domingo, 31 de outubro de 2010

A Nova Ordem


(Vila de Sardoal - Rua 5 de Outubro - 22/09/2010)

A NOVA ORDEM

Porque será que a contenda política envolvendo os nossos dois maiores partidos em torno do Orçamento de Estado para 2011 não nos surpreendeu?

Tantos eram os sinais evidenciados que não deixavam marcas para dúvida que o OE para 2011 iria ser aprovado com a abstenção do PSD! E se a esmagadora maioria dos portugueses sabiam, o que dizer dos “estrategas” desses dois partidos? Escrevi eu aqui, há algumas semanas:

“ Só vislumbro uma possibilidade real do Orçamento de Estado não ser aprovado, que é a do Governo apresentar uma proposta irrealista e irresponsável, mesmo tida como tal aos olhos da Comunidade Europeia. Porque me recuso a acreditar que tal cenário venha a acontecer (os portugueses não perdoariam ao PS), uma vez que o OE tenha a concordância e o aval da CE, ao PSD só lhe restará abster-se, propalando aos 4 ventos que não tem qualquer responsabilidade naquele Orçamento e que a sua atitude deverá ser entendida, uma vez mais, enquanto patriótica.

O PSD sabe que a actual situação recomenda, como alguém dizia, que se “faça de morto” e não tenho dúvidas que é o que acontecerá até Cavaco Silva, já no seu segundo mandato de PR poder dissolver o Parlamento e marcar eleições antecipadas lá para o Verão de 2011. E do mesmo modo que o PSD o sabe, também o PS não o desconhece, tudo fazendo para “reanimar” quem se quer passar por morto.”


Habituados a tantas vitórias estratégicas sobre os seus demais adversários, naquela que não deveria falhar, o Governo e o PS não conseguiram lograr os seus intentos. Bem tentaram vincular a posição do PSD perante um documento que ainda estava para ser redigido (como é que se lembraram desta? Nem ao diabo lembraria.) e depois dele redigido bem tentaram passar a ideia de que o PSD era irresponsável. E não o conseguiram porque a situação financeira do país é tão má que já não deixa margem para dúvidas, quer a eles, quer a quem pedimos dinheiro emprestado para sobreviver, quer às vítimas das suas incompetências e irresponsabilidades: NÓS.

Olhando um pouco para um futuro cada vez mais cinzento, não é muito difícil perceber que esses estrategas que nos últimos 5 anos nos (des)governaram (mas para quem a recessão não deverá fazer grande mossa, uma vez que, ao longo de todo este tempo, eles não se perderam, acautelando devidamente os seus futuros), tudo irão fazer para caucionarem os seus ganhos. Só que, como já pensam mais com a barriga do que com a cabeça, não é difícil de perceber que ninguém os levará a sério e o que nos revoltará é termos, ainda, de os aguentar durante mais oito longos meses. (Que falta nos fez, durante o passado mês de Agosto, um Jorge Sampaio,no Palácio de Belém!)

É inevitável que no próximo ano o fiel do poder se incline para o PSD e “caia” nas mãos de Passos Coelho o leme do governo. Não tenhamos quaisquer dúvidas que a mudança de governo não nos aliviará o garrote que o PS colocou no pescoço de todos nós (o deles não conta). Existem sinais que da crise financeira em que todos estamos mergulhados o Governo tudo tem feito para apenas mostrar a ponta do iceberg.

Para que todos possamos sair do atoleiro para o qual fomos atirados por "irmãos metralhas” e “metralhinhas” liderados por alguém cuja maior proeza foi concluir uma licenciatura num domingo (8 de Setembro de 1996) e numa universidade (?) que já não existe, só temos um caminho: uma NOVA ORDEM. Essa nova ordem, que deverá ser capaz de premiar a responsabilidade e a competência deverá ser a mesma que deverá ser capaz de punir todos aqueles que a possam comprometer desde o laxismo até à arrogância de quem é detentor do poder.

Mostrem-me que o meu País já não é entregue a gente que a única mais valia (?) que têm é possuírem um cartão de um partido, que ao nível da folha de pagamentos do patrão estado ninguém aufere um ordenado superior ao do Presidente da República, que ninguém tem “mordomias” acrescidas sem as merecer legitimamente, que a Justiça se torna imune ao poder político, que seremos capazes de assumirmos os nossos compromissos fiscais e financeiros e eu serei capaz de aceitar os sacrifícios que o meu País me pede.

Esta é a NOVA ORDEM pela qual todos estamos à espera. Será o PSD capaz de a implantar? Eu quero acreditar que sim, caso contrário, o papão do FMI tomará o seu lugar.


P.S. A Feira da Fossa

Esta semana realizou-se, uma vez mais, na Vila de Sardoal, a Feira da Fossa. Embora não seja um grande entusiasta deste tipo de feiras, sou capaz de as aceitar, apenas e só, numa lógica de uma vivência de tempos passados por parte de uma camada etária da população. A vertente económica que carregavam consigo, em muitos dos artigos comercializados, já pertencem ao passado, já para não falar da concorrência desleal que promovem com o comércio instalado, e legal, onde os impostos cobrados pelo Estado se reflectem no preço dos produtos comercializados (isto é outra história sobre a qual não gostaria de me alongar).

Continuo sem perceber a razão que sustenta a Autarquia Sardoalense a autorizar que as bancas dos feirantes sejam colocadas nas ruas principais da Vila: Praça da República, Avenida Luis de Camões e Rua 5 de Outubro (início).
- Será que não existem outras vias ou locais onde a feira se instale sem que seja comprometida a segurança e a imagem do próprio Concelho?
- O que pensará quem nos visita e pretenda entrar pela porta principal da Câmara Municipal de Sardoal, e até entrar no edifício, ser obrigado a contornar as bancas dos feirantes e ser convidado a comprar uma dúzia de meias e meia dúzia de cuecas por 5 euros? E se esse visitante tem o "azar" de entrar nos Serviços de obras Particulares, o que sentirá ao ver uma banca encostada ao peitorial da janela atestada de roupa interior de senhora, ouvir os pregões da vendedora e assistir ao seu negócio?
- Alguém consegue imaginar o tormento porque passará alguém com necessidade de auxílio médico e que tenha de passar pelo labirinto das bancas? (A ser transportada pelos bombeiros só de maca, uma vez que as únicas ambulâncias que podem por ali passar são as de brinquedo.)

Acabe-se, de uma vez por todas, com a colocação de bancas nas ruas principais da Vila de Sardoal. O que está em causa não é só a imagem e segurança. A propósito de imagem, porque será que aos feirantes não é exigido o dever de deixarem o local que ocuparam do mesmo modo que o encontraram? Porque é que deixam sempre um rasto de "toneladas" de lixo, plásticos e cartões? Se há coisas que não compreendo, esta é uma delas.

Quem manda na minha casa sou eu e as regras sou eu quem as define!


(A Avenida Luis de Camões, em Sardoal, na manhã seguinte após a Feira da Fossa à espera de ser limpa pelos funcionários de limpeza da Câmara Municipal)

Sem comentários: