sábado, 24 de agosto de 2013

A "Mocidade" Sardoalense

Quem quer que se pretenda perpetuar no poder não pode nunca descurar a força dos jovens. E se tal princípio se adapta a qualquer tipo de poder, caso ele seja o resultado de um voto secreto e universal consagrado na Constituição, essa atenção tem de ser redobrada.

E este ingrediente não podia ser deixado á margem de todo o processo que poderia garantir indefinidamente o poder. E não o foi.

Se os jovens futuros eleitores do Concelho do Sardoal estavam na Escola C+S e o Presidente da Câmara não os conhecia e a eles o Presidente da Câmara pouco ou nada lhes dizia, algo deveria ser feito para que uns se apresentassem aos outros e num contexto diferente do dia-a-dia fossem obrigados a estabelecerem pontes de comunicação entre eles. E se tudo isto se pudesse passar longe de casa e recaísse nas mãos do presidente da câmara a possibilidade de poder responsabilizar-se perante os pais e encarregados de educação a guarda desses jovens tanto melhor. Logo ali os jovens sabendo que se os seus pais os confiavam ao “senhor presidente”eles também poderiam confiar nesse senhor, e assim, a comunicação e a confiança entre ambos estavam assegurados. Bastava “esse senhor” revelar-se um “tipo porreiro” para que, pese tudo o que alguém pudesse dizer em seu desabono, a única palavra em que acreditariam seria nele. E assim, para a posteridade se poderiam garantir os votos dos pais e dos filhos e assim nasceram as famosas “viagens de estudo”.

No princípio, as “viagens de estudo” ainda se direccionaram para os alunos mais velhos da C+S, justificando-se que a viagem não era mais do que um “prémio” por estarem de saída para a universidade. Porém, depressa se percebeu que o entusiasmo começou a “fraquejar” junto dos mais velhos e depressa se começou a estender, com o tempo, até aos alunos do 8º ano (!!!). Assim, seria uma forma de anualmente se reforçar os “laços de confiança” com os pais dos “pequenos viajantes” e esperar que os petizes crescessem até chegar a hora de se lhes lembrar a “dívida” que tinham pendente.

Acompanhado de uma “corte” de funcionários da autarquia mais dedicados, o importante não era partilhar-se o dia e á noite uns irem dormir em tendas de campismo e outros em camas de hotel. O importante era logo ali saber-se quem era o senhor presidente e só por isso valia a pena os gastos e tempo dispendido para o efeito. Depois do regresso, nada como deixar para a posteridade o "evento" publicitando "graciosamente" a aventura e fazendo-a chegar a todos os lares do Concelho.

Para os que não acreditam nesta teoria, faço um desafio: Questionem-se?!

- Se desde 1994 estas viagens se fazem anualmente porque será que o Presidente da Câmara nunca faltou a nenhuma delas? Será natural que um presidente de uma câmara não tenha mais nada que fazer do que, todos os anos, ir chefiar, durante cerca de 2 semanas, um grupo de jovens numa viagem de recreio ao estrangeiro (e sempre às mesmas paragens que ciclicamente se repetem de tempos a tempos) não confiando a outros tal “árdua” tarefa? Se tal se deve á grande empatia que possui com os jovens (por que não?) o que é que, para além dessas viagens, fez mais por tais jovens ao longo destes 20 anos que mereça ser digno de registo?  Pois é! Recordando a canção do emigrante: "vale mais um dia lá do que uma ano inteiro cá". 

Se não fosse o enorme sentido associativista de algumas "formiguinhas" que tudo fazem para darem alguma actividade cultural e desportiva à Mocidade Sardoalense...

A este propósito, porque é que eu nunva vi a CMS condecorar um(a) associativista Sardoalense pelos relevantes serviços prestados em prol da Comunidade?

- Será que não existe quem ao longo de todos estes anos foi capaz de trocar o recato da família e de outros prazeres sociais para que alguns jovens pudessem desenvolver alguma actividade cultural e desportiva no Concelho? 

- Será que não existe quem, não tendo quaisquer "interesses" numa associação (alguns até sem filhos ou netos envolvidos nessa associação), não mereça um reconhecimento público por durante anos, a expensas próprias, "preocupar-se" com os filhos dos outros e como "retribuição" ser permanentemente alvo da "crítica rasteira" ou "por fazer" ou "por não fazer"?           

- É CLARO QUE EXISTEM E TODOS NÓS SABEMOS QUEM SÃO ESSES  E ESSAS ILUSTRES SARDOALENSES! (Bem sabemos que o fazem por puro sentido altruísta, mas porque é que a CMS nunca lhes reconheceu publicamente o nobre trabalho que têm feito, preferindo optar por reconhecer a Associação no seu todo e desse modo conferir idêntico reconhecimento a quem nela fez trabalho de  formiga ou de cigarra?) 

Pois é!...

Uma vez que... "VALE MAIS UM DIA LÁ DO QUE UM ANO INTEIRO CÁ" basta "controlar-se" o que por cá existe, esbaterem-se eventuais "protagonismos individuais" e deixar que o tempo "corra" para que uma nova "Viagem de Estudo" aconteça e um novo ciclo eleitoral se reconquiste. 
  

(No Próximo artigo: “A Oposição")

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