terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Cambridge 4 - A distribuição de água

No sítio do Município de Cambridge pode-se encontrar no sítio dos Transportes e Obras Públicas: “Viva a sua Comunidade – Água Potável – Perguntas mais Frequentes”.

Das perguntas e respostas que ali se encontram passo a transcrever algumas delas:

Pergunta: A tubagem que transporta a água potável desde as Estações de Tratamento até às nossas casas encontra-se limpa?

Resposta: Sim. Porém de uma forma natural, alguns dos constituintes presentes na água (por exemplo o ferro) podem-se depositar no interior da rede de tubagem. As equipas de manutenção do Município têm como missão periodicamente proceder a descargas e limpezas das tubagens de modo que o interior dos tubos possa ser o mais limpo possível. As descargas são realizadas abrindo-se, para o efeito, as bocas-de-incêndio e deixando-se a água fluir durante algum tempo para o interior da rede pública de recolha das águas pluviais. Caso tais descargas não sejam realizadas, os materiais tal como o ferro juntam-se no interior das tubagens e saem através das torneiras das casas.

Outra forma de limpeza das tubagens é forçar a entrada na rede de uma esponja fazendo-a deslocar ao longo da tubagem através da pressão da água. A deslocação da esponja permite limpar as paredes interiores da tubagem. Com a abertura de uma boca-de-incêndio procede-se à recolha da esponja, ao mesmo tempo que se procede à descarga de toda a sujidade que a mesma forçou a “desligar-se” das paredes da tubagem. Outras opções são adoptadas sempre que se verifica que tais processos não são suficientes para limpar convenientemente as tubagens.

Manter as tubagens limpas é uma tarefa muito árdua para o Município de Cambridge quando o mesmo é responsável por mais de 410 quilómetros de tubos.

Comentário: Alguém me consegue informar qual o Município que procede regularmente à limpeza das tubagens de distribuição de água potável?

Pergunta: Tenho observado algumas equipas de trabalho limpando as tubagens e a água que sai nas descargas que fazem apresenta-se muito suja. Como é que se pode garantir que a água é potável se os tubos se encontram tão sujos?

Resposta: A maioria dos tubos possui uma fina película incrustada no interior das suas paredes, composta de sedimentos e micróbios inofensivos. Experiências realizadas têm mostrado que estas películas não provocam qualquer problema de saúde pública. A composição dos materiais que estão na origem destes sedimentos é que podem causar alguns problemas, especialmente quando se abrem as torneiras e o seu aspecto não é o melhor e condiciona a sua utilização. Essa é a razão que leva os serviços do Município a procederem regularmente à limpeza das tubagens. Quando tais materiais são removidos através das bocas-de-incêndio o seu aspecto é pior do que realmente é. Se observarem as equipas a realizarem tais trabalhos verificarão que após a saída inicial da água com aspecto muito sujo rapidamente a sua coloração volta ao normal.

Pergunta: De que forma é possível detectar a existência de uma rotura na rede de distribuição de água?

Resposta: Uma rotura pode ser detectada por:
- Detecção visual (água no solo);
- Uma perda de pressão detectada pelos serviços do Município ou pelos consumidores;
- Informação do público;
- Inspecções anuais na detecção de eventuais roturas a cargo dos serviços do Município.

Quando existe a suspeita de uma rotura, o seu local preciso é determinado pelos funcionários afectos à sua reparação. Equipamentos sensitivos acústicos permitem determinar com rigor a sua localização, ao detectarem os sons produzidos pela rotura no subsolo.

A reparação da rotura é importante porque o desperdício da água promove custos quer ao distribuidor quer ao consumidor. O distribuidor ao não ser compensado pelo desperdício da água, pode no futuro passar tais custos para o consumidor. A percentagem média de água que é desperdiçada ronda os 12 a 15%, embora a maioria dos distribuidores pretenda manter tais perdas nos 10%.

Qualquer rotura que ocorra na rede depois de passar pelo contador do consumidor deve de ser reparada à responsabilidade do titular do contador. A pronta reparação só carrega benefícios ao consumidor porque quanto mais água se desperdiçar durante a rotura maior será a factura a pagar.

Comentário: Há 20 anos atrás quando era inspector de uma urbanização de 220 fogos, por cima da geratriz superior da tubagem era colocado um arame que permitia localizar, com recurso a um detector de metais, a localização precisa da tubagem localizada muitas vezes a 2 e 3 metros de profundidade. Para os que desconhecem como se localiza uma rotura cá pelas nossas bandas poderei dizer que muitas vezes é às apalpadelas. A sorte é que a tubagem muitas vezes está a uma profundidade inferior a 1,20 metros. Quanto à responsabilidade pelo pagamento das roturas na tubagem localizada após os contadores, deixo para outros tais comentários.

Pergunta: A reparação de uma rotura é um trabalho sujo. Como é que fica o interior da tubagem depois do trabalho efectuado?

Resposta: Depois do trabalho feito a tubagem é cheia de água contendo uma grande quantidade de cloro. Mantendo tal água dentro da tubagem permite eliminar todos os germes que se depositaram no seu interior.

E o processo de limpeza não termina aqui. O passo seguinte é como remover toda esta água com tão grande quantidade de cloro. Um elemento químico deve ser adicionado o qual, reagindo com o cloro o elimina antes de se proceder à operação de descarga através das bocas-de-incêndio. A descarga desta água só poderá ser efectuada em locais onde não produza quaisquer efeitos nocivos ao ambiente. Só depois de se efectuarem testes que permitam saber da inexistência de bactérias nocivas à saúde pública é que se procede à ligação à rede de distribuição para posterior utilização dos consumidores.

Comentário: Que me dizem à forma como as nossas reparações são feitas em que são as nossas torneiras, máquinas de lavar, esquentador... é que funcionam para limpeza das condutas?

Pergunta: Quais são as actividades domésticas em que consumo mais água?

Resposta: As descargas do autoclismo são de longe os dispositivos de utilização que gastam mais água. A maioria das bacias de retrete gasta entre 15 a 23 litros de água em cada descarga. Em média uma máquina de lavar louça com a carga máxima de louça gasta 50 % da água gasta na mesma lavagem de louça caso seja feita de uma forma manual.

Sem contar com a água utilizada nos jardins e lavagens exteriores a percentagem de água gasta por um agregado familiar composto por 4 pessoas é a seguinte:
- Descargas de autoclismo – 40%
- Banheira e chuveiro – 32%
- Lavatórios e bidés – 3%
- Lavagem da roupa – 14%
- Lavagem da louça – 6%
- Para cozinhar e beber – 5%

Desde 1996 que a Província do Ontário regulamentou que a capacidade dos autoclismos atingisse o máximo de 6 litros de água por descarga. Para o efeito legislou que nas novas construções fosse adoptada tal medida enquanto que para as construções existentes anteriores àquela data incentivos financeiros fossem colocados à disposição de todos aqueles que pretendessem substituir os seus velhos autoclismos pelos novos certificados.

Comentário: E tudo isto se passa no País que ocupa o 1º lugar no ranking no que concerne à existência de maiores reservas de água doce do mundo e pretende implementar medidas que restrinjam os gastos desnecessários de água.

(No próximo artigo: Cambridge 5 - As análises da água.)

BOAS FESTAS - FELIZ NATAL

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