domingo, 22 de junho de 2008

O Anonimato

Quando, no passado dia 30 de Março, decidi iniciar uma nova aventura nos caminhos da Internet, através deste blogue, tinha plena consciência que os meus artigos e reflexões poderiam gerar uma paleta de sentimentos. Interesse, indiferença, concordância e desagrado seriam certamente as “cores” que mais se destacariam dessa paleta de sentimentos. Não me enganei.

Quando os assuntos versam temas mundanos ou experiências pessoais, admito que a cor predominante dos sentimentos dos leitores seja a “indiferença”. Já quando os assuntos tratam questões que envolvem a política do “meu bairro”, as cores dos sentimentos são as mais díspares possíveis.

Até ao momento, já tive a oportunidade de receber alguns ecos dessas cores. Na minha caixa de correio electrónico tenho recebido, com alguma regularidade, mensagens e comentários que reflectem os sentimentos que tenho provocado com esta minha aventura.

Uma vez por outra, lá aparece uma mensagem cujo autor decide esconder-se atrás do anonimato para emitir uma opinião ou pensamento. Admito que, de todas as mensagens anónimas que recebi até hoje, nenhuma era ofensiva ou atentatória ao meu bom-nome.

Contudo, entendo hoje ter chegado o momento de reflectir o que leva alguém a esconder-se atrás do anonimato para poder emitir um pensamento ou opinião. Se alguém o faz, quando a nossa Constituição, há muito, consagra o direito à palavra, é porque essa pessoa ou não é capaz de se postar diante de um espelho e fixar-se nos seus próprios olhos ou receia não ser capaz de lidar com aquilo que os outros possam pensar de si.

Quem não é capaz de se postar diante de um espelho e fixar-se nos seus próprios olhos em busca dos valores que tem guardado dentro de si, é porque padece de uma doença do foro psicológico ou psiquiátrico. Necessita urgentemente de auxílio especializado e merece que aqui lhe deixe uma palavra de estímulo e esperança para que recupere rapidamente.

Por outro lado, quem receia não ser capaz de lidar com aquilo que os outros possam pensar de si, é porque se sente derrotado de uma luta pela qual já desistiu. Isso tem um nome: Cobardia. Qualquer que seja a sociedade, a cobardia é tida como o acto mais condenável do comportamento humano. Não é por acaso que é comum ouvirmos dizer que “dos cobardes não reza a história”.

Se a história se encarregará de “apagar” os cobardes, para quê preocupar-me em conceder-lhes alguma atenção?

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