quarta-feira, 18 de junho de 2008

Portugal no Euro 2008

Amanhã, em Basileia, na Suiça, a selecção de todos nós voltará a entrar em campo para disputar mais uma partida a contar para o Campeonato Europeu de Futebol. Depois das duas vitórias iniciais frente à Turquia e Republica Checa, francamente merecidas, e de uma derrota frente à Suiça, perfeitamente evitável, o adversário que se segue é a Alemanha.

Nesta era da Informática, o futebol consegue não só resistir à sua influência como vê reforçadas as paixões que ao longo das últimas décadas se instalaram em seu redor. É inequivocamente o principal jogo da humanidade. Pobres ou ricos, doutorados ou iletrados, poucos são aqueles que conseguem ficar indiferentes à força deste jogo. E quando as equipas em confronto representam duas Nações ou dois Povos essa paixão atinge o clímax. Eu não fujo à regra, sou um fã incondicional da Selecção Nacional Portuguesa.

O sucesso de qualquer equipa, perante outra, depende em grande medida da valência dos seus jogadores e da estratégia gizada pelo seu treinador. Mas não só. Existe um “tempero especial” que normalmente está presente em cada jogo: a Sorte e os Juízos da arbitragem. É este tempero que faz vibrar qualquer adepto, por aquele poder condicionar o resultado final do jogo.

Amanhã, de um lado estarão 11 jogadores Portugueses e do outro 11 jogadores Alemães. Jogadores acima da média no que respeita a destreza e resistência (física e intelectual) individual, estará, todavia, no seu colectivo e na estratégia projectada pelos seus treinadores a base para um possível sucesso. Mas tais atributos não chegarão certamente. Será o “tempero especial” que condicionará o resultado final. Quando se iniciar a partida serão actos humanos que movimentarão a bola e serão actos humanos que ajuizarão esses mesmos actos. Será que o erro não tem a sua origem no próprio acto humano? Por isso é comum ouvir-se que a equipa que menos erros fizer será a vencedora. E mesmo isso chegará? E as condições do terreno? E os erros do árbitro que se traduzem numa vantagem para uma equipa e desvantagem para a outra? E a bola que bate no poste e não entra? E a bola que toca no corpo de um jogador e se desvia do guarda-redes que se presta para a apanhar? E…etc, etc?

Mas amanhã também estarão muitos milhões de portugueses e alemães a vibrarem com a prestação da sua selecção e, no fim do jogo, uns sairão á rua para manifestarem a sua alegria e os outros, na ânsia de rapidamente esquecerem a "dor" da derrota, buscarão assuntos para extravasar a sua “raiva” (assuntos não faltarão a começar desde logo pelo preço dos combustíveis). No dia seguinte os vencedores alimentarão o sonho de repetirem a sua euforia no jogo que se segue e não se coibirão de partilharem as suas expectativas. Quanto aos vencidos, já mais conformados, escolherão uma outra selecção para depositarem o seu desejo sobre quem gostariam que seja a selecção vencedora deste Campeonato da Europa, mas já sem qualquer paixão ou sentimento exacerbado. Para além dos muitos milhões de portugueses e alemães que vibrarão pelo sucesso da sua selecção perante a adversária, estarão muitos mais a “torcerem” por uma das equipas em contenda. E aí, não tenho dúvidas que a preferência dos outros povos estará claramente na Selecção Portuguesa. A força do resto do Mundo será bastante para inverter o número desnivelado entre Alemães e Portugueses.

Só quem é emigrante ou foi emigrante (como eu próprio já o fui) é que poderá avaliar o que representa cada vitória da nossa Selecção. Os emigrantes Portugueses espalhados pelo Mundo já se sentem orgulhosos pela prestação da sua Selecção, até ao momento, neste Campeonato da Europa. Os seus “egos” perante os povos que os acolheram encontra-se “reforçado” e em alta. O sentimento que carregam consigo neste momento, transcende o imaginável. Sei por isso o valor que terá para todos os emigrantes portugueses a vitória de Portugal sobre a Alemanha no dia de amanha.

O meu maior desejo era de que o resultado final fosse de 10 a 0 a favor de Portugal e que as selecções mudassem de campo aos 5. Mas como tal dificilmente será possível, espero que Portugal ganhe e que faça uma exibição de “arregalar o olho”. Acredito que se a humildade e o espírito colectivo estiver presente na mente dos nossos jogadores, que os juízos de arbitragem não sejam falsos e a estrelinha da sorte, a aparecer, se instale junto da nossa Selecção, aí vamos nós em direcção ás meias finais. Mas se porventura o resultado da partida não nos for favorável, como gostaria que os nossos rapazes abandonassem o campo com honra e orgulhosos da prestação que acabaram de dar!

Desde o Mundial de 2006 que temos umas contas a ajustar com a Alemanha. Eles ganharam-nos 3-1. Agora é a nossa vez de lhes devolvermos, e se possível com juros, tais números.

Força Portugal!

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