirmo a minha vontade de continuar o caminho que venho trilhando ao longo dos anos.

Se o valor do meu património depende em exclusivo da “saúde” da comunidade onde ele se encontra implantado, então só tenho uma saída: contribuir para que essa “saúde” possa ser atingida.

Ninguém é dono da verdade absoluta. Tal como os demais, também erro e não sou perfeito.

Não me custa admitir que muito do que aqui escrevi gerou simpatias e antipatias. E se, por vezes, essas simpatias e antipatias foram acompanhadas de aplausos ou insultos à minha pessoa era porque, pelo menos, alguém havia pensado em algo que escrevera.

E porque o homem não sendo perfeito também não consegue criar sociedades perfeitas, sou capaz de perceber a razão que faz com que quem aplaude se revele e quem ofende se esconda.

O Concelho do Sardoal precisa de todos para se “levantar” da posição incómoda em que se encontra há muitos anos. Uns têm o dever legal de o fazer, outros, como eu, o dever cívico de colaborar.

Será que por um pai ao castigar um filho dá sinal de menos amor por esse filho? Será que uma prova desse mesmo amor não será a gestão cuidada do equilíbrio entre o prémio e o castigo? Será?...

Pois bem… É por tudo isto que, por mais que avalie as vantagens e desvantagens em restringir os meus pensamentos e acções ao Universo do meu Eu, concluo que são mais as desvantagens que as vantagens. Basta de reflexões!

Para já o tempo é de respirar porque o trabalho e as férias (que se avizinham) não dão para mais.

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