domingo, 5 de dezembro de 2010

Ginástica

Está no nosso legado genético a capacidade invulgar que temos para, com o recurso à “ginástica”, contornarmos os obstáculos que se nos deparem, por mais invulgares e difíceis que sejam.

São vários os exemplos que aqui poderia trazer, desde a forma ardilosa que temos para contornar as leis (só assim se justifica que exista um advogado para cada 300 portugueses) até à forma expedita como somos capazes de, trabalhando para um mesmo patrão e fazendo o mesmo, “obrigá-lo” a triplicar o nosso vencimento (que o digam os médicos que apresentam licença sem vencimento, no hospital do Estado em que trabalham, por um prazo de 10 anos e fazem um contrato com outro hospital do mesmo Estado auferindo 3 vezes o salário anterior) passando por aqueles que pretendendo exercer a política, porque as suas limitações não lhes permitem realizar as ambições desmedidas que os assolam são capazes das mais estranhas “acrobacias”.

Há já algumas dezenas de anos que temos vindo a assistir a um conjunto tão vasto de números de ginástica especial que faz com que nos tornemos artistas circenses à força. E quando o público se torna "sabido" e se pretende que ele continue a pagar o bilhete que sustenta o artista só existe uma saída: inventar novos números.

Esta semana, uma vez mais, foi pródiga em números, de ginástica, protagonizados pelos nossos políticos. Escolho três artistas que querendo inventar novos números de ginástica não fizeram mais que borrar pinturas já borradas: José Sousa, Carlos César e Manuel Duarte.

Quanto ao José Sousa, esta semana ficámos a conhecer os segredos das suas cambalhotas quando o número trata o TGV Lisboa-Madrid.

Tão bem que ele os tem guardado e nos tem distraído com os seus “partneres” das finanças, obras públicas, transportes e comunicações! Não é que um tal de Zapatero, que também dá pelo nome de José, qual amigo da onça, vem revelar esse segredo? Eis um excerto da sua intervenção quando tentava "comprar", para Espanha e Portugal, o Mundial de 2018:
“…Espanha é o país da Europa com maior rede de TGV e vamos estar conectados com Portugal. Temos uma magnífica rede de estradas e ainda 50 aeroportos na Península Ibérica”

- Será que estes dois Josés só conversam sobre o Magalhães?
- Será que desde a XXI Cimeira Ibérica que se realizou em Évora, em Novembro de 2005, e que juntos acordaram a conclusão do TGV Lisboa-Madrid antes de 2015, nunca mais conversaram sobre as dificuldades económicas que poderiam condicionar a execução desse projecto?
- A propósito de conversas entre estes dois Josés, será que Zapatero explicou ao Sousa porque é que uma das medidas por si adoptada para contornar a crise que assola o seu País foi baixar os impostos das pequenas e médias empresas?

No que respeita ao Carlos César e ao Manuel Duarte bem tentaram saltar por cima do "cavalo com arções" (contenção na despesa pública com a redução do vencimento dos funcionários do Estado que auferem mais de 1.500 euros por mês), mas estatelaram-se ao comprido. Se o primeiro me surpreendeu porque não conhecia a sua filosofia Orwelliana (os porcos são todos iguais, mas uns são mais iguais que outros) já o segundo não me surpreendeu porque o homem na ânsia de querer ser Presidente da República estatela-se em todos os aparelhos que se lhe deparem, quer seja a mesa alemã, espaldares, paralelas simétricas ou outro. Quanto a este último há que lhe dar algum mérito porque, por muito duras que têm sido as quedas, é capaz de esconder a dor (“Será que o homem é de borracha?).

Voltando a estes dois artistas o número de ginástica que juntos protagonizaram esta semana nos Açores foi tão mal executado que até envergonhou, por certo, os membros da sua classe, lá para as bandas do Largo do Rato, quanto mais os outros!

Quando nos é pedido, e muito bem, que olhemos em frente, será que poderemos ficar indiferentes às acrobacias que os nossos governantes não se cansam de efectuar?

JÁ CANSA TANTA ESPERTEZA SALOIA!


CARA ou COROA?

Qualquer que seja o investimento que possamos defender só o tempo é capaz de clarificar se ele é bom ou mau.

Se existe investimento que o actual executivo da Autarquia Sardoalense apostou e ganhou, foi claramente a construção da Piscina Municipal Coberta e a capacidade para gerir o seu funcionamento até ao presente. Claramente? CARA!





O Executivo Camarário que detém os "louros" do sucesso do investimento na Construção da Piscina Coberta é o mesmo que agora se presta a investir num espaço para o dotar de condições diferentes daqueles que até então apresentava. O projecto que ao que tudo o indica poderá estar associado a um alargamento de uma via (com eventual criação de um parque de estacionamento para os moradores daquela área?), teve o seu início esta semana. Aos olhos de quem estudou mecânica dos solos, as primeiras movimentações de terras efectuadas são tão "estranhas" que, por mais que busque nos manuais de David F. McCarthy e Homero Pinto Caputo não consigo encontrar justificações para as minhas interrugações. Cara ou Coroa? Há que esperar que o tempo o esclareça.





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