domingo, 11 de agosto de 2013

Concorrência à CMS? NÃO!!!

Quanto menos empresas se instalarem no Concelho melhor e as que se instalarem deverão poder sujeitar-se à vontade do presidente da câmara.

A melhor forma de alguém poder cativar para si um “favor eterno”, por parte de outrem, é esse alguém “arranjar” a esse outrem um posto de trabalho. Quanto menor a “concorrência”, melhor o efeito prático. E assim, nada como eliminar ou reduzir essa concorrência e “empanturrando” a Câmara Municipal de funcionários que independente da mais-valia profissional de que sejam portadores, o mais importante, é o número de votos que podem ser capitalizados no futuro á sua custa. 

 Alguém ao ler isto questionar-se-á:

“- Mas o Concelho não tem empresas?”

“- Claro que tem! Até tem uma Zona Industrial.”

Que tal uma visita à Zona Industrial do Sardoal?

Iniciem a “viagem” de Nascente para Poente. Quando chegarem ao fim da estrada (que ainda se encontra em terra batida) contornem todo o bloco da zona Poente pela esquerda, subam a estrada que se desenvolve ao longo das traseiras dos lotes e entrem de novo na via principal. Aconselho que a viagem se faça a pé (não vá o mau estado da estrada que ainda se encontra em terra batida provocar algum estrago num carro) e na companhia de alguém que conheça a quem pertencem as instalações ou os terrenos ainda por lá existentes, o que fazem e quantos postos de trabalho possuem. Se às surpreendentes respostas que vão obter juntarem o facto de que nos últimos 20 anos nada mais ter sido ali feito a não ser criticar-se permanentemente a sua concepção e os seus autores, ao mesmo tempo que se continuaram a vender os lotes por 1 escudo (1/2 cêntimo de Euro) o metro quadrado e sem garantias que o empresário cumprisse e cumpra as contrapartidas exigidas no que concerne à obrigatoriedade de criarem um determinado número mínimo de postos de trabalho constantes de um contrato que subscreveram (e que o Regulamento assim os obrigam) e sem que fosse dado um só passo na correcção do que se apregoava estar errado (e que eu em certa medida não deixo também de subscrever). Passados 20 anos talvez se estime, no máximo, em cerca de 10% o número de postos de trabalho activos na Zona Industrial quando comparados com os números inicialmente previstos.

"- Então e quanto às restantes empresas no Concelho?"

Exceptuando as duas maiores (Câmara Municipal e Santa Casa de Misericórdia) no Concelho do Sardoal existem alguns serviços públicos (finanças, conservatória e segurança social), agências bancárias (3 por enquanto), “meia dúzia” de mercearia tradicionais, uns cafés e uma “boa dúzia” de pequenas empresas com menos de 10 trabalhadores e onde a constante predominante é serem até menos de 5 trabalhadores e a desenvolverem uma actividade de serviços e... pouco mais.
 
Para que se perceba, ainda melhor, qual o valor do tecido empresarial do Concelho convido que após a viagem á “denominada” Zona Industrial do Sardoal o passeio continue pelas Freguesia de Valhascos, Alcaravela, Santiago de Montalegre e Sardoal e questionem as pessoas que encontrarem sobre quais as empresas que se encontram instaladas nessas Freguesias e quantos postos de trabalho aí existem. Para o fim da viagem reservem a Vila e sede do Concelho e se puderem falem com os empresários que encontrarem e peçam-lhes para que eles vos descrevam o tecido empresarial em que se encontram inseridos.  
  
Depois da viagem realizada é fácil perceber a dimensão do poder do presidente de um Concelho como o Sardoal diante de alguém que necessitando de trabalhar e sem empresas onde possa “bater à porta” a única opção que lhe resta é… a Câmara Municipal. Conseguido o posto de trabalho na CMS a dívida desse alguém para com o seu “padrinho” torna-se eterna.

Em termos práticos o que se fez?

1º "Empanturrou-se" a Câmara Municipal de trabalhadores até ao limite máximo imposto por Lei.

2º Porque a "gula" se tornou superior às necessidades do "corpo", nada como "criar-se" uma empresa "amiga" que permitisse "fintar" a lei e continuar-se a "empanturrar" a CMS. ("- Eu escolho quem eu quero e ele(a) só a mim me obedece. Porque legalmente não lhe posso pagar, eu pago-te a ti e tu pagas-lhe a ele.")   

3º "Premiou-se" comercialmente a empresa "amiga" ou dando-lhe a exclusividade dos melhores negócios em que a CMS se encontrasse envolvida (ainda que opacos os "expedientes" utilisados não deixavam de cumprir os pressupostos da lei) ou concedendo-lhe "benesses" a outros negados. (Quando se vive numa pequena comunidade composta por uma cadeia de amigos que por sua vez têm outros amigos basta haver a quebra de um elo dessa cadeia para que o segredo seja revelado. E de repente tudo se sabe. Vinte anos é muito tempo!)

4º "Castigou-se" comercialmente a empresa "não amiga" ou erguendo-lhe barreiras sempre que os interesses dela se "cruzassem" com a CMS ou denegrindo-a promovendo outras. (Exemplo: uma empresa realizou um determinado trabalho a alguém. Confrontado esse alguém por "outrem" sobre quem lhe havia efectuado esse trabalho e conhecido o seu autor a resposta foi pronta: "- Porra! Não tinhas outro?" Só que como o alguém tem um amigo e o amigo outro amigo...).   

E assim os "tentáculos do poder" do presidente da Câmara se estenderam para além da CMS e invadiram as empresas sediadas no Concelho. Porque os interesses de ambos não eram (e nunca poderiam ser) os mesmos, o resultado só poderia ser aquele que hoje se revela: Município e Empresas pobres de um lado e um presidente de Câmara rico de poderes do outro. 

E assim o tempo foi passando e os efeitos práticos da cobrança dos favores que se realizaram sucessivamente ao londo dos 20 anos e de 4 em 4 anos conduziram aos "resultados esperados": A reeleição pretendida. Quanto ao resto... são "danos colaterais". 
   


(No Próximo artigo: “ O sistema de informações e a punição dos “desalinhados” )

Sem comentários: