domingo, 20 de julho de 2008

Agonia Financeira de um Município (8)

Nos artigos anteriores apresentei dois exemplos que traduzem o estado caótico das finanças da Autarquia Sardoalense que a tem conduzido a uma Agonia Financeira da qual muito dificilmente poderá sair nos próximos 6 a 8 anos, a não ser que um milagre ocorra.

O terceiro exemplo que hoje trago prende-se com o “espírito financeiro” instituído: O fornecedor não apresenta mais disponibilidade para fiar? Procura-se outro. Os credores querem falar com os responsáveis da Autarquia? Os responsáveis não estão.

Os sinais da existência de uma situação de falência no seio de uma família revelam-se quando ela busca continuamente novos fornecedores em substituição dos que já possui e decide fugir dos antigos e habituais fornecedores quando chega a hora de cumprir com os seus compromissos (pagando o que ficou a dever).

Se dúvidas existissem, a leitura dos fornecedores inscritos na Lista das Dívidas de Curto Prazo que a Prestação de Contas que a Autarquia Sardoalense apresentou, e relativa ao ano de 2007, fala por si. Em 31 de Dezembro de 2007 eram vários os fornecedores a quem o Município devia para o mesmo artigo fornecido ou serviço prestado. Compulsando as Prestações de Contas desde o ano de 2003 constata-se que quase todos anos nessa lista aparecem novos fornecedores cujo artigo ou serviço prestado o Município já adquiria no passado a outros fornecedores ainda com dívidas pendentes. Coincidências? Serviços mais económicos? É claro que não. Os números das dívidas acumuladas falam por si.

Deixo aos meus leitores uma questão: Sabendo que “a família” não consegue gerar receitas para a vida que faz, sabendo que alguns credores de tanto esperarem pelo pagamento cortam o crédito à Autarquia Sardoalense, recorrem-se dos meios que as leis lhes consagram e exigem os pagamentos “a mal” e alguns chegam a cobrar até os respectivos juros de mora (ainda há algumas semanas em reunião do executivo municipal foi aprovada uma alteração ao orçamento que previa um reforço previsional da despesa num código contabilístico para se pagar 2.500 € de juros de mora a um fornecedor que se “cansou de esperar”), sabendo que “o chefe dessa família” nada faz para inverter este tipo de gestão financeira, qual poderá ser o futuro do Município do Sardoal?

(No próximo artigo demonstrarei como um chefe de uma família falida, na ânsia de negar, aos seus e aos outros, a agonia financeira em que se encontra a sua família, para que todos pensem que até é um bom chefe de família, é capaz de mentir diante de evidências e de pedir dinheiro emprestado para ele ir de férias acompanhado de uma corte muito especial.)

Nota importante deste dia 20 de Julho de 2008: As duas mulheres da minha vida festejam hoje o seu aniversário. Para a Gina e para a Neuza aqui lhes deixo um grande beijo de parabéns. A vida deu-me amigos e uma família onde a Felicidade impera e o Amor governa. Dou Graças a Deus por me ter concedido aquilo que todo o homem ambiciona: partilhar a vida com quem ame e seja amado. Concedeu-me uns bons pais, uma fantástica esposa e uma não menos fantástica filha a quem muito amo e de quem muito me orgulho.

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