domingo, 4 de julho de 2010

Uma Pausa para Reflexão

Quando na passada 5ª Feira aqui publiquei a minha intervenção na Reunião da Assembleia Municipal de Sardoal fi-lo na convicção que no próximo domingo (hoje) estava “dispensado” de escrever o que é que fosse, uma vez que aliado ao muito trabalho profissional que tenho em curso, estava triste por tudo o que tivera oportunidade de presenciar naquela reunião.

A tristeza não advinha do que ali ouvira, nem do teor da minha intervenção, mas tão só perceber que "o entusiasmo que nutro pelo sucesso da minha comunidade deve ser restringido, se não mesmo anulado, devendo ser substituído por uma cultura egoísta centrada no meu EU."

Falei sobre erros grosseiros que o Contrato, assinado entre a Câmara Municipal de Sardoal e a Águas do Centro S.A., contém. Enquanto Munícipe e utente dos sistemas de águas e esgotos, directamente nenhum desses erros me afecta, mas pode afectar e muito o meu Concelho e as suas gentes:

- Relativamente ao facto da Águas do Centro não ter incluído no contrato o tratamento de esgotos em Cabeça das Mós, Panascos, Monte Cimeiro ou Vale das Onegas, não resido naquelas localidades;

- Relativamente ao facto da Águas do Centro ter determinado à Câmara Municipal do Sardoal pagamentos sobre caudais mínimos anuais calculados na base de uma população de 4.999 habitantes que a Águas do Centro assumira que o Concelho tinha em 2002 (nesta data o único número disponível era o censo de 2001 que referia 4.104 habitantes (!) e como era importante encontrar-se um número para se ir ao encontro do estudo financeiro efectuado, eis que para o ano de 2036 se projecta para o Concelho de Sardoal uma população de 6.448 habitantes), eu pagarei a água que gastar e ninguém me pode obrigar a pagar a água que não gastei e deveria ter gasto;

- Relativamente ao facto de não haver água pública nas minhas torneiras por “castigo aplicado" pela Águas do Centro, como consequência de atrasos nos pagamentos da responsabilidade da Autarquia ou por não haver água na barragem (será que tal qual o nível da água da barragem se encontra actualmente, que hoje às 19:15 já deixava a descoberto a cota 164.2 (!), não se justificava um comunicado à população para que restringisse o consumo de água, uma vez que ainda só estamos no início de Julho e a ausência de chuvas combinada com o aquecimento da temperatura poderá ser uma mistura perigosa?), saberei contornar tal lacuna, comparativamente com o grosso da população atingida.

Falei sobre a Força Especial de Bombeiros, a qual quer fique ou não fique no Concelho é um problema que também não me afecta. E se entendi abordar o tema, foi porque já estou cansado de ouvir tanto disparate (como a de alguém afirmar que o Futuro do Concelho do Sardoal depende da permanência dos “Canarinhos” no Concelho do Sardoal.) na expectativa de se FALAR VERDADE. Também a permanência ou não dos “Canarinhos” no Concelho do Sardoal me é completamente indiferente e não interfere no meu modo de vida.

Por último falei dos Cruzamentos da EN 2 localizados no Concelho do Sardoal e de como era preciso fazer-se qualquer coisa para se inverter o actual estado dos mesmos. A sua continuidade, tal qual está, poderá originar uma fatalidade para a qual já não haverá remédio por muito que queiramos inverter o tempo.

Dos três este é um tema que enquanto Sardoalense e utente daquela via me poderá afectar. Não vendo por parte de todos os Membros da Assembleia qualquer vontade em atalharem caminho e manifestarem a vontade de fazerem o que outras Assembleias Municipais já o fizeram, manifestando o seu desagrado público em associação com os seus Munícipes (este fim de semana foram 4 (!) as Assembleias Municipais que o fizeram no distrito de Viana de Castelo por causa das novas portagens), só me resta tomar todas as precauções e rezar para que nada me aconteça quer a mim, quer aos meus.

Se mais razões não tivesse, e creiam que tenho, estas são bastantes para dar início a um tempo de reflexão sobre a “química” que existe entre o meu Concelho e os seus habitantes e EU. Durante muito tempo pensei que alguém me poderia escutar, mas em vão.

Como gostaria que alguém me demonstrasse que os meus receios são infundados e não têm qualquer sentido!

Talvez esteja na hora de adormecer o meu altruísmo e acordar o meu egoísmo.

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